Hoje é um dia baralhado.
Muita coisa na cabeça.
Decisões, pensar se as devo ou não tomar, pensar nas que tenho mesmo de tomar; decisões relacionadas com pessoas, com burocracias, com atitudes, com o modo de fazer as coisas, de levar a minha vida.
Fantasmas que regressam, bloqueios que afinal ainda bloqueiam, reaprender a andar, e andar para trás um bocadinho.
Dinheiro, ou a falta dele, incertezas, inseguranças e desnorte.
Ando há demasiado tempo a deixar-me andar (passo a redundância).
Achei que o podia fazer, saltando de pico bom para pico bom, tentando não olhar para baixo, para o chão que os separa. Burrice. É como nos filmes, os que olham para baixo são os primeiros a cair.
No meio disto tudo...
coisas boas, como praia ao finzinho do dia, com direito a chuveirada, cama de rede no jardim, maçãs descascadas e tudo, comidinhas boas como o arroz de tomate divinal que a Cris fez ontem e que deu para comer até ficar mal disposto, o voltar ás noites loucas do barraco, que servem como a melhor terapia do mundo, carinho, miminhos e sono confortável, embora curtinho.
A imagem cada vez mais nitida das férias que se avizinham. Hoje dei-me conta de que em dez anos de trabalho nunca, como agora, precisei tanto de férias. O fisico tem limites, e a mente ainda mais. Preciso de parar de pensar, só por um bocado.
Deixem-me ser totalmente irresponsável por três semanas, não mais.
O jantar de despedida de uma amiga que vai para o estrangeiro trabalhar, logo à noite no Zé Bota com a malta do TUP. Parece que vão quase todos, o que garante à partida uma noite animada. Uma noite de memórias, desta vez, boas.
E mais...
um fim de semana, o próximo, que me vai obrigar a pensar nisto tudo. Um fim de semana com demasiado espaço livre; com uma área ampla demais para que eu me possa esconder de todos estes assuntos.
Refugio-me nos amigos? Enfio-me numa sala de cinema? Escondo-me no sono que me tem faltado?
5 Comments:
At 11:20, EL Graxa said…
A montanha russa da vida nem sempre é agradável, mas se assim nao fosse nao lhe davamos qualquer valor!
Por vezes a pressão dos acontecimentos até nem é maior mas o nosso estado de espirito torna-o maior ou quase insuportável, precisamos simplesmente de nos afastar, ganhar espaço fisico pra que o espaço mental possa fluir com os nossos pensamentos, dúvidas e/ou dualidades...
Tudo parece melhor estando longe, sem qualquer distracção ou influencia da rotina do dia-a-dia, longe de tudo e todos, e assim conseguir pousar a cabeça na almofada e suspirar de alívio, porque tudo parece mais fácil quando está lá ao longe...
Se precisares ocupar este tempo de que falas ;) usa o contacto, tou por cá, seja para um cafe à beira mar, um chã,um martini, um copo de leite,agua ou simplesmente andar pela calçada ou praia...ver um nascer do sol revitaliza alma e mente...
Como diria José Régio no lindo poema Cântico Negro...
"...Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí."
Ps- Vale a pena leres esta pérola da literatura portuguesa
At 11:28, karmatoon said…
Não seja por isso...
At 11:33, EL Graxa said…
Que posso dizer? admiro quem consegue transpor estados de alma tão conturbados em palavras :)
At 11:39, karmatoon said…
Amiga, só não consigo concordar contigo quando dizes "Tudo parece melhor estando longe, sem qualquer distracção ou influencia da rotina do dia-a-dia, longe de tudo e todos, e assim conseguir pousar a cabeça na almofada e suspirar de alívio, porque tudo parece mais fácil quando está lá ao longe...
". É que neste caso vai acontecer precisamente o contrário. A falta de rotina vai abrir portas a tudo o que escrevi no meu blog, bom e principalmente mau.
O bom surge naturalmente, como todos os dias, o mau viola, invade e força a sua entrada.
E obrigado pelo convite.
At 19:21, Anónimo said…
As noites loucas do barraco cá te esperam, miguito...
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