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Bom Karma... ou não!

domingo, setembro 06, 2009

POLITICACA 3

O estado deplorável da política portuguesa é alimentado (especialmente) pelos media. Esta polémica da TVI e da Manuela Moura Guedes é só mais um calhau na engrenagem. Pessoalmente, parece-me que um político inteligente como José Sócrates não permitiria uma entropia deste género a poucas semanas das eleições. Acredito ainda menos que um partido como PS - ou como outro qualquer, diga-se - resolvesse, a tão pouco tempo de uma prova de fogo das dimensões de uma eleição, criar uma polémica deste tipo, e que resulta invariavelmente numa péssima imagem para os seus representantes.

Para além disso, e como o próprio José Sócrates já referiu, foi o governo PSD-CDS que pressionou a mesma TVI para que calasse Marcelo Rebelo de Sousa. É daqueles coisas que só a política tem.

Fico preocupado quando ouço pessoas assumirem que vão votar na CDU ou no Bloco de Esquerda para tirarem Sócrates do poder. Pergunto-lhes se querem que a Manuela Ferreira Leite vá para o governo e respondem-me "nem pensar". Pergunto-lhes se sabem que se realmente conseguirem tirar Sócrates do poder não há outro partido para ocupar o lugar vago que não o PSD. Encolhem os ombros, gaguejam e sorriem como quem diz "eu na verdade não sei o que estou para aqui a dizer".

Acho importante o papel de Francisco Louçã nesta campanha. Por causa dele, o BE é o único partido que não se limita a atacar o partido do governo. Lembra o que Manuela Ferreira Leite fez quando era ministra, o que Paulo Portas fez enquanto ministro, e lembra constantemente os eleitores das políticas que a direita tanto defende. Francisco Louçã alerta-nos também para os negócios menos claros entre o governo e a GALP e a Mota-Engil, por exemplo. Gosto disso, e considero de uma importância vital para o real estado da nação. Mas Louçã esquece-se de que o povo se está perfeitamente nas tintas para esses assuntos. Não se identifica com eles, não os compreende e na realidade não sos considera sequer interessantes, quanto mais importantes. O povo, muito compreensivelmente, quer saber do preço do pão, da electricidade, dos combustíveis, das propinas e das viagens para as Canárias. É este o país que temos, Francisco.