kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Passei-me!!!
Este fim de semana fui, nada mais, nada menos, do que quatro vezes ao cinema!
Quase uma overdose...

Vi este, Two For The Money, de pé atrás. Por achar que ia assistir a mais um desenrolar de tiques já habituais do Senhor Al Pacino, que ultimamente mais não tem feito do que passear-se pelos filmes em que participa a meio gás, sem brilho, sem faísca. Mas... enganei-me. Ou melhor, não andei muito longe do meu vaticínio, os tiques de facto estão lá todos, mas o filme acaba por ser interessante o suficiente para nos fazer esquecer de que já vimos este senhor bem melhor do que nos últimos dez anitos de carreira.
Para além disso foi uma oportunidade de rever o trabalhos de dois outros actores que tanto aprecio, Matthew McConaughey e a bela, belíssima, René Russo. E em boa forma, ambos.
Não chorei o dinheirinho...





Este Walk The Line fui vê-lo com um brilhozinho nos olhos. Por admirar a carreira de Johnny Cash e por admirar o homem Johnny Cash.
Desde pequeno que fui sendo atraído para o homem de preto pelas palavras de inúmeros cantores e músicos, dos mais variados sectores do mundo da música, que se diziam imensamente influenciados pelos quase sessenta anos de carreira construídos por este verdadeiro monstro da música norte-americana. Ao mesmo tempo fui desenvolvendo uma simpatia inexplicável pelo homem e pela sua vida. As opiniões eram unânimes. Cash era um bom homem, humilde e com um coração maior do que a vida.
O resto?
O resto é somente a voz mais impressionante que a música viu nascer.
As palavras cantadas no limite do que seria aceitável à época em que foram escritas.
O fugir a uma atitude rock - difícil, para quem acompanhava Elvis Presley e Jerry Lee Lewis nas digressões - em virtude do assumir de uma personalidade puramente country e folk.
Não sou propriamente fá de biopics, por considerar que a dificuldade de condensar uma vida em duas horas de filme acarrete sempre grandes falhas ao nível do enredo que se quer sempre interessante e magnético. este filme não consegue inteiramente fugir a isso. Mas compensa pela entrega dos actores, principalmente de uma Reese Witherspoon simplesmente luminosa. Compensa pela aura de sinceridade que o filme carrega consigo, a sinceridade que marcou a vida de Cash.
E compensa por um momento. Um daqueles momentos que marcam um filme.
Explico.
Logo nos primeiros minutos de Walk The Line, enquanto seguimos a infância difícil de J.R. Cash, damos por nós lado a lado com o miúdo na margem de um rio enquanto ele pesca, à espera do irmão mais velho que - não sabe ainda - nunca vai chegar. E é quando ele olha por cima do ombro para o caminho por onde o irmão devia chegar; quando nós vemos nos olhos da criança um misto inumerável e indescritível de dúvidas, que nos apercebemos de que é daquele tipo de olhar que se fazem os verdadeiros actores. Provavelmente muitos actores adultos e experientes não conseguiriam recriar aquela expressão com facilidade...

Ora...

este Aeon Flux não se me apresentava como uma escolha óbvia. Bem, talvez pela hipótese de hora e meia de divertimento e acção a rodos. Mas no fim nem isso.A história passa-se na última cidade humana do planeta Terra, num já habitual cenário pós-apocalíptico. Normalmente estes ambiente são sempre apresentados como muito artificiais, as referências acabam por ser já clássicas do cinema de ficção científica. Or é precisamente aqui que reside o problema deste filme. A artificialidade é transportada para os personagens, para o argumento e, o pior disso tudo, para as interpretações, ocas e leves demais para nos agarrarem ao ecrã.

Salva-se o único motivo que de facto nos agarra ao ecrã. Aliás, que nos agarra de tal modo que os seguranças tiveram de me «descolar» dele no fim da sessão, tal era a força que eu exercia sobre aquele gigantesco pedaço de tela. Charlize Theron, senhoras e senhores! Charlize... Theron...