kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

sexta-feira, abril 07, 2006

Hoje é a última aula no TUP.
Esperam-nos uma semana de férias - que eu não queria ter - e cinco de ensaios, seguidas de 11 dias com o espectáculo em cena no Teatro do Campo Alegre.

Mas nada será como até aqui. Estes dois meses que estivemos juntos nas aulas de movimento com a Anabela, nas de voz com o Jorge e nas de interpretação com o Luciano, serviram para aprender muito mais do que como fazer teatro.
O nosso «querido» vice-presidente do TUP escreveu há dias no quadro negro da nossa sala a palavra DISPONIBILIDADE. Assim, em letras garrafais. É bem verdade que nem sempre essa disponibilidade foi aplicada ao trabalho, mas também é verdade que este curso nos ensinou a ser pessoas mais disponiveis, e não só para as coisas do teatro. Ensinou-nos a ser pessoas disponiveis para nós. A estar para e por nós, sempre. Abertos, sugestionáveis, folhas brancas. Não fazer cara feia a idéias novas, a palavras novas.
A comparação é hedionda, mas um assassino profissional está sempre pronto a matar, se assim lhe for pedido. Nós aprendemos a ser pessoas sempre disponiveis a ser pessoas, mesmo que não nos seja pedido.

Ao mesmo tempo desenvolvemos relações pessoais, algumas mais íntimas do que outras, naturalmente. Hoje em dia, apetece-nos estar juntos. Sentimos vontade de conversar, de trocar idéias, de sermos, de sentirmos, de estarmos.
Ontem, durante a execução de um exercício em que todos estavamos de olhos vendados, enquanto ouvia os sons produzidos pelo resto da turma pensava que aquilo era como voltar a ser criança no recreio da escola.
Poderá ser um cliché, certo, mas o facto é que entre os dezasseis alunos que formam esta turma, as idades variam entre os dezanove e os trinta e quatro anos, e no entanto...
Sempre que há a oportunidade, portamo-nos todos como putos de doze, divertimo-nos todos como putos de doze, e - poderá ser impressão minha mas... - todos ficamos tristes como putos de doze quando acaba o dia de aulas.

Quanto às aulas com o Jacinto, também o nosso encenador, falarei depois do espectáculo. É um trabalho que não pode ser indissociado da encenação e dos ensaios, e como tal, poderia estar a ser injusto, incompleto ou exagerado na minha apreciação. Uma coisa é certa, e disso posso já falar com certeza, é mais uma pessoa a ficar no nosso coração, outra das coisas que todos ganhámos neste curso: o contacto com seres humanos extraordinários, carinhosos, generosos.

Quanto ao resto...
Tenho de fazer isto:
Gonçalo, Teresa, Arminda, Carla, Rita, Leonor, Joaquim, Nuno L., Pedro, Sara, Marisa, Aileen, Milene, Natalie, Silvia.
Volto a dizer os vossos nomes quando acabarmos o nosso espectáculo. Tenho orgulho em fazê-lo.
Mil beijos

1 Comments:

  • At 17:48, Blogger Leo Valmont said…

    Tens toda a razão no que dizes e na forma como o dizes.... Revejo-me nas tuas palavras por isso faço delas minhas.
    Espero sinceramente que o terminar das aulas, daqui a praticamente dois meses, seja apenas o início de uma longa caminhada em conjunto... Acredito que isso vai acontecer...

     

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