kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

sexta-feira, outubro 02, 2009

AINDA SOU PRESO...




Sinceramente, o único motivo de interesse/curiosidade que reveste as próximas eleições autárquicas, é saber se Portugal é realmente país para eleger quatro políticos eternamente a braços com a justiça. Isaltino Morais, Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres e Valentim Loureiro - que andou generosamente, e por coincidência apenas, a distribuir bilhetes gratuitos para um concerto de Tony Carreira - encheram-se de coragem política e abnegação e voltaram a candidatar-se às autarquias do costume.

Por partes:
Isaltino Morais é presidente da Câmara Municipal de Oeiras desde 1985, e durante esse período de tempo ainda arranjou disponbilidade para ser presidente da Comissão Política Distrital de Lisboa e ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente do governo de Durão Barroso. Já este ano, foi condenado a uma pena de sete anos por crimes de fraude fiscal, abuso de poder, corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais. Foi também condenado a pagar uma indemnização de 463 mil euros ao Estado. Como recorreu da sentença a coisa ficou suspensa e o homem pode exercer à vontadinha o mesmo cargo onde cometeu todos os crimes acima enumerados.
Ah, pertence à Maçonaria...

Fátima Felgueiras tomou conta da autarquia de Felgueiras em 1995, quando o então presidente se retirou para assumir um lugar como deputado na Assembleia da República. O resto é história bem conhecida. Mas em 2005 (convém lembrar) a senhora, a aguardar julgamento, volta a concorrer à Câmara, desta feita como independente, e reconquista a liderança da cidade. Resumindo, foi considerada CULPADA pelos crimes de corrupção e de financiamento ilegal da secção local do PS, mas a pena foi suspensa. Chama-se mesmo Felgueiras...
(A senhora agarrada a ela na fotografia foi quem lhe pagou a viagem ao Brasil)

Avelino Ferreira Torres, para além de ser extremamente irritante e de ser o terceiro deste grupo com um nome que não lembra ao menino Jesus, foi presidente da Câmara do Marco de Canaveses de 1983 a 2000. Para além disso ainda teve tempo para ser arguido no famoso caso do Apito Dourado - o que pode ser natural para um antigo dirigente do Conselho Nacional de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol - e num processo judicial pelos crimes de suspeito de corrupção, peculato de uso, abuso de poder e extorsão. Foi absolvido este ano pelo tribunal local.
É mesmo assim feio e chama-se mesmo Avelino.

O nosso Major, para além de ter sido presidente de um clube que por causa da sua gestão - e da do seu filho, herdeiro monástico da coroa da Boavista - anda pelas ruas da amargura, moribundo, foi também presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, cargo que abandonou... para assumir o de presidente da Assembleia Geral do mesmo organismo. É presidente da Câmara Municipal de Gondomar desde 1993, ano em que trouxe à forma de fazer política o poder, não da palavra ou da imagem, mas do electrodoméstico, e nos tempos livres conseguiu acumular, respectivamente, os cargos de presidente da Junta Metropolitana do Porto e de presidente Conselho de Administração da Empresa Metro do Porto. Foi condenado a três anos de prisão pelos crimes cometidos no âmbito do caso do Apito Dourado mas, imagine-se, a pena foi suspensa.
O seu maior crime terá sido dar dinheiro ao filhinho para formar uma banda chamada BAN...