A propósito de um comentário que a minha querida Patricia fez ao meu post acerca da fast-food...
Tantas vezes me acusaram de ser demasiado romântico ou de romantizar a vida em excesso; tantas vezes me chamaram de piegas e lamechas.
É verdade.
Ás vezes até eu me irrito comigo mesmo por ser assim. Porque tantas foram, e são - as vezes em que me dou mal com esta mania de ser romântico - e por favor não associem a palavra romântico só ás coisas do amor, ok?
Mas por outro lado, acho incrivel como é que muitas das pessoas que me criticam essa caracteristica são as mesmas que advogam que a vida vale pelas pequenas coisas e outros cliches do género.
Gosto destes cliches.
Gosto de os seguir sem hesitar.
Porque gosto realmente da brisa na tromba, porque gosto do toque de uma mão no cachaço, porque gosto dos abraços da Ana, sempre com força e vontade - um abraço não é coisa que se desperdice - porque gosto de mimo da forma mais doce que existe; porque fazer sexo com alguém não acaba no momento em que acaba, aliás, nunca acaba se assim não quisermos, porque o antes e o depois, ao fim e ao cabo, são a melhor coisa do mundo. Caramba, pois se ainda há dias deixei aqui o poema do Chico que fala precisamente disso!
Não me lembro particularmente de nenhum orgasmo que tenha tido ao longo destes anos todos de carreira, ou melhor, de vida! Mas guardo alguns momentos desses, os antes e os depois, os como chegar a, os primeiros olhares, as primeiras palavras, o primeiro sorriso cúmplice.
Essas sim, são as pequenas coisas da vida que levo comigo, que marcam cada uma das pessoas que existem para sempre na minha memória.
Como quando abracei o Zé e ele ficou tão atrapalhado que parecia uma tábua de engomar. Como quando perdi a virgindade a meio de um jogo de basquetebol. Como quando o Romeu - o meu gato, atenção - deita a cabeça dele na minha almofada. Como, sempre que desço aquela rua para a Ribeira de Gaia, me maravilho com a vista mais bonita do mundo. Como o cheiro de Lisboa, para sempre tão identificativo.
As minhas pequenas coisas da minha vida.
O meu verdadeiro álbum de fotografias.
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