ENTÃO PASSO A EXPLICAR...
Foi tudo muito rápido e feito em cima do joelho com o peso todo do corpo em cima da outra perna enquanto alguém me fazia cócegas e me puxava o cabelo enquanto gritava bem alto e num tom agudo qualquer coisa parecida com "RITIMIPIFIRITITITITITITI"...
Ou seja, foi uma enorme confusão a minha entrada na faculdade. E acreditem, de toda a gente no mundo que me conhece, ninguém está mais abananado do que eu. Já tinha desistido da ideia de entrar numa coisa destas há uns bons quinze anos. E, como já disse, foi tudo feito às três pancadas. Soube da época de matrículas mesmo em cima da hora, não estudei nadinha para a prova de português - e, perdoem-me a publicidade, tive a melhor nota -, soube da entrevista dois dias antes dela acontecer, e, lá chegado, não percebi se tinha corrido bem ou não. Quarenta candidatos para apenas cinco vagas, todos a desesperarem no corredor da faculdade, e eu ainda a pensar o que estava ali a fazer.
Mas lá entrei. O terrível disto tudo é o ensino público em Portugal não ter aulas à noite. Quer isto dizer que a principal razão porque tentei entrar na faculdade - já agora, no curso que sempre quis tirar e que se chamou outrora jornalismo, mas que agora apresenta o pomposo nome de Ciências da Comunicação, Assessoria e Multimédia -, aprender realmente qualquer coisa, já se foi pelo ralo abaixo e a todo o gás. Vou ter obrigatoriamente de tentar fazer o curso por exames, sem qualquer garantia de que o consiga, e sem... e sem aprender realmente nadinha.Paciência. Vou assumir a postura de todos os que entrem para a faculdade: "Já estou lá dentro e já". Só não sei é se me começo a embebedar diariamente e como se não houvesse amanhã, se me começo a vestir de preto e a balbuciar coisas sem nexo, e se abdico totalmente de toda a minha inteligência e capacidade de raciocinar como um verdadeiro ser humano...
Fiquei muito contente com as manifestações dos meus amigos - a quem agradeço o apoio -, especialmente a de uma bela moça que já me considerava um "futuro colega". Minha querida Inês, infelizmente não estou a contar desempenhar novamente o papel de jornalista. A idade e a vidinha que levo parecem não mo permitir. Há 16 anos fui «jornalista» do jornal O Jogo. Foi um sonho curtinho, mas um sonho na mesma. Adorei a experiência, como soube sempre que ia adorar, e encho-me de orgulho pelos resultados obtidos - por vezes, bem melhores do que os apresentados por colegas jornalistas à séria. Mas a minha carreira no jornalismo fica por aí. Gostava, não o escondo, de respeitar a herança deixada pelo meu avô – repórter de guerra em África -, e que justificou, durante os primeiros anos da adolescência, a opção controversa de querer ser jornalista. Não acredito é que daqui a quatro anos - a correr bem – algum jornal da nossa praça decida investir num profissional da informação com quase quarentas…
Uma última palavrinha para a Bárbara, que foi quem mais trabalhou para que eu conseguisse entrar na faculdade. Foi a minha consciência – aquela coisa que eu não tenho -, e daquelas consciências que não nos largam os ouvidos. Empurrou-me para fora do meu eterno comodismo, e fez-me acreditar que eu conseguia. E consegui. E graças a ela. E é por ela também que me vou dedicar ao curso – na medida do que me for permitido – com a máxima dedicação.
Bem, chega de conversa da treta. Vou trabalhar e à hora do almoço volto aqui para tentar inventar alguma coisinha para escrever… como ainda não tenho as minhas fontes de informação em dia…
4 Comments:
At 17:15, Anónimo said…
mesmo amuada por não me incluires na tua lista de links...
não resisto a dar-te os parabéns.
manda-te com força, mostra ao mundo como o livre arbítrio é uma das forças mais poderosas do universo...
e créditos à b, se são merecidos... talvez ela possa usar os métodos semelhantes com outras "vítimas"... ;)
At 08:38, karmatoon said…
A inclusão na lista será efectuada hoje, palavra de mim.
O livre arbítrio é realmente uma das forças mais poderosas do universo, mas continua a ser uma das mais desrespeitadas.
Se ela começar a usar o mesmo método compulsivamente ainda acaba conhecida como a Madre Teresa dos indecisos...
Obrigado pela força e beijinhos
At 22:37, pinkpoetrysoul said…
"Só não sei é se me começo a embebedar diariamente e como se não houvesse amanhã, se me começo a vestir de preto e a balbuciar coisas sem nexo, e se abdico totalmente de toda a minha inteligência e capacidade de raciocinar como um verdadeiro ser humano..."
nao percebi muito bem esta parte.......:p Parabéns Nuno!!
At 15:57, Anónimo said…
Jornalismo e ciências da comunicação, etc, etc são coisas diferentes... Normalmente ensinam tantas outras coisas, que se esquecem de ensinar a escrever.
Tu não hás-de precisar.
Boa sorte
Enviar um comentário
<< Home