Em jeito de conclusão antecipada...
Este curso do TUP que agora se aproxima a passos largos do seu fim, ensinou-me - entre muitas outras - uma coisa. Ensinou-me a ter a eterna vontade de me mexer. Mexer o corpo, nem que seja para fazer gestos idiotas e ridiculos. Para dançar, para fazer sexo, para saltar, para correr melhor, para subir e descer escadas sem motivo aparente. Para gritar com todo o meu corpo, aquele eterno chavão, mas que realmente represente uma verdade absoluta. O nosso corpo tem a necessidade de gritar. O mais alto que conseguirmos. Sem vergonha que as pessoas olhem para nós.
Já tinha aprendido isso com a minha mãe.
Ainda menino, aprendi com ela que devemos assumir a pessoa que somos sem medos, sem vergonhas. Que nunca devemos ser a pessoa que os outros querem ou estejam à espera que sejamos. "Isso nunca!", dizia-me ela.
Poderão pensar que a minha mãe, hoje com 55 anos, é um pouco louca, destravada, mas eu tenho de contar isto...
Esta semana os meus irmão gémeos vieram-me fazer queixa dela. Supostamente iam na rua e viram a minha mãe do outro lado, no passeio oposto. Chamaram por ela e fizeram um qualquer tipo de palhaçada. A resposta da minha mãe do alto dos seus 55 anos foi pronta e sem hesitação. Sabem aquele gesto que se faz com uma ou duas mãos em que o único dedo bem esticado é o do meio? Pois bem, foi precisamente com isso que eles tiveram de levar, em plena rua, rodeados pelos seus amigos.
E a minha mãe? Sorriso rasgado na cara, continuou a conversa que estava a ter com uma vizinha.
Poderão obviamente criticar este tipo de atitudes, mas a verdade é que a minha mãe, por se ter divorciado há coisa de dezoito anos, sofreu dores de crescimento que julgava na altura já não existirem. Perdeu todos os amigos, foi condenada publicamente por tomar uma atitude que só a ela e ao meu pai dizia respeito.
Não foi a pessoa que todos os outros - sem nenhum direito para isso - esperavam (exigiam) que ela fosse.
A minha mãe dança, salta, mexe-se como ninguém. O seu corpo, castigado por uma doença nos ossos que nunca lhe dá descanso, já não se mexe como quando eu era pequenino e dançava ritmos de Angola com ela, mas grita mais alto do que todos os que conheço.
Já tinha aprendido isso com a minha mãe.
Ainda menino, aprendi com ela que devemos assumir a pessoa que somos sem medos, sem vergonhas. Que nunca devemos ser a pessoa que os outros querem ou estejam à espera que sejamos. "Isso nunca!", dizia-me ela.
Poderão pensar que a minha mãe, hoje com 55 anos, é um pouco louca, destravada, mas eu tenho de contar isto...
Esta semana os meus irmão gémeos vieram-me fazer queixa dela. Supostamente iam na rua e viram a minha mãe do outro lado, no passeio oposto. Chamaram por ela e fizeram um qualquer tipo de palhaçada. A resposta da minha mãe do alto dos seus 55 anos foi pronta e sem hesitação. Sabem aquele gesto que se faz com uma ou duas mãos em que o único dedo bem esticado é o do meio? Pois bem, foi precisamente com isso que eles tiveram de levar, em plena rua, rodeados pelos seus amigos.
E a minha mãe? Sorriso rasgado na cara, continuou a conversa que estava a ter com uma vizinha.
Poderão obviamente criticar este tipo de atitudes, mas a verdade é que a minha mãe, por se ter divorciado há coisa de dezoito anos, sofreu dores de crescimento que julgava na altura já não existirem. Perdeu todos os amigos, foi condenada publicamente por tomar uma atitude que só a ela e ao meu pai dizia respeito.
Não foi a pessoa que todos os outros - sem nenhum direito para isso - esperavam (exigiam) que ela fosse.
A minha mãe dança, salta, mexe-se como ninguém. O seu corpo, castigado por uma doença nos ossos que nunca lhe dá descanso, já não se mexe como quando eu era pequenino e dançava ritmos de Angola com ela, mas grita mais alto do que todos os que conheço.
2 Comments:
At 14:18, EL Graxa said…
;) ( porque um sorriso vale mais que mil palavras...)
Abraço grande..como eu...
At 09:57, karmatoon said…
Ora sim!
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