kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quinta-feira, agosto 07, 2008

BOS(T)A NOVA

A Bossa Nova é como as artes marciais: ambas foram destruídas por aproveitadores reles e demasiado maus para serem sequer suportados.

As artes marciais através de décadas de péssimo cinema, mal feito, ridículo, e que deu ao mundo nomes como Chuck Norris e Van Damme, e isto só para mencionar os maus.

A Bossa Nova porque começou a ser revisitada por gente do calibre de Barry Manilow, Diana Krall, Liza Minelli - e um sem número de outros «supostos» músicos de jazz para bar de hotel -, todos os brasileiros possíveis e imaginários, Rui Veloso e Luís Represas e que transformaram o género musical criado por João Gilberto em algo de verdadeiramente intragável.

A Bossa Nova veio ao mundo pelas e para as vozes do já referido Gilberto, de Vinicius, Tom Jobim, Baden Powell (guitarra), Roberto Menescal, Toquinho, Sérgio Mendes, e para poder ser bem acompanhado pelo génio de verdadeiros músicos jazz como Charlie Byrd, Stan Getz e Dizzy Gillespie.

E lembrei-me disto porquê? Porque mais um dos abutres que ainda conseguem ter a lata de viver à custa de uma herança cultural tão rica, acaba de lançar mais um disco: Mílton Nascimento - que me parece já ter sido bem melhor músico do que de há uns anos para cá - e o trabalho "Novas Bossas" (bastante pouco presunço).
Honestamente, a Bossa Nova não foi criada para uma voz elefantina como a de Nascimento, e a coisa cheira a música-para -os-senhores-da-linha-irem-ver-ao-Casino-e-baterem-palmas sem-fazer-ruído que até enjoa. Como já disse, Mílton Nascimento era dono de uma carreira espectacular, de vanguarda, e que explodiu na década de 60 com uma mistura de pop, música de intervenção e folclore brasileiro. Hoje em dia, e ouvindo os seus últimos lançamentos, parece sofrer do mesmo mal que aflige Rui Veloso, que deixou definitivamente o Rock para abraçar uma bela e promissora carreira de músico sénior.

Conclusão: Bruce Lee e João Gilberto deviam juntar-se e dar uma carga de porrada nesta malta toda que vive à custa de sujar as suas mui belas artes. Só não o fazem porque, como é sabido, o Lee já quinou faz uns anos, e o João não ia longe com o seu violão.