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Bom Karma... ou não!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Diário das férias - 13 de Agosto



Mais um dia rápido, a correr.
Duas horas de praia até ao almoço. Mudanças no campismo. Tirar a tenda do sol e colocá-la à sombra que ficou de outros inquilinos. Aproveitámos e reservámos já espaço no que decidimos chamar de «nosso quintal» para o pessoal que está para chegar.

À tarde regressamos à praia.
Adormecemos os três ao mesmo tempo e assim que chegamos ás toalhas.
Não resistimos a tanto calor, cansaço e noites mal dormidas.
Mas a noite promete, hoje.
A Rita vem à ilha jantar e com ela vêm a Margarida, a Paula, uma irlandesa divertida como ninguém, e o Zé.
À mesa, um fantástico bife de atum com mais cebolada do que atum e conversas «com todos». De Connemara, na Irlanda, aos jacarés que invadem as piscinas em Miami, falamos de tudo o que nos veio à idéia. E divertimo-nos tanto...
Soube a pouco porque aparentemente não é só o corpo de campista que reclama por sossego. Era ainda cedo quando os convivas regressaram à vila. Paciência, fica a promessa de mais amanhã à noite.

É a mesma areia, são os mesmos azulejos, as mesmas àrvores e as mesmas tendas de sempre. Mas algo mudou decididamente neste lugar.
São as pessoas. As pessoas são e estão diferentes. E isso basta para mudar o espirito desta ilha. Não resisto áquela arrogância que invariavelmente sentimos quando achamos que um sitio que era «nosso» está diferente, desvirtuado.
Lembro-me perfeitamente do sabor tribal de Tavira; do ambiente quase primitivo de tudo isto.
Ao mudar o público da ilha, mudou o comércio, numa tentativa de acompanhar esse público e dar resposta ás novas exigências. Muda o comércio, continua a mudar o público e assim sucessivamente.
É uma pescadinha de rabo na boca que nada de bom deixa antever. Sinais dos tempos, diriam alguns, inevitável, digo eu.

Os meus irmãos.
Aproxima-se o dia em que regressam ao Porto.
Provaram ser os melhores copmpanheiros de viagem que podia ter. Para lá da indisciplina tipica dos seus dezassete anos, são os meus melhores amigos e têm um coração gigantesco, com espaço suficiente para esta vida e a próxima. Têm uma enorme fome de viver e mercem-no muito. Espero que tenham a coragem que eu nunca tive para levar a cabo os objectivos que têm para as suas vidas.
São mesmo as melhores pessoas do mundo, e apercebo-me agora, as únicas que me prendem aqui, a esta terra a este tipo de vida. Amo-os como nunca amei ninguém, e sinto uma enorme tristeza instalar-se no meu coração com a idéia deles partirem já daqui a dois dias.
Fica a homenagem em formato de fotografia e com um nó apertado na garganta.
Chamam-se Joel e Tiago e são os meus irmãos.





1 Comments:

  • At 16:18, Anonymous Anónimo said…

    Poeticamente falando, esclareces e revives os momentos de forma inimaginavel.Não pude evitar o "nó na garganta" e as lagrimas com as tuas palavras,e olha foi preciso tocar muito porque neste momento estou num local publico chei de gente(é obra). AMo-Te e acho que ainda não me expressei de forma convicente,mas queria agradecer-te por nos teres proporcionado as férias que foram...devo-te isso,os melhores momentos da minha vida.Um granda beijo para para este rapaz que acima de irmão/pai, foi, é e será para sempre melhor amigo e se tudo correr bem,companheiro de mais viagens.Tiago

     

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