kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

domingo, fevereiro 11, 2007

A seguir fui ver Little Children - recuso-me a escrever a tradução do
título. Fui um bocado a medo, já que, depois de Babel, nada me
parecia sequer apetecível.
E fui surpreendido.
Surpreendido porque é um belíssimo filme, e porque o trailer, que já
me havia despertado a curiosidade, apontava mais para um universo
desconfortável e denso - mais ao género de um Todd Haynes, por
exemplo -, e não para a história que nos é dada a ver.
É divertido, leve, e inteligentemente escrito. Os diálogos são
deliciosos, sempre sem perder a noção de que por trás de tudo aquilo;
por trás de um bairro de meia-classe burguesa dos subúrbios
americanos, existem pecados - uma das palavras do título português -
que merecem ser desvendados.
No fim, a coisa adensa-se, de facro. Mas não chega a ser
incomodativo, ou desagradável. Mas serve como importante lição. Não
como Babel, mas num sentido completamente oposto.
Gostei.
Só tenho pena de o ter visto imediatamente a seguir ao filme mais
importante do ano. Confesso: não tive tempo de limpar a cabeça antes
de entrar em Little children.

O filme está nomeado para três Oscars. Melhor actor secundário,
Jackie Earle Haley (excelente), Kate Winslet (forçado) e melhor
argumento adaptado (...).

Etiquetas: