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Bom Karma... ou não!

segunda-feira, junho 28, 2010

VENHAM ELES

Quanto ao jogo entre Brasil e Portugal só me apetece concordar com os que acham que foi uma oportunidade perdida. Uma oportunidade de vencermos os de amarelo e de os fazermos engolir a clássica cagança. E preocupa-me a eterna postura lusa de "se vamos jogar com alguém melhor que nós, vamos com cautela". Não era preciso e nem se justificava. Estatisticamente que se lixe, somos bem capazes de ser melhores que os jogadores do Brasil, ponto final.

De resto, os inevitáveis erros de arbitragem dos jogos de ontem. Inevitáveis porque sinceramente parecem bem mais do que simples erros e juntam-se a casos vergonhosos de (presumível) favorecimento como o do golo marcado por Luís Fabiano com a ajuda intencional do braço. Na sequência desse lance, claríssimo, o árbitro encetou uma animada conversa com o jogador brasileiro e não me lixem, não preciso saber ler os lábios para ter a certeza do teor dessa pequena converseta.



O mundial da África-do-Sul fica marcado também pela qualidade de jogo de algumas equipas consideradas «secundárias». Por isso mesmo nunca fui na conversa de biltres da categoria de Joseph Blatter e do muito nosso Gilberto Madaíl, que sempre se insurgiram contra a presença destas selecções quando em detrimento de outras, mais conceituadas. Uma olhadela rápida para as de primeira linha e para as suas prestações nesta competição, é suficiente para perceber que esses tempos já lá vão.

A Inglaterra foi roubada contra a Alemanha, sim senhor, mas nem sequer merecia o apuramento para oitavos-de-final. A França foi o que foi e a Itália envergonhou-se sem a ajuda de terceiros. Por esta mesma razão não tenho medo da Espanha no jogo de amanhã com Portugal. Não foi esta Espanha a campeã da Europa há dois anos; não foi este o sistema de jogo nem este o treinador. Para além disso, dois anos são dois anos. Podemos perder? É claro que podemos perder, eles são bons, individualmente e como equipa. São melhores que Ronaldo, Coentrão e restante companhia? Não. Lamento mas não são.

E no entanto lá voltaram os felizes aráutos da desgraça, que já vaticinam a miséria lusa e o regresso em desgraça para a pátria-mãe. Nunca será um regresso em miséria. Qualquer equipa que consegue chegar a esta fase de um mundial já tem garantida uma considerável dose de sucesso. Portugal já a conseguiu e com um extra não tão pequeno quanto isso: é uma das equipas mais entusiasmantes deste torneio e a que mais encanta ver jogar. Apesar de uma Alemanha mais brasileira que os brasileiros - cada vez mais alemães - e apesar de uns argentinos que não conseguem perder uma bola e que aprenderam o melhor de Maradona - o seu coração.