kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

sábado, abril 26, 2008

POLITITICA




Roubei a expressão ali do título a um famoso cartoonista brasileiro, porque de facto nunca ninguém tinha definido tão bem o que é realmente a política - "titica" é mais uma das inúmeras e extremamente imaginativas palavras que os brasileiros encontraram para dizer merda...


O que se pode esperar do maior partido da oposição, quando a situação caótica em que se encontra piora a cada 24 horas? Como pode o eleitorado confiar num partido em que de repente se percebe claramente que existe tudo menos união? Caíu o lider e logo surgiram dezassete potenciais candidatos ao trono. Ou seja, cada candidato representa uma maneira totalmente distinta de pensar, ao mesmo tempo que tratam logo de atacar ferozmente os seus opositores, acusando-os dos piores crimes da humanidade, quando no dia anterior eram todos amiguinhos e se respeitavam muitíssimo. Mostra o quão estilhaçado pode ser uma organização política, e prova de uma vez por todas que o que mais importa a estes senhores é, como diria o povo, o «poleiro». E nada mais.


É cómico e triste ao mesmo tempo, e deixa perceber o estado a que chegaram os políticos em Portugal, e explica porque as mais recentes gerações demonstram um tão pouco interesse pela politiquice cá do burgo. A culpa é dos políticos e da RTP, por fazer uma figurinha tão ridícula sempre que se propõe a homenagear o 25 de Abril, obrigando o saudoso Salgueiro Maia a dar mais uma volta no caixão.

segunda-feira, abril 21, 2008

SESSÃO DUPLA

Rendido às evidências de que são já muitos os filmes que passaram pelas salas de cinema sem que eu lhes desse sequer uma oportunidade, voltei a dedicar-me à sua caça pelas prateleiras tortuosas e plenas de perigos da Blockbuster.

No sábado dediquei-me ao cinema de animação e aos bom clássico de terror trashie, através de, respectivamente, "Meet the Robinsons" e "Planet Terror". Deste último, realizado por Robert Rodriguez, não há realmente muito a dizer. Tinham razão os que me tinham avisado; os que apregoavam ser este um filme em tudo inferior ao seu irmão siamês, "Death Proof". A coisa é engraçada, é sim senhor, tem bons momentos de um humor cínico e despropositado, e contém, em doses dignas da melhor francesinha à moda do Porto, «molho» para os verdadeiros apreciadores de gore; para os amantes de uma boa tripalhada regada a sangue e mais sangue e mais vísceras e... mais algum sangue. E miolos!!! Mas se tudo até começa bem, e o desenrolar dos acontecimentos, e as personagens, já agora, motivam o espectador e dão a sensação de que vamos levar com um filme do caraças, a verdade é que a coisa acaba por amolecer tremendamente lá mais para o meio, e todo o hype entretanto gerado desaparece num ápice.
É pena, mas mesmo assim vale a pena. Quanto mais não seja pela pérola logo a abrir: o trailer de "Machete", supostamente o próximo filme de Rodriguez e que, esse sim, deixa sinceramente a melhor das impressões.







A coisa muda radicalmente de figura com "Meet the Robinsons". Realizado pelo desconhecido Stephen John Anderson, mas com a chancela da Disney - não, este não é da Pixar -, "Meet the Robinsons" tem no seu produtor a estrela maior da companhia: nada mais, nada menos do que John Lasseter, vice presidente da Pixar e realizador, entre outros, dos dois "Toy Story" e de "A Bug's Life". E a sua influência não se podia fazer notar mais. Do traço à genial imaginação de quem criou o universo retratado no filme, da utilização da banda sonora à velocidade vertiginosa da acção, mas acima de tudo pelo inacreditável e imparável sentido de humor, para lá, muito para lá do melhor que a Pixar já fez. Nunca nenhuma das longas metragens de animação digital, que de há uns anos para cá conquistaram quase por completo o mercado, me fez rir desta maneira. "Meet the Robinsons" é muito mais do que uma comédia; tem o devido e bem gerido peso dramático, tem a acção e o suspense necessários, um batalhão de personagens memoráveis e, como sempre, a conveniente mensagem moral, bem dirigida à família e aos pequenotes que o estão a ver. No entanto, "... the Robinsons" é uma COMÉDIA, assim mesmo, com letras grandes! É absolutmente genial em tudo, não tem uma única falha ou ponto fraco e é completa e absolutamente hilariante. E hilariante naquele sentido de humor disparatado, nonsense, fora de si e quase histérico, e é, como todos os seus «colegas» de arte, um delirio visual digno de ser visto vezes sem conta.
Ah, e tem uma banda sonora assinada pelo Danny Elfman...












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domingo, abril 13, 2008

22 DE MAIO

Só de ouvir a música até fico arrepiado.
No dia da estreia vou vê-lo banhado em pipocas e untado em Coca-Cola!


O SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO


É preciso dizê-lo: a peça que os alunos do curso do TUP - auxiliados por alguns actores de fora - têm em cena está um mimo.
O texto, uma das preciosidades do tio William, foi maravilhosamente trabalhado pela Rosa Quiroga, que sem grandes rodeios assumiu a comicidade da história e deixou os jovens actores saborearem o momento. Os momentos, aliás.
Obviamente, a coisa tem de ser enquadrada num panorama de teatro não profissional, com as sua naturais limitações, como um ou outro interveniente serem claramente inferiores aos restantes colegas de palco, uma pequena perda de ritmo lá para o meio, mas a verdade é que "o Sonho..." merecia mais tempo de exibição. Eles mereciam-no.
Vai levar o TUP ao INPUT e ao FATAL, dois festivais de teatro universitário, um no Porto e outro em Lisboa, e tenho cá para mim que vai ser um sucesso. Cá no Porto é já no dia 15 de Maio e aconselho-vos a visitinha. A gargalhada é garantida.
Ah, e parabéns. Tenho pena que alguns tenham desistido, mas tenho ainda mais vergonha por practicamente nenhum dos meus colegas de curso vos ir ver e apoiar.
O ponto alto da minha carreira poderia muito bem ter sido aquele primeiro sketch que fiz com o Marco no palco do LAF, ou o último espectáculo da Região Estrangeira no mesmo local, ou a peça de fim de curso do TUP, ou, melhor ainda, o Cara de Fogo; podia ter sido até o dia em que subi ao vulcão do Pico ou o anúncio que filmei com os Clã para promover um carro daquela marca cujo nome começa em Toy e acaba em ota, mas não! O ponto alto da minha carreira é ter um vídeo no YouTube, essa é que é essa!!

segunda-feira, abril 07, 2008

O MAUFEITIO MAIS BONITO...

É só uma chamada de atenção:

já aguardava por isto há uns anitos; a moça sempre me deu provas da sua interminável imaginação e, acima de tudo, da forma cirúrgica como a colocava em práctica. Honestamente nunca consegui lá muito bem transformar as minhas idéias numa coisa palpável, visivel, com a qualidade com que ela o faz.

Após muitos anos a Cris finalmente decidiu-se a fazer peças de vestuário de uma forma mais séria e continuada. Escolheu a T-Shirt. É natural, ela sabe bem o poder que uma T-Shirt tem; o poder da mensagem. Não há nenhuma outra peça de roupa com tamanho potencial para bilboard. E sinceramente, bastou uma primeira visita ao seu «armário» para perceber de imediato que o trabalho dela é uma das coisas mais bonitas e empolgantes que já vi.

Não tenho, infelizmente, imagens para vos mostrar, mas posso encaminhar-vos para o blog dela - acho que não se importará. De qualquer forma fiquem atentos ao seu
MauFeitio porque ele vai andar por aí.

A evidente e mais do que lógica banda sonora para as suas peças...

KARMABOX WITH A VIEW - THE VELVET UNDERGROUND - "ROCK AND ROLL"

Podia ter posto um dos muitos vídeos desta música ao vivo, mas a verdade é que os The Velvet Underground nunca a tocaram ao vivo desta forma tão cool...




Jenny said when she was just five years old
There was nothin' happenin' at all
Every time she puts on a radio
There was nothin' goin' down at all,
Not at all
Then one fine mornin' she puts on a New York station
You know, she don't believe what she heard at all
She started shakin' to that fine fine music
You know her life was saved by rock 'n' roll
Despite all the amputations you know you could just go out
And dance to the rock 'n' roll station

It was alright
It was allright
Hey baby
You know it was allright
It was allright

Jenny said when she was just bout five years old
You know my parents are gonna be the death of us all
Two TV sets and two Cadillac cars -
Well you know it ain't gonna help me at all
Not just a little tiny bit
Then one fine mornin' she turns on a New York station
She doesn't believe what she hears at all
Ooh, She started dancin' to that fine fine music
You know her life is saved by rock 'n' roll,
Yeah, rock n' roll
Despite all the computations
You could just dance to that rock 'n' roll station

And baby it was allright
And it was alright
Hey it was allright
It was allright
Hey here she comes now!
Jump! Jump!

Like Jenny said when she was just bout' five years old
Hey you know there's nothin' happenin' at all
Not at all
Every time I put on the radio,
You know there's nothin' goin' down at all,
Not at all
But one fine mornin' she hears a New York station
She doesn't believe what she heard at all
Hey, not at all
She started dancin' to that fine fine music
You know her life was saved by rock 'n' roll
Yeah rock 'n' roll
Ooh, Despite all the computations
You know you could just dance to the rock 'n' roll station

Allright, allright
And it was allright
Oh, you listen to me now
And it was allright
C'mon now
Little better
Little bit
It was allright
It was allright
And it was allright, allright
It's allright, allright
Baby it's allright, now
Allright, baby it's allright, now
Baby it's allright, allright now
Baby it's allright
Baby it's allright now
Oh baby,oh baby
Oh baby, Yeah yeah yeah yeah yeah
It's allright, now
Ooh, it's allright now
All, allright.

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O SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

Estreia já no próximo dia 9 a mais recente produção do TUP, e fica em cena (só) até ao dia 14. É o espectáculo que marca o fim do curso de interpretação deste ano e, apesar de algumas inesperadas dificuldades, parece prometer. Pela peça em si, da autoria do senhor Shakespeare, mas também pela qualidade inegável da encenadora, Rosa Quiroga, e pela excitação que é ver novos actores, formados pelo Teatro Universitário do Porto, a darem o melhor de si no que é, para alguns, a sua primeira subida a um palco.

A coisa vai acontecer nas instalações do TUP, os bilhetes custam 5 euros - 4 para estudantes - e só precisam mesmo de saber que o TUP fica na Travessa de Cedofeita, 65, e que o número de telefone para onde têm de ligar caso queiram reservar lugares é o 919 966 196.

Sendo assim, resta-me adiantar que o maravilhoso elenco é composto por Amana Duarte, Bárbara Sá, Bruno Dias, Carla Capela, Daniel Viana, Emanuel Santos, Joana Martinho, Nuno Campos, Marco Barbosa, Sara Montalvão e Tiago Vouga.

Apareçam!

quinta-feira, abril 03, 2008



A comparação parece-me acertada: queixarmo-nos constantemente de que não trabalhamos onde devíamos, de que não fazemos o que mais gostamos ou que não aproveitamos as nossas verdadeiras capacidades, assemelha-se um pouco àquela situação tantas vezes vista no cinema: um indivíduo é preso e reclama a sua inocência, afirmando ser tudo um tremendo erro, um engano, um mal entendido. A resposta dos colegas de prisão é sempre a mesma, "isso é o que todos dizem".

Durante anos, para além de realmente não trabalhar onde queria e gostava, nunca dei grande uso às minhas capacidades. Mais do que isso, tinha capacidades (aparentemente) que desconhecia. Uma delas foi-me «sacada» a ferros por um amigo, o Marco, com quem viria a trabalhar na saudosa Região Estrangeira. Ele estava convencido de que havia de me obrigar a subir a um palco para fazer comédia. A esforço lá conseguiu. Foi o despoletar de uma paixão, o teatro, que só mais duas pessoas haveriam de compreender e apoiar - para além da minha mãe, claro. E apoiar de uma forma que muitas vezes ainda me parece exagerada. O Carlos Moura continua a acreditar que tenho qualquer coisa na qual nem eu acredito totalmente; a Bárbara convence-me todos os dias de que sou capaz. De tudo.

Ironicamente, mais importante do que este apoio constante e carinhoso dos meus amigos, foi o lado oposto da questão. Radicalmente oposto, diria. Durante dois anos não tive este tipo de apoio da pessoa que, na altura, mais me deveria ter compreendido. A completa falta de interesse e um total não querer saber demonstrados durante os primeiros anos da Região, foram decisivos para eu perceber que assim realmente nunca poderia continuar. Na verdade, isso foi o princípio de uma enorme mudança na minha vida. A maior mudança da minha vida. Não só no teatro, mas principalmente no conseguir acordar novamente para a vida e para um sem número de coisas que tinha deixado de fazer. Concluo agora - mas sem grandes dramatismos - que desperdicei alguns anos numa existência que me parece hoje tão distante, que mais se assemelha a uma realidade alternativa.

Hoje em dia continuo a receber um forte, diário e decisivo apoio da Bárbara, que continua a convencer-me de que sou capaz de fazer qualquer coisa. Uma delas, ainda esta semana, acabou por se tornar, contra todas as minhas mais optimistas expectativas, um dos momentos mais agradáveis e importantes da minha vida. Não posso ainda falar abertamente dele por motivo de sigilo profissional - eu sei, parece cagança... -, mas garanto-vos, estou tão surpreendido com todo o processo que nem consigo sentir-me como deveria estar: aos pulos de alegria. Não sei, nem consigo ainda perceber, se o resultado de um dia de trabalho ficou realmente bom ou não. As opiniões dos que trabalharam comigo são magníficas, mas ainda assim, continuo sem estar totalmente convencido. De duas coisas tenho a certeza absoluta: foi uma experiência verdadeiramente excepcional e paga-me, desde já, uma viagem à India. Nem mais, nem menos.

O resultado do tal processo - um dia de trabalho, basicamente - vai andar por aí já a partir da próxima segunda feira, e o nervoso miudinho começa rapidamente a ganhar proporções hercúleas.
Seja como for, o meu mais sincero agradecimento aos quatro acima mencionados. A sério.