kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quinta-feira, abril 12, 2007



Continuando...

Há coisa de ano e meio - mais coisa, menos coisa -, tomei a decisão de dar um passo importante. Dois passos importantes. Melhor, um passo importante com as duas pernas. Duas pernas, uma para cada objectivo.
Não foi a coisa mais fácil de se fazer. Não foi a decisão mais simples de se tomar. Foi, aliás, bastante complicada.
Para toda a gente ao meu redor, esta decisão teve o sabor da precipitação, e eu compreendo bem porquê. Ninguém, a não ser eu, sabia na altura - ou chegou sequer a compreender - as razões que me levaram a fazer o que fiz.

Os meses que se seguiram à minha saída de casa e de um casamento que parecia ser para sempre, foram confusos, dolorosos e desgastaram-me, ao mesmo tempo que me ajudavam a renascer - não sei ainda se para um Nuno melhor ou pior.
Os meses que se seguiram à decisão de lutar por um amor que se começava a criar dentro de mim; um amor confuso, agitado e solitário, não foram os melhores da minha vida. No entanto, foram os mais saborosos desta minha nova vida.

Agora, passados que são 16 meses desde que assumi estas decisões, começo a perceber um sem número de novas e não menos difíceis facturas para pagar. Já sabia, em Novembro de 2005, que as coisas nunca poderiam vir a ser simples. A minha vida, nessa altura, estava enquadrada num panorama social/familiar que obviamente não serviria para simplificar um processo como este. Nunca pensei, contudo, que o preço a pagar por decisões importantes viesse a ser tão alto. E triste.

A partir do momento em que me dei conta do que iria inevitavelmente acontecer, percebi que, mais tarde ou mais cedo, iria acabar sozinho nisto tudo. Sendo que "isto tudo" não é mais do que a minha vida, desde que saio do emprego - um irónico oásis onde sempre me sinto bem -, até que deito a cabeça na almofada para dormir. E como há uns anos - terriveis anos -, anseio por essa hora bendita, a de dormir, para me sentir igual a todas as outras pessoas. A essa hora, não existe solidão, não existem problemas, não existem pessoas que por já não existirem na vida real me fazem sentir tanta dor. A essa hora, e nas horas de sono e sonho, não tenho de abdicar da minha vida, não tenho de abdicar dos meus amigos de sempre, não tenho de sentir as dores provocadas pelas dúvidas. A essa hora, não existem fantasmas. Nem um. Refugiado no meu sono, sou a pessoa mais forte do mundo. A mais segura de si, inabalável, indestrutivel, confiante.

Infelizmente não basta o assumir de decisões para que tudo corra bem. Aliás, nunca nos são dadas garantias de que tal vá acontecer. É largar o trapézio na esperança de que lá em baixo exista uma daquelas redes que sempre quisemos experimentar. Por nos parecerem divertidas.

Foram duas decisões apenas. Duas. Mas que revolucionaram a minha vida. Ainda não parei de me mexer, ou seja, ainda não assentei a minha vida, nem sei quando vou fazer isso. Foram decisões arriscadas, nesse sentido, e por isso mesmo ainda me fazem algum mal. Mas voltava a tomá-las. Sem pensar duas vezes.

Se aprendi uma coisa nestes 16 meses que passaram, é que, para lá de todos os defeitos, para lá de todas as fraquezas, para lá de todas as consequências, sou um homem que, quando a necessidade surgir, sei tomar decisões e mudar a minha vida, se assim tiver de ser.

Mas para já, neste preciso momento, e por todas as razões de que não quero sequer falar aqui, sinto-me sozinho e triste, e não há nada a fazer...

7 Comments:

  • At 20:29, Blogger Supirinha Amarela said…

    Quando sentires que a tua vida estabilizou, isso significa que estás a andar para trás.
    Continua sempre a mexer(-te)!

    Beijinhos amarelos e um abraço muito apertado.

     
  • At 15:07, Blogger Unknown said…

    pelo contrário, há tudo a fazer e isso é bom :)

    Abraço

     
  • At 16:42, Anonymous Anónimo said…

    e há sempre um amigo disposto a consolar, a confortar, , a chorar contigo as tristezas, a ajudar-te a rir de ti próprio, a mostrar-te o valor das tuas capacidades, a compreender as tuas opções e muito mais... mas, às vezes é preciso puxar bem pela cabecinha para nos lembrarmos onde é que essa pessoa está!Mas, trust me, existe até mais do que uma dessas pessoas....

     
  • At 17:24, Blogger karmatoon said…

    Querido(a) anónimo(a), agradeço as tuas palavras mas acredita, eu sei bem onde estão esses amigos. Sei quem são e onde os encontrar. Aliás, é a única coisa de que me posso realmente orgulhar na vida: o fantástico e gigantesco grupo de maravilhosos amigos que tenho. O problema passa unicamente pela distância que se cria entre amigos sem que se possa apontar uma responsabilidade. Quando essa distância é criada por motivos tão fortes quanto estúpidos.
    Se quiseres uma imagem, esta serve: quando não podemos estar com um amigo disposto a consolar, a confortar, a chorar connosco as tristezas, a ajudar-nos a rir de nós próprios, a mostrar-nos o valor das nossas capacidades, a compreender as nossas opções e muito mais, por serem prcisamente esses amigos as únicas pessoas com quem não podemos estar. Não por nós ou por eles, mas por terceiros que demonstram fraca consciência destas coisas da amizade.

    Obrigado e volta sempre.

     
  • At 11:57, Blogger S. said…

    Eu gosto de ti.

     
  • At 19:17, Anonymous Anónimo said…

    Chi
    Tanto a dizer...

    beijo, apertadinho.

     
  • At 18:07, Blogger zito hioshimito said…

    Eu gosta tu, papi!

     

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