Finalmete vi o filme Crash. O tal que levou a estatueta de melhor filme na cerimónia dos Oscars e que por isso mesmo surpreendeu meio mundo. O meio mundo que não o viu, certamente, porque mereceu esse e todos os prémios que levou para casa.
É uma obra poderosa e incontornável. Feita de e sobre gente. Como nós. De carne e osso, como raramente se vê no cinema actual. Actores todos em absoluto estado de graça. Sem personagens principais ou secundárias. Todos reais e igualmente importantes.
Só aparentemente é este um filme sobre a intolerância racial. Provavelmente é essa a primeira imagem com que ficamos depois de o vermos. A verdade é que Crash fala das pessoas estarem fartas umas das outras, mas também do facto de não conseguirmos passar uns sem os outros.
É o que se ouve logo ao início, it's the sense of touch (...), I think we miss that touch so much that we crash into each other just so that we can feel something. E sim, sente-se a influência de outro filme incontornável, Magnolia, mas nunca sem querer cair no erro fácil da repetição.
E quase no fim, quando começamos a perceber a calma da redenção; a bonança após a tempestade, alguém pergunta something's funny? E a resposta é única: People man. People...
2 Comments:
At 14:03, Carlos said…
People, meu.
People.
E serve para os posts que tens aí em cima deste.
At 17:48, karmatoon said…
Na perfeição, diga-se...
Pessoas tão próximas e no entanto tão distantes.
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