Querida Ana, a Amarela,

só tu farias um comentário a um post meu que não contém mais do que a letra de uma canção.
Certo, é uma canção emblemática da música popular brasileira, mas mesmo assim, gosto de sentir a maneira como sentes certas coisas.
E não sei se te referias à beleza das palavras de Chico Buarque ou ao sentimento que as impregna.
Pela parte que me toca, acho que é a sensação mais incrivel que já experimentei. Esquecermo-nos de que o mundo existe e pela melhor das razões, a que está tão bem descrita nas palavras do poeta. Convencermo-nos de que a parede que nos separa do mundo lá fora é suficiente para nos distanciar de tal forma dele, que deixamos de lhe pertencer. O velho cliche, sabes? O tempo pára. O mundo pára. Os sons param. Tudo pára, menos os corpos.
Mesmo quando se tem muito sono de manhã.
Essa sensação de que não há mais nada a não ser aquilo. Essa sensação de protecção.

Se estavas a falar apenas da beleza das palavras...
então acabei de fazer figura de urso e mandei-me para aqui a falar de coisas que não interessam a mais ninguém...