The Falling Man
Este homem vai morrer.
Sabemos isso no momento em que olhamos para a fotografia.
Ele sabia isso antes até de tomar a decisão de saltar do topo de uma das torres do World Trade Center, no dia 11 de Setembro de 2001.
Já estava morto.
Digam o que disserem; sejam quais forem as reacções a esta fotografia e à sua divulgação; estes foram os últimos momentos deste homem.
Passou-os em solidão, ou, se preferirem, em paz consigo e com o silêncio que - quero acreditar - se faz sentir enquanto a morte não chega.
Nunca saberemos se morreu antes de atingir o solo.
Não interessa.
A verdade é que, no dia em que se completou mais um ano desde que este homem decidiu apressar a sua morte, importa acima de tudo pensar nos que morreram naqueles prédios.
Não consigo compreender, nem quero, como ainda existem pessoas que dizem "bem feito" ou "estavam a pedi-las", quando falam dos acontecimentos em Nova Iorque naquela manhã.
Este homem não estava de certo a pedi-las. Este, e todos os duzentos que escolheram o salto para fugir a uma morte ainda mais terrivel, não estavam a pedi-las.
Chega do saloio anti-americanismo que nem sequer é produtivo ou criativo seja de que forma for. Chega deste rancor inexplicável por tudo o que é americano. Eu também não gosto e muito menos concordo com a politica externa dos EUA e com o mal que ela provoca no mundo.
Nem vou começar a falar novamente em todos os outros países cuja politica externa é igualmente prejudicial ao equilibrio do globo.
Nada disso interessa quando, neste dia, morreram quase três mil pessoas em poucos minutos.
E nenhuma delas estava a pedi-las.
14 Comments:
At 12:51, General said…
só é pena as torres, em vez de grandes homens americanos, n tarem cheias de chineses knd os aviões bateram!!
At 15:48, zito hioshimito said…
Há gds probabilidades dos 200 que saltaram terem morrido antes de atingir o solo.
A diferença de pressão conjugada com a velocidade de queda áquela altura são incomportáveis para o organismo humano.
No entanto esta morte nem por sombras terá sido muito mais pacífica, pois os factores acima nomeados provocam um rebentamento dos orgãos vitais a começar pelos pulmões... o que deve causar dores do caraças enquanto chega oxigénio suficiente ao cérebro, e permite que juntamente com os impulsos nervosos descodificados, o indívíduo se consiga aperceber do que está a acontecer (para além do pânico que os levou a saltar!) e até a hemorragia ser de tal ordem que o corpo entra em falência.
Esta dor verdadeiramente insuportável, faz o indivíduo entrar em choque, provavelmente primeiramente entrou em choque, tendo o óbito destas acontecido muito antes de atingiram o asfalto para.
De qualquer forma também gostava de acreditar que estas pessoas se deixaram abraçar por ela em paz consigo mesmas. Para que possam reiniciar o ciclo de uma forma muito mais leve...
At 22:54, Anónimo said…
Oh, Francisco!
Tá lá caladinho...
At 12:25, Carlos said…
Zito, só para corrigir que, quando dizes que "A diferença de pressão conjugada com a velocidade de queda áquela altura são incomportáveis para o organismo humano", na verdade não faz sentido.
Não existe a tal diferença de pressão que referes.
Mesmo que alguém tivesse saltado do topo das torres gémeas, são apenas 417 metros. Garanto-te que se chega cá abaixo vivinho e com todos os orgãos direitinhos.
Se assim não fosse, não havia malta a fazer queda livre.
Já agora, para que se saiba: o recorde de queda livre pertence a Joseph Kittinger, que saltou de um balão especial a 31,300 metros e que, até abrir o páraquedas aos 5,500 m, atingiu a velocidade de 982 km/h.
Ah, e não nos esqueçamos do pessoal que sobreviveu a quedas espantosas, como Vesna Vulović, a ex-hospedeira de bordo que tem o recorde de queda sem páraquedas: 10 mil 160 metros. Duas pernas partidas e fractura craniana, além de ter ficado alguns meses paralisada da cintura para baixo devido a lesões nas vértebras. Saibam mais aqui: http://www.asi-mag.com/editorials/vesna_vulovic.htm
At 13:10, zito hioshimito said…
Obrigado, Carlos!
O que me preocupa agora é que o meu prof de Física leia esta argolada!
Armado em inteligente é o que dá!...
At 17:46, Carlos said…
Abraço!
At 17:59, zito hioshimito said…
;o)
At 22:42, Anónimo said…
concordo plenamente contigo Nuno...nao sei como há pessoas que reagem dessa forma de "estavam a pedi-las" face à morte de tanta gente inocente...mas como em todas as guerras e actos de terrorismo, a maioria das pessoas que sofrem e que são vítimas destes actos são pessoas inocentes, porque os verdadeiros responsáveis por estas atrocidades nunca "dão o corpo ao manifesto".
At 00:18, General said…
Anonymous said...
Oh, Francisco!
Tá lá caladinho...
22:54
n tou nd!! atão eles andam-nos aí a roubar orgãos... e eu havia de gostar mt deles... deviam era ser tds metidos num barco e mandados pro fundo do mar, fdp dos chineses
At 16:27, karmatoon said…
De facto, esta questão dos chineses faz-me pensar no seguinte: se por alguma razão catastrófica todos os chineses (e refirmo-me mesmo a todos) desaparecessem da face da terra, qual seria o resultado? Em que medida isso mudaria drasticamente o panorama mundial?
At 02:53, General said…
fds, nuno, k xenófobo... pensamentos de genocídio... deixa em paz os chineses
At 17:53, karmatoon said…
Caro André,
eu sei que tens uma veia iraquiana - ao que julgo saber uma nos tomates que nem sabes como foi aí parar - mas tens de ver as coisas por este prisma: se se fosse relembrar os mortos resultantes da vergonha que se passa no Iraque, todos os dias era dia de festa. Ora, como nos EUA não é todos os dias que quina uma catrefada de gente, é natural que um dia destes seja comemorado com especial cuidado e dedicação.
Mas ti amo, certo?
At 14:25, karmatoon said…
Meu amor louco,
para além da enorme vontade que tenho de sentir o teu corpo a resfolegar no meu, tenho saudades de me sentar contigo e com a doce Ana a falar destas e de outras coisas da vida. E é mesmo isso que elas são: coisas tristes de uma vida triste e que infelizmente não parece querer melhorar.
Tu, melhor do que ninguém, sabe que estas merdas me consomem em demasia. Fico triste, revoltado e enjoado com tanto mal espalhado pelo mundo e nunca foi minha intenção aligeirar a questão. Só acho que ás vezes é preciso relativizar certas coisas e racionalizar outras.
Assim como assim ambos sabemos que o 11 de Setembro continua a ter o impacto que tem devido ao facto de ser ainda extremamente televisivo, certo?
Beijo no tutú do bebé.
At 18:17, baba said…
Seus bichas
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