kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

sexta-feira, junho 29, 2007

Já sabem que isto por aqui não é só Nick Drakes, Devendras e coisas assim. O rapaz também gosta da música dos jovens radicais e aprecia um bom bater do pezinho ao som dos... Metallica.

Pois é! E digam o que disserem, as bandas da música da pesada aparecem e desaparecem e os dinossauros ainda por cá andam. E a dar cartas, como parece ter ficado provado ontem, em Lisboa. Os rapazes voltaram a Portugal e, diz quem viu, com a mesma força de sempre, e com a mesma atitude que os marcou como uma das bandas (aparentemente) mais zangada do mundo - embora eu continue a achar que o baterista, Lars Ulrich, obviamente não nasceu neste planeta. Mais uma vez não tive a oportunidade de os ver ao vivo, mas pelo andar da carruagem, ainda hei-de levar os meus sobrinhos a um concerto dos Metallica, lá para o ano 2020.
Para já, e para não me sentir frustrado por não ter ido ao concerto, vesti-me de preto - camisola e All Star. Sou um desvairado!





quinta-feira, junho 28, 2007

NÃO AGUENTO MAIS!



Peço desculpa pela apropriação de título alheio, mas não há outra maneira de expressar uma sensação destas.
Porque não aguento mais tanta ignorância, tanto varrer para debaixo do tapete e tanto enterrar da cabeça na areia. E tudo porque são as soluções mais fáceis para um problema que só é problema… por causa da ignorância das pessoas.

Estou farto de te ver passar por mim no apertado espaço de um ginásio, e de perceber que vives na mais pura e absoluta ignorância em relação a todo este assunto. E fico triste por saber que és ignorante e por saber que a tua atitude – a que decidiste assumir sem pensar, certamente – se deve ao total desconhecimento de todos os ingredientes. Sabes, alguns desses ingredientes ajudar-te-iam a ver o quadro todo; a perceber que as coisas não são só – se é que alguma vez são – preto no branco. Há uma quantidade enorme de cinzentos e é nessa quantidade enorme de cinzentos que muitas das decisões dos homens são tomadas. E isso explica tanta coisa. Até explica que agora, depois de tanta coisa, tenhas decidido fazer de conta que eu não existo – embora eu acredite piamente que preferisses «saber» da minha existência para poderes acabar com ela, como tinhas anunciado ao mundo. Acredita em mim quando te digo que há um sem número de coisas que tu não sabes – não podes saber – que te iriam deixar tão esclarecido. Tantos detalhes que te escapam ao conhecimento que te fariam compreender as minhas motivações, que te ajudariam a saber que os coitadinhos… não são sempre coitadinhos, por muito sofrimento que lhes seja infligido. E é essa a vantagem de se ser ignorante. É que só os que sabem que determinado sujeito é ignorante, é que podem ter pena dele por essa mesma razão. Um ignorante não sabe que o é, logo… vive feliz na sua ignorância, e sente-se bem por poder atacar os que não entende, ou que entende à sua muito própria maneira. Talvez um dia, num acto de puro sadismo, alguém se decida a contar-te todos esses detalhes, para que te possas sentir uma merda pelo que pensaste, pelo que julgaste e pelo que vociferaste.

Não aguento mais que todos se tenham calçado de pantufas para poderem andar sem fazer grande barulho. Por ser mais cómodo, por ser mais fácil, por não incomodar tanto. Para poderem fingir que o chão que pisam, não é um chão que reage mal a saltos altos, tamancos de madeira e botas da tropa; que não é um chão que incomoda o vizinho de baixo e que não o deixa dormir. É tão mais fácil fazer de conta que tudo vai bem e que as coisas nunca foram senão normais, não é? É tão bom fazer de conta que as rotinas são as mesmas, nas mesmas condições, a mesma alegria desbravada, tudo na paz do Senhor. E é uma tão grande mentira. Uma tão grande desilusão…
E por isso não aguento mais que não saibam gerir uma situação tão simples e tão descomplicada e que optem pelo caminho mais limpo e aparentemente mais simples de percorrer, e que no entanto, é o único que não devia ser tomado. O único que só ilusoriamente resolve o problema, mas que em resultado, cria um sem número de outros problemas e dores de crescimento. Passos em frente que não podem ser dados atrás.

