A falta de esperança é algo demasiado dramático e definitivo.
Existe outro sentimento não menos negativo que nos retira horas de sono e clareza no pensamento: o deixar de acreditar.
E não são, de facto, a mesma coisa.
O deixar de acreditar é uma sombra pequenina, que se instala no coração, mais do que na mente, e que transporta um peso incomensurável. Como uma bolinha de chumbo, pequena mas muito densa.
A falta de esperança é desesperante. Assim, sem mais.
Sempre fui céptico, por isso mesmo sei que cepticismo e não acreditar não são uma mesma coisa. "Não acredito em espíritos", isso é cepticismo. "Não acredito em Deus", também.
Não acreditar em projectos, não acreditar em pessoas, não acreditar que somos capazes, não acreditar em governos, sentimentos, emoções, promessas, isso é pura e simplesmente não acreditar.
E é triste essa convicção. Imprime tristeza e solidão.
E raramente tem remédio.
1 Comments:
At 13:27, kikokid said…
Não acredites, não faças parte, não cedas, não te acanhes, não permitas o corromper.
Não ser, é ser à mesma, algo nada fácil é certo, mas é ser.
Não acreditar é sem dúvida diferente de não ter esperança.
Não acreditar será por certo ter a esperança do algo melhor que ainda está por vir. E talvez se morra por dois ou três segundos sem se ter sentido algo de novo/melhor. Talvez se passe uma vida sem encontrar a crença.
O desespero é por si a esperança e o acreditar- a contradição que leva ao acto: continuado ou espontâneo, onde o legado é visível/invisível para quem fica.
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que se sente num beijo?
que lembra um gato?
porquê cosinhar os alimentos?
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