Esta noite, depois de um bolso largo de mais para o guardar, depois de um vidro fraquinho de mais para o proteger, o meu telemóvel foi levado.
Alguém que não o conhecia de nenhum lado levou-o. Era meu. Era de mim que ele gostava e, tenho a certeza, era comigo que ele queria ficar. E mãos estranhas levaram-no.
Feriram o carro, muito querido e que não merecia tal tratamento, e levaram o meu telemóvel.
Se quem o levou por acaso ler isto por favor saiba que ele gosta muito de bolsos quentinhos e não muito espaçosos. Que adora a escrita inteligente e que tem especial predilecção por um certo número de telefone. Um pelo qual ele se perdeu de amores e que lhe mandou mensagens muito bonitas.
Tratem-no bem, por favor.
1 Comments:
At 20:22, S. said…
Sim, mauzões insensíveis. Devolvam-no, se fazem favor.
Nuno... eu sei o que é a dor de perder, nem tanto o telemóvel, mas as mensagens, as recordações, os sorrisos que essas mensagens provocaram, os números especiais que o bichinho já sabia de cor e adivinhava sempre que queríamos marcar. Aquele cuja frequência já conhecíamos tão bem que sabíamos, antes de o ouvir, quando ele ia tocar.
Vai ser difícil domesticar bicho novo, ensiná-lo quem é de bem e quem não é para atender, mas vais ver que logo, logo, ele se enche de novas mensagens, ainda mais doces, mais queridas, mais marcantes que o anterior.
Life goes on, até para os telemóveis.
:)
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