E agora pareço eu o vilão que se faz passar pela vítima.

E não aguento mais...

O POST 1111


Só para dizer que é muito interessante saber que o líder dos Super Dragões foi absolvido de todas as acusações de violência no desporto, mesmo depois de ter sido filmado em plena actuação num pavilhão desportivo, aquando da final do campeonato de basquetebol. Isto, numa semana em que ficámos a saber também das peculiares conversas telefónicas entre dirigentes desportivos e alguns magistrados, divulgadas agora pelos meios de comunicação, e que fazem parte do processo do apito. O dourado...


A mensagem diz assim:

El Departamento de Comercio Electrónico de El Corte Inglés le quiere agradecer la confianza que ha depositado en nuestra organización y aprovechar esta ocasión para confirmarle que su reserva ya ha sido registrada en nuestros sistemas informáticos, siendo los datos de la misma los siguientes…

Ou seja, já cá cantam os bilhetes para ir a Gijon ver o Cirque Du Soleil e o espectáculo Alegria. Posso afirmar sem vergonha que será o concretizar de um sonho antigo. Se tudo correr bem, será o segundo sonho no espaço de um mês a ser riscado da lista, depois de ter tido a oportunidade de ouvir a Rhapsody In Blue tocada ao vivo e a cores por uma orquestra sinfónica. Eu sei, são sonhos pequeninos. Mas são meus e tenho de lhes dar atenção, certo? Já vivi três anos a tratar mal os meus sonhos, já chega.



O objectivo agora, é ir a Londres em Janeiro, novamente para ver o Cirque, mas desta vez com o espectáculo Varekai. Não tenho outra hipótese. Os moços andam sempre aqui à volta mas nunca se decidem a entrar em Portugal…

terça-feira, junho 26, 2007





Adoro odiozinhos de estimação. Adoro. E felizmente há sempre motivos para mais um; há sempre motivos para poder falar mal, portanto...

Preparem-se, porque as próximas linhas podem ser altamente injustas.


Está aí o terceiro espisódio da saga de Shrek, o ogre verde que continua a meter nojo em todos os grandes ecrãs do mundo. Não compreendo, juro que não compreendo, porquê tanta exaltação em torno destes filmes. A animação é má. Assim mesmo. Má. Pode ser muito colorida, brilhante e colorida até mais não. Mas é boa? Não, não é! Os movimentos são maus, os humanos são feios e parecem bonecos de pau com membros articulados.

Mais, o filme, supostamente é uma comédia. Ok, tudo bem. Mas tem piada? Obviamente depende de quem o vê, mas eu vejo o filme inteirinho sem o esboço sequer de um sorriso. Não tem graça, principalmente por recorrer a um tipo de humor bastante colado ao que Mel Brooks sempre imprimiu aos seus filmes. O chamado humor de referência, precisamente por fazer referência a outros filmes, marcas ou instituições conhecidas, ou a situações que, em situações normais, nunca teriam lugar na época em que a acção têm lugar. Ora, em Shrek, essa opção é levada ao extremo, e o que podemos ver é a tentativa de fazer uma dessas piadas a cada minuto de filme. Torna-se maçador e ridículo. A única coisa que tem de facto alguma graça, é a óbvia personagem do burro, mas também por ser representada elo único actor que o faria bem, Eddie Murpht. Aliás, a personagem foi feita para o actor, e não o contrário, o que pode ajudar a explicar o seu sucesso.

Enfim, os três filmes da série Shrek só seriam bons filmes de animação, se a Pixar não tivesse já umas quantas longas metragens na colecção. Qualquer filme da Pixar mete Shrek num bolso! Qualquer curta metragem da Pixar mete Shrek num bolso!! Qualquer genérico de uma curta metragem da Pixar mete Shrek num bolso!!! E até o teaser de Wall-E - que publiquei aqui há dias - mete os filmes de Shrek num bolso.

Mas obrigadinho aos produtores de Shrek, eu tinha de conquistar um novo e fresquinho ódio de estimação.
Desculpem a insistência, mas não consigo evitar dar mais uma machadada no governo de Fidel Castro, especialmente porque - percebo agora - é muito pouco fashion atacá-lo.

