No disco Noites do Norte ao vivo, Caetanto Veloso divide a interpretação da música Cobra Coral - na minha opinião, uma das suas mais bonitas - com o grande Lulu Santos.
A música, na verdade, é muito pequenina e simples; um pequeno poema, daqueles que só Caetano sabe escrever.
Assim...
Pára de ondular,agora, cobra coral:
a fim de que eu copie as cores
com que te adornas,
a fim de que eu faça um colar para dar
à minha amada,
a fim de que tua beleza
teu langor
tua elegância
reinem sobre as cobras não corais.
E é só.
Nesta versão ao vivo, os dois músicos cantam este poema três vezes. Na terceira e última passagem, quando iniciam a frase com que te adornas, Lulu canta-a em segunda voz, arrancando de alguém na plateia - uma mulher - um aaaahh que soa totalmente a "meu Deus que imenso prazer".
E a partir desse instante é-me impossivel continuar a ouvir a canção sem um apertado nó na garganta. Aquela mulher deixou sair todo o prazer que sentia naquele momento; todas as emoções - não sei quais - que lhe subitamente lhe invadiram o coração. Tudo provocado por uma pequeníssima inflexão de uma voz. Um som, que de repente lhe transmitiu qualquer coisa maior do que ela, e que naquele segundo não lhe coube no peito.
Acho que deviamos todos fazer o mesmo mais vezes na nossa vida. Deixar sair as nossas emoções, os nossos sentimentos. Parece-me que passamos a maior parte da nossa vida a defendermo-nos mesmo sem sabermos do quê ou de quem...
A música, na verdade, é muito pequenina e simples; um pequeno poema, daqueles que só Caetano sabe escrever.
Assim...
Pára de ondular,agora, cobra coral:
a fim de que eu copie as cores
com que te adornas,
a fim de que eu faça um colar para dar
à minha amada,
a fim de que tua beleza
teu langor
tua elegância
reinem sobre as cobras não corais.
E é só.
Nesta versão ao vivo, os dois músicos cantam este poema três vezes. Na terceira e última passagem, quando iniciam a frase com que te adornas, Lulu canta-a em segunda voz, arrancando de alguém na plateia - uma mulher - um aaaahh que soa totalmente a "meu Deus que imenso prazer".
E a partir desse instante é-me impossivel continuar a ouvir a canção sem um apertado nó na garganta. Aquela mulher deixou sair todo o prazer que sentia naquele momento; todas as emoções - não sei quais - que lhe subitamente lhe invadiram o coração. Tudo provocado por uma pequeníssima inflexão de uma voz. Um som, que de repente lhe transmitiu qualquer coisa maior do que ela, e que naquele segundo não lhe coube no peito.
Acho que deviamos todos fazer o mesmo mais vezes na nossa vida. Deixar sair as nossas emoções, os nossos sentimentos. Parece-me que passamos a maior parte da nossa vida a defendermo-nos mesmo sem sabermos do quê ou de quem...
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