Comentário a um comentário
Em relação a um comentário que alguém fez ao meu post acerca do eclipse, gostava de deixar aqui o meu comentário a esse comentário. Não que tenha ficado chateado ou irritado com a opinião dessa pessoa; aliás, se há coisa que defendo com unhas e dentes é essa tão preciosa liberdade de expressão. E por apreciar uma boa troca de idéias... cá vai!
Não posso, de modo algum, concordar com essa pessoa quando diz coisas como "acho isso dos namorados muito deprimente" ou "o afastamento faz o amor passar". Assumo-me romântico até ao tutano; romântico muitas vezes de uma forma piegas e ridicula. Sei que as mulheres românticas que vemos no cinema e nos povoam o imaginário não são como as mulheres com quem convivemos no dia-a-dia, prácticas, pragmáticas até.
Aprendi, algumas vezes da pior maneira, que nem sempre as mulheres de carne e osso têm paciência ou vontade para «levar» com o nosso romantismo açucarado. Desiludi-me, já crescidinho, quando me apercebi que a vida sentimental afinal não é nada como no cinema; que as mulheres estão-se nas tintas para o ramo de flores e jantar à luz de velas e que um reencontro à chuva, consumado com um beijo apaixonado, afinal não é assim tão bonito quanto isso.
Ainda este Sábado alguém me dizia não existirem finais felizes... até pode ser, mas não consigo desistir de acreditar que isso só é realmente assim quando não queremos que seja diferente. Podia mesmo responder a esta pessoa com a última frase desse tal post, o do eclipse. Prefiro continuar a acreditar que ainda existe espaço para certas coisas piegas e açucaradas neste mundo. Recuso-me a cair na tentação de olhar para a minha vida com o habitual cinzentismo e falta de imaginação que tanto definem os portugueses. Prefiro continuar a ver "As pontes de Madison County" e nunca conseguir conter as lágrimas na cena em que o Clint Eastwood e a Merryl Streep se vêm pela última vez - lá está, à chuva. Prefiro chrorar como uma Madalena sempre que ouço ópera; recuso-me a abdicar de, e sempre que vejo a última sequência do "Cinema Paraiso", parecer um repuxo de àgua salgada. Gosto de ser assim, mesmo que isso me possa eventualmente trazer amargos de boca.
Chamem-me piegas, mas adoro um bom sofrimento por amor.
2 Comments:
At 12:58, Anónimo said…
:)
B
At 15:50, Red Janequinha said…
Ai está o verdadeiro espirito do romantismo!
Nada me faz sentir mais viva do que sofrer por amor... Sou daquelas que não consegue viver sem sentir o arrepio na espinha, as dores constantes de barriga, levantar-me pela manha e pensar "será que vai ser hoje".
Beijo
Janeca
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