Descobri o site de Carlos Wotzkow, um cubano a viver na Suiça, e achei interessante publicar a opinião de alguém que viveu, como ele próprio diz, "em Cuba durante os primeiros 30 anos da revolução".

Ficam algumas passagens de um dos textos que dedica à sua ilha e ao governo de Castro. Já sei que vou ser acusado de ser parcial, e de acreditar em tudo o que me dizem desde que isso vá de encontro à minha opinião - sei que existem sites de apoio a Castro e ao seu governo interminável, e não fecho os olhos a isso -, e que a camisa do senhor é absolutamente horrível e que isso lhe tira credibilidade mas não me importo. Basta-me saber que o governo instalado em Cuba NÃO PERMITE oposição, para ter a certeza absoluta de que algo ali não está bem. E não engulo os postais ilustrados que Cuba abana aos turistas - Aninha, juro que esta não é para ti! Turistas que não se levantam da sua cadeirinha de praia em Varadero para conhecerem as aldeias onde se morre à fome - e por favor, não me venham dizer que em Cuba não se passa fome e que inclusive isso é culpa do incompreensível embargo dos EUA. Caso não saibam, existe uma anedota sussurrada por todos os cubanos nas ruas de Havana, e que diz que os três triunfos do governo de Castro são o atletismo, o voleibol e o basebol, e os três fiascos, o pequeno almoço, o almoço e o jantar.



Carlos Wotzkow

O autor nasceu em Havana, em 1961. Graduado como técnico veterinário e mais tarde Ornitólogo, foi expulso de Cuba em 1992, após passar pela prisão de Villa Marista. Já na Suiça, onde vive até hoje, estudou ecologia humana, ética e deontologia no Swiss Hospitality Engineering Consultants S.A e Biologia Molecular na Universidade de Berna onde trabalha como pesquisador. Autor de vários artigos, conferências e dois livros, dentre os quais “Natumaleza Cubana”, com prefácio de seu amigo Guillermo Cabrera Infante.


"Nós que vivemos em Cuba durante os primeiros 30 anos da revolução, e em contato contínuo com o povo e suas necessidades vitais, contamos com um antecedente nada desprezível que os anteriores nem sequer reconhecem: crescemos na dupla moral junto aos que ainda vivem lá e, embora o sistema econômico no exílio nos tenha desativado, somos capazes de compreender os que ficaram em Cuba. Se Ivan Karamazov (de Dostoievski) tivesse aprendido as atrocidades sociais cometidas pelo regime de Castro em todo o mundo, jamais teria pensado no ser humano como um animal “artisticamente cruel”. Creio, antes, que teria pensado no sadismo dos cubanos para catalogar as atrocidades dos turcos na Bulgária.
De acordo com uma fonte de toda minha confiança dentro do MINSAP (Ministério de Saúde Pública), 11% por cento dos homens jovens do país são os responsáveis por quase 89% dos atos violentos reportados à polícia. “Homens jovens” são aqui todos aqueles que tenham entre 15 e 30 anos de idade. Segundo esta mesma fonte, Cuba perdeu mais de 100.000 pessoas em homicídios (dados não publicados) nos últimos 47 anos. A causa – me explica esse psiquiatra – deve-se a que as pessoas tratavam de sobreviver às expensas, inclusive, de prejudicar o vizinho mais próximo. Mas de 80% dos jovens cubanos (incluindo ambos os sexos) fantasiaram alguma vez em matar as pessoas que eles detestam. A lista é encabeçada invariavelmente por Fidel Castro e depois por aqueles que lhes humilharam em público, membros do CDR (Comando de Defesa da Revolução) e as BRR (Brigadas de Resposta Rápida) e, finalmente, a seus rivais amorosos.

Se uma única cachorrinha na Suiça fosse privada de seus filhotes antes do tempo que estabelece a lei helvética, uma multa insuportável para o salário cairia sobre o criador da maltratada criatura. Porém, quando centenas de milhares de mulheres em Cuba são privadas dos fetos que carregam em seus úteros, e quando isto se faz por decreto estatal, em vez de multiplicar em centenas de milhares as indenizações às vítimas, os observadores o consideram um “ganho social”. Assim é que o aborto veio a ser “normal” e chegou inclusive a ser defendido na Cuba de hoje. Pior, alguns advogam atualmente pela liberdade de uma macabra doutora que, se mal me lembro,
foi na ocasião parte daquela política inumana. Chama-se Hilda Molina, porém na Argentina alguém a chama agora de “avozinha” e o exílio estremece de ternura.


O povo cubano leva quase 5 décadas exibindo uma agressividade seletiva (censurada) nunca antes vista em nossa história republicana. Negá-la, seria negar que na Cuba comunista não tenham existido atos de repúdio, encarceramentos arbitrários, abuso de poder em todos os níveis, roubos à mão armada por parte da própria polícia, violentações repetidas e seduções miseráveis a mulheres de opositores políticos, crimes de guerra fora de nossas fronteiras, abusos estatais contra os particulares, assassinatos de toda índole, interrupções de gravidez por interesses econômicos e desaparecimentos por causas políticas. Os meninos das escolas cubanas não necessitam de nenhum video-game agressivo para violentar suas professoras; necessitam, como qualquer outro indivíduo daquela população, só de mais uma dose de frustração."

KARMATOON WITH A VIEW - ORISHAS "HAY UN SON"

Eu nem gosto dos moços, mas que esta musiquinha dá vontade de dançar contigo, lá isso dá. Até dá é vontade de ir dançá-la para Cuba, mas isso tu não queres...

segunda-feira, junho 25, 2007





Querido amigo...


ÀS VEZES IRRITAS-ME!!!
Uffa...

Se voltares a ler o meu pequeno e (obviamente) provocador texto, notarás com certeza que só me refiro à pessoa de Fidel Castro e mais nada naquela ilha. Reconheço todas as qualidades daquele povo, as que já existiam - culturais, nomeadamente -, e as que foram adquiridas, de facto, à conta do regime político de Castro.

Agora...

Queres apostar comigo como a maioria dos cubanos preferia poder falar livremente, ler livremente, cantar livremente, fazer sexo livremente, optar livremente, escolher livremente, do que ser médico, engenheiro termonuclear, advogado, ou cientista?

Eu aposto o que quiseres.
Ditadura:

do Lat. dictatura
s. f.,
cargo ou dignidade de ditador;
sistema político em que o poder se concentra nas mãos de um indivíduo, de um grupo, de uma assembleia, de um partido ou de uma classe e que suprime as liberdades individuais;
fig.,
despotismo;
excesso de autoridade.






Ditador:

do Lat. dictatore
s. m.,
antigo magistrado romano que exercia poder absoluto;
indivíduo que, temporariamente, concentra em si todos os poderes do Estado;
por ext. pessoa autoritária, despótica, que usa de prepotência.






“Atualmente, a República Socialista de Cuba é um dos poucos países socialistas do mundo. Em 1959, Fidel Castro liderou a Revolução Cubana contra o ditador Fulgencio Batista e dois anos mais tarde instaurou um regime de orientação marxista e de partido único, o qual não permite opositores.”



Retirado da Wikipedia








O senhor Fidel Castro pedíu aos jovens comunistas cubanos que mantenham viva a revolução...

Isso significa que eles devem dar continuidade às torturas, às perseguições, aos presos politicos e a um total desrespeito pela liberdade do indivíduo, principalmente da liberdade de expressão?

domingo, junho 24, 2007

Como tinha dito, ontem era noite de ir à Casa da Música, ver e ouvir a Orquestra Nacional do Porto interpretar temas de Gershwin, e não só. E foi um início de noite mágico. Para já, porque o ambiente stava muito bem composto. Noite agradável, uma asistência a rebentar pelas costuras, e um cenário lindísimo, preparado pela organização para acolher o evento: o edifício, as luzes e um cenário - propositadamente improvisado - a rigor. Não tenho asim tanta experiência enquanto espectador de música clásica, mas poso-vos garantir que o concerto foi (quase perfeito). E só não o foi por duas razões técnicas. Logo nos primeiros acordes do primeiro tema, uma das colunas decidiu fazer parte do espectáculo e começou a debitar um ruído bastante incomodativo, levemente a fazer lembrar a trovoada que se avizinhava - a dizer pelas núvens que nos têm perseguido. Já no grande final da peça de Ferde Grofé, e porque a organização se lembrou de presentear o público presente com o seu próprio fogo de artifício, coisa que parecia muito bonita, mas que na práctica resultou bastante mal. Primeiro porque o fogo caíu literalmente em cima das pesoas, e segundo porque mal deixou ouvir as notas finais de uma peça grandiosa e muito bonita. Uma penã. Não fosse isso e tudo teria sido mesmo muito bom. A orquestra é excelente, as peças escolhidas também, e o ambiente, como já dise, era o indicado para um evento destes. Arrepiou e comoveu, e não era para menos.

A seguir, a também prometida viagem a um dos centros dos festejos de S. João, Massarelos, para ouvir a banda do amigo Manuel, os Tupázio. Era noite de bailarico, e os rapazes portaram-se à altura. Contagiaram o povo e fizeram dançar mesmo quem não queria - se se entender por dançar, o leve abanar da cabeça, claro. Terminaram o set a que assisti ao som do refrão "A Mila é uma artista..." com direito a dedicatória especial e tudo.

Depois disso, a habitual e infernal caminhada por entre todos os portuenses do mundo, apenas para descobrir que a festa de S. João se transformou na festa dos gunas. Tuda muda...
Ainda tivemos tempo para comprar arrufadas, que serviram de ceia por volta das quatro da matina.
Para o ano há mais? Não me parece. Já não dou mais para este peditório.

sexta-feira, junho 22, 2007



Novas eleições em Lisboa, e novamente o PP a mover impiedosa caça aos criminosos do Graffiti. É sempre a mesma história, e cheira sempre ao mesmo: preconceito.


Eu sei, é feio, incomoda e não prestigia uma metrópole como Lisboa. Tudo bem. Mas convém diferenciar os artistas do Graffiti, dos energúmenos que se limitam a riscar as paredes a preto – os famosos Tags -, sem olhar a que paredes, de que edifícios, públicos ou privados.
Eu sei também que esta minha opinião é polémica; para todos os efeitos estou a glorificar uma forma de arte sempre no limite do ilegal e do imoral. Mas é realmente uma forma de arte, e toda a gente beneficiava se o estado e as instituições a conseguissem integrar na paisagem urbana. De Lisboa, ou de qualquer outra cidade.



Lembro-me, há quinze anos, aquando da minha visita à Venezuela, que era o comércio quem mais usufruía dos graffitis, contratando os tais «criminosos» para que pintassem nas paredes das avenidas mais concorridas, publicidade às suas lojas e produtos. Não me lembro de ver outra coisa que não trabalhos de grande qualidade e que funcionavam melhor do que qualquer bilboard, cartaz, ou anúncio de televisão.



Posto isto, recorro ao meu baú de desenhos, e recupero um bem antigo, feito numa outra corrida à Câmara de Lisboa, e a uma altura em que Paulo Portas, mais histérico que nunca, vociferava contra os vândalos, bandidos, facínoras e bandalhos, que emporcalhavam as belas paredes da capital.

MOTHER GOOSE & GRIMM - MIKE PETERS




AINDA A PROPÓSITO DO "A CORDA"...




... de que escrevi há uns dias uma tentativa de crítica - motivado por um comentário que o José Varregoso fez a esse mesmo texto -, e para dizer que, foi precisamente por não ser este um dos melhores filmes de Hitchcok, que decidi escrever o texto. É que toda a gente, cinéfilo ou não, conhece A Mulher Que Viveu Duas Vezes (Vertigo), Os Pássaros ou a Janela Indiscreta. A questão é que este A Corda, e como dizes bem, José, foi o laboratório que serviu para experimentar muitas das opções técnicas que se tornariam uma das imagens de marca do realizador. Concordo contigo, não é de facto o melhor Hitchcock - pessoalmente prefiro o Vertigo -, mas não deixa de ser realmente uma obra notável e pioneira.
Abraço, José. Volta sempre e manda vir.

Já agora, visitem o blog do José, em
http://varregoso.blogspot.com/ (não sei porquê, mas não consigo publicar o html do site, raios partam!!!)
Desta não estavam à espera, pois não?
Mais de metade dos médicos e quase metade dos enfermeiros do serviço nacional de saúde são objectores de consciência, no que à interrupção voluntária da gravidez diz respeito.
Ou seja, o que vai muito provavelmente acontecer são coisas do género:
- "Minha senhora vai ter de cá voltar amanhã porque o médico que faz essas coisas não está!"
- "Então, mas eu queria mesmo ver-me livro do miúdo..."
- "Eu também queria muita coisa, minha senhora! Próximo!!!"

quinta-feira, junho 21, 2007

É fácil.
Aprende com os outros.
Deixa de ser mole, como te dizia a tua avó.
Deixa de ser porreiro.
Deixa de estar sempre disponível.
Deixa de tentar fazer sempre tudo pelos outros, abdicando das tuas vontades.
Deixa de ter idéias que achas sempre que vão resultar e agradar.
Deixa de ser assim.
Deixa de ser tu.
Pronto, já que estamos numa de anúncios televisivos, e só para terminar, um dos mais bonitos de que me lembro...





E prometo que não vos aborreço mais.


E agora, graças ao mesmo anónimo e ao mesmo conselho, descobri um site que me vai tirar horas de sono. O site é este e acredito que não vou ser o único viciado.
Para já, ajudou-me a descobrir músicas de três anúncios que me estavam a moer o juízo. Uma está ali em baixo, a outra é esta, da campanha Cornetto.

The Virgins - "Radio Christiane"


Graças a um anónimo e ao seu conselho, lá cheguei à conclusão de que de facto já conhecia a música que acompanha o tal anúncio da Ford a que dei destaque no meu blog. Pertence à banda sonora do filme Donnie Darko e é realmente fantástica.


É MERECIDO, DESCULPEM...

Eu sei, sou suspeito, o gajo é meu amigo.
Mas eu quando não gosto, não gosto e faço questão de o dizer. Quando gosto, dou o devido mérito, realço, e dou os parabéns.

Houve uma altura na minha vida, em que não suportava o senhor Carlos Moura. Não gostava do fulano, irritava-me, fazia-me espécie. Conhecia-o mal, mas, e não me acontece muitas vezes, não gostava dele. Felizmente, o tempo serviu para me mostrar que o rapaz é bom rapaz e mercedor de todo o meu respeito. Isto para dizer que, na minha opinião - e mesmo quando eu o não suportava -, o Carlos Moura sempre foi o único stand up comediant digno desse nome em Portugal. É o único a respeitar à regra os dítames dessa mui bela arte performativa - e já agora, a ter realmente piada.

Vendo uma actuação sua, rapidamente se percebe que o moço, atento e perspicaz como eu sei que ele é, bebeu bem das suas influências e aprendeu bem a lição. Tudo nele se conjuga para que o set seja, do ponto de vista técnico, perfeito. E é. E tem graça, não me canso de o dizer. É atento, usa normalmente de factos recentes e a outros a que normalmente não estamos atentos, ou habituados a vê-los de determinado ângulo, e tudo isto sem recorrer à brejeirice a que os restantes comediantes da nossa praça nos habituaram. É polido, articulado, e sabe usar as palavras. Para além disso, tem a experiência e a segurança para dar a volta às situações quando estas correm menos bem. Já tive a oportunidade de ver o moço safar-se em grande estilo de ambientes mais agrestes e adversos à comédia.

Sim, eu sei, isto tudo cheira a graxa. Mas seria ridículo acreditar que só podemos valorizar quem e o que não conhecemos, para não sermos acusados de compadrio. O Carlos Moura é bom, e arrisco mesmo em afirmar, ser ele um dos melhores comediantes portugueses da actualidade. Sim, também sei que os Nogueiras e os Pereiras é que andam nas bocas do povo, e é que dão entrevistas, e fazem séries de televisão e anúncios e tal. E depois? Embora também aprecie as suas carreiras, acho que já deu para perceber que isso tudo em Portugal quer dizer muito pouco.

Que me perdõem os outro stand up comediants que conheço. São alguns e respeito o trabalho de todos - aliás faço questão de colocar aqui, assim que estiver disponível, set de um outro amigo, participante há dias do programa Sempre Em Pé, e que correu muito bem -, mas o rapaz Moura está à frente da concorrência uns metrinhos.



quarta-feira, junho 20, 2007

WALL-E - O REGRESSO




Graças ao João, o meu enviado especial em Bornemouth, Inglaterra, obtive mais uma informaçãozinha relativa ao tal novo filme da Pixar, WALL-E. É, nada mais, nada menos, do que a sinopse, e que serviu para me deixar ainda mais ansioso e expectante.

WALL-E is the story about the last little robot on Earth. He is a robot that his programming was to help clean up. You see, it's set way in the future. Through consumerism, rampant, unchecked consumerism, the Earth was covered with trash. And to clean up, everyone had to leave Earth and set in place millions of these little robots that went around to clean up the trash and make Earth habitable again. Well, the cleanup program failed with the exception of this one little robot and he's left on Earth doing his duty all alone. But it's not a story about science fiction. It's a love story, because, you see, WALL-E falls in love with [Eve], a robot from a probe that comes down to check on Earth, and she's left there to check on and see how things are going and he absolutely falls in love with her.

WALL-E

Ok, eu podia muito bem remeter-vos para o blog do amigo Moura, mas não me apetece abrir mão da presença, aqui no meu cantinho, de um dos acontecimentos cinematgráficos de 2008: Wall-E, a próxima animação da Pixar.
Visto o teaser, fica a idéia de estarmos na presença de um filme encantador, com uma das personagens mais doces do universo Pixar, e tudo ao som de "Brasil" versão lounge.
Vejam lá...


terça-feira, junho 19, 2007

RUFUS WAINRIGHT - "SANS SOUCI"

Tenham paciência, aturem o primeiro minuto do vídeo - basicamente o ego de Rufus Wainright a não querer fechar a boca - e depois ouçam a musiquinha. É muito bonita e faz parte do seu último álbum "Release the Stars".


A ÁGUA DAS PEDRAS É FOFÍSSIMA



Também já toda a gente viu e adorou os dois anúncios da Água das Pedras que têm ocupado o horário nobre da televisão portuguesa. E merecidamente. São dois óptimos anúncios, e um óptimo exemplo do que a publicidade nacional evoluíu nos últimos anos. E são mega fofinhos, também.



FORD MONDEO - DESIRE BALOONS COMMERCIAL










Já não é novidade para ninguém, o novo anúncio do Ford Mondeo, em que vemos centenas de carros pendurados em balões, percorrerem os céus de Londres. É um dos anúncios mais bonitos e tocantes de que me lembro, e é absolutamente surpreendente e original. Como a publicidade não cessa de ser. No entanto, e visto o pequeno making of disponível no site do costume, a surpresa é ainda maior. Seria fácil imaginar que o anúncio era um prodígio da tecnologia digital - de longe uma surpresa, tendo em conta os avanços nesta área -, no entanto, o realizador decidiu meter marcha atrás, recuar no tempo, e fazer isto...



Já agora se souberem de quem é a música, avisem para aqui.

GERSWHIN NA CASA DA MÚSICA E BANDA TUPÁZIO EM MASSARELOS




No próximo sábado, na praça da Casa da Música e integrado nos concertos de S. João, a Orquestra Nacional do Porto dá um fantástico concerto, onde interpreta duas peças de George Gershwin e uma de Ferde Grofé - o compositor responsável por ter criado a versão para orquestra da peça mais conhecida de Gershin, precisamente Rhapsody in Blue. É à borla - como se não houvesse mais razão nenhuma - e lá, poderão ouvir o que se ouve no videozinho lá em baixo. Provavelmente os mais famosos e reconhecidos primeiros acordes de uma peça clássica da história da humanidade. Nunca consigo evitar um arrepio na base do pescoço, quando ouço o clarinete tão jazzístico de Gerswhin a surgir do nada. Imperdível.
Este ano, tinha jurado a mim mesmo renunciar totalmente às festividades de S. João. Por razões diversas, e nenhuma particularmente agradável, sendo a falta de companhia uma das mais determinantes.
Sendo assim, e com um programa de início de noite tão agradável, parece-me que deixo essa atitude de abandono para o ano. Até porque a seguir, e assim que terminar o concerto na Casa da Música, desço até à bela freguesia de Massarelos e entrego-me aos ritmos quentes e irrecusáveis da banda Tupázio. É boa música de bailarico para ouvir com a sardinha numa mão e o copo de tinto na outra. Acreditem, merece bem a pena. É que se S. João é baile sempre a bombar, então não vai haver sítio melhor no mundo para o comemorar do que em Massarelos. Até parece que já estou a ver aquele povo todo em delírio e a cantar " a Mila é uma artista...".


Como não há vídeo dos Tupázio, fica o Gerswhin, e mais uma vez, atentem no clarinete. Ah, e no senhor maestro ao piano, nada mais, nada menos, do que Leonard Bernstein.




Eu sou tão pequenino nas mãos das memórias dos outros.
E a minha própria memória atraiçoa-me e faz-me esquecer aquilo que já aprendi. Que as pessoas só se lembram de nós como querem. E somos compartimentados em frascos, em prateleiras, em armários, fechados num quartinho de dois por dois, e apanhamos pó.
Só servimos para algumas coisas e não para todas as coisas. "Podes ir aqui, mas ali já não podes"; "hoje vens, mas amanhã não pode ser, tenho cá amigos"; "gostava muito que viesses, mas não conheces ninguém..."; "não aprecio misturas".
E a amizade, aquilo que eu mais respeitava e apreciava - para lá de ser conversinha estereotipada de menina que acaba de ser coroada Miss Universo, "aquilo que mais admiro no mundo é a amizade e o amor" -, começa a assumir contornos algo tristes e a mostrar-me que afinal as coisas não eram bem como me foram ensinadas.

segunda-feira, junho 18, 2007

A CORDA

Ontem dediquei-me a rever A Corda, filme do Senhor Alfred Hitchcock, e notável, notabilíssimo exercício de suspense. Sim, eu sei, o homem foi o mestre absoluto do género, mas a verdade é que de todos os filmes que Hitchcock realizou, este é porventura o que nos mostra um suspense mais… suis generis. Ou seja, um suspense aparentemente de menos impacto, suave, mas que ao fim dos primeiros trinta minutos de filme nos começa a provocar uma estranha sensação de desconforto. O desconforto de conhecermos um terrível segredo que praticamente ninguém conhece – dois amigos decidem matar um terceiro e escondê-lo dentro de uma arca, na sala. Não satisfeitos, decidem fazer uma festa e convidar todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, têm algo a ver com o morto: pais, noiva, mais um amigo e um antigo professor deles -, e o medo irracional de que o venham a descobrir. Medo esse que atinge o seu ponto mais insuportável quando, num plano absolutamente arrasador, Hitchcok nos mostra, do lado esquerdo do ecrã, a arca, onde repousa o corpo, do lado direito metade do corpo de James Stewart – o professor -e ao centro, o vai vem da empregada que começa a tirar a louça com comida que estava em cima da arca – macabra, a decisão de servir o jantar em cima da «sepultura» do falecido -, rotineira e mecanicamente, deixando-nos adivinhar que em seguida, alguém, provavelmente ela própria, vai abrir a arca e expor finalmente o horrível segredo a todos os que estão na sala. Ninguém conseguiu até hoje esticar os limites do suspense até ao insuportável como Hitchcock o fez. Ninguém decidiu usar de todos os meios técnicos, música, câmara, luzes e cenário, como ele o fez, e A Corda é um óptimo exemplo do laboratório que era um filme seu; ninguém arriscou tanto quanto Hitchcock, e ninguém ensinou tanta gente a fazer cinema como o anafado inglês - este filme, por exemplo, ficou famoso por ter sido filmado em apenas um cenário (aproveitando o facto de ter sido adaptado de uma peça de teatro) e nuns meros oito planos. Só existem sete cortes em hora e meia de filme, o que obrigou os actores a fazerem cenas seguidas de cerca de dez minutos, e a uma grande mobilidade da câmara, em contínuos travellings e zooms. Para além disso, a ironia, o cinismo, o sarcasmo, sempre doentio e macabro, os diálogos, brilhantes e tão inteligentes, fazem dos seus filmes inevitáveis comédias negras, que nos fazem suar as estopinhas com nervoso miudinho, mas que nos permitem sempre uma risadinha de alivio de modo a recuperar o fôlego.
Acho que me vou obrigar a ver e rever todos os seus filmes; parece-me que estou com vontade de ter umas aulinhas de cