Orgulho e Preconceito – Revisão

No dia 20 de Janeiro de 2006, deixei aqui a minha impressão do filme Orgulho e Preconceito, baseado na obra homónima de Jane Austen. Mais de um ano depois, voltei ao filme, no conforto do lar, e a minha visão mudou ligeiramente. Para melhor.
É um filme de uma delicadeza quase insustentável. Belo, de fino trato e elevado estatuto sócio cultural.
A banda sonora é sublime e enganou-me, ao fazer-me acreditar que seria obra de um senhor chamado Michael Nyman. Esqueci-me que existe um outro compositor, Dário Marianelli, responsável por partituras sempre belíssimas. As minhas sinceras desculpas.
Fiquei ainda mais apaixonado pelo filme. Pelos actores - todos magníficos e tão verosímeis no classicismo de Austen -, pela fotografia, pela câmara…
E depois adoro uma boa e forte história de amor. Daquele amor que nos rouba a força às pernas, que nos faz engasgar e perder a voz nos momentos menos próprios, que nos obriga a transpirar mesmo no mais frio dos Invernos. Esse tipo de amor que – lamento suspeitar – já caiu em desuso.

Escolhi as duas cenas que obrigatoriamente retive com mais nitidez. As cenas que voltei a ver assim que acabou o filme.

Na primeira, é notável o trabalho de Matthew Macfadyen, especialmente no último momento em que quase não resiste e «estraga» tudo com um beijo. A sério, tão bem desenhado que até foi motivo de conversa, a aparente facilidade com que um actor faz aquele quase-gesto sem cair no exagero. Muito subtil.

Estou derretido, que querem? O meu coração trintão está a amolecer…