kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quinta-feira, novembro 23, 2006

Uma mulher sem cabeça...

Ontem fui comer uma salada de fusilli, camarão, queijo, frango, feijão verde, com respectivo molho de alho, um sumo de maçã/banana, umas trincas numa meia ssndes de paio que alguém não conseguiu acabar, nachos picantes, coca-cola e ver a Marie Antoinette de Sofia Coppola...

Eu sei, foi uma noite em cheio, certo?

Da comidinha, nada há dizer. Tava bem boa!
Quanto ao filme...
Posso começar por dizer que vi mais do mesmo. O que no caso da Coppola não significa, nem de perto nem de longe, que o filme é mau. Nem de perto, nem de longe.
A miúda Coppola arrisca contar a história da rainha Antonieta - mas não a história completa, claro está - de uma forma... estranha. Ou melhor, da mesma forma com que filma sempre tudo o que faz. O que vemos são imagens longas, contemplativas, raios de luz, sombras, pormenores de uma cadeira, a relva de um jardim. Quadros, alguns pequenos, outros nem por isso, sem diálogos, ou quase - o filme tem duas horas e os diálogos, todos juntos, não devem perfazer meia hora -, e um cuidado na arquitectura de todo o filme que, apesar de à primeira vista, passar despercebido, é pura filigrana cinemática.
Ou seja, o filme é um objecto estranho. Um hibrido, já que Sofia Coppola decide enveredar por uma trilha sonora no minimo... surpreendente. The Strokes, Bow Wow Wow, Siouxsie & The Banshees, New Order e Adam and the Ants, só para mencionar alguns. Sim, e é um filme de época, com tudo a que tem direito e uma banda sonora do século XX a fugir sempre para o punk-rock-new-wave-etc-e-tal. Mas atenção, sem nunca resvalar para o excesso do Romeu e Julieta de Baz Luhrman ou outras pinderiquices que se lhe seguiram - e eu até gostei da megalómana produção de Baz. Neste filme, a música encaixa na perfeição e dá-lhe um toque que me prendeu do princípio ao fim e que me fez saur da sala de barriguinha cheia - e não me refiro à salada e ao diabo a quatro que emborquei à pressa antes do início da sessão: o sentimento de tristeza, misto de rebeldia timida, que trespassa o filme e as suas personagens principais. Kirste Dunst tem um trabalho de qualidade na construção de uma miúda casada por conveniência politica aos quinze anos com um futuro rei mono até à medúla - Luis XVI -, que se vê repentinamente despida (literalmente) de tudo o que a ligava à sua Áustria natal e que, quando ainda se estava a habituar à vida chata da corte francesa, é coroada rainha aos dezanove por motivo da morte do súbito, o Rei-Avô.
Dessa experiência confusa, turbilhão de tudo e mais alguma coisa ao desnorte total, seu e do seu real esposo, o passo foi pequenino, pequenino. E o resto, como se costuma dizer, é história.
Destaco duas cenas antes de ir almoçar - o resto da enorme sandes de paio que sobrou de ontem: aquela em que vemos Antonieta a ser vestida pela primeira vez por um verdadeiro exército de damas da corte e a cena absolutamente antológica do jantar à mesa do rei e dos sussurros mal disfarçados de todos os presentes. Genial!

Uma curiosidade: numa sequência de imagens em que acompanhamos a rainha numa verdadeira orgia de calçado, vou jurar que vi pelo, meio de dezenas de pares de sapatinhos em cetim, umas All-Star azuis...








3 Comments:

  • At 14:45, Anonymous Anónimo said…

    Também vi! Por momentos achei que estava a alucinar... estou mais descansada, agora.

     
  • At 15:19, Blogger karmatoon said…

    Yééééééé, I'm not crazy!!!

     
  • At 03:18, Anonymous Anónimo said…

    Eu também vi, quando me baixei para apanhar o telémovel.

     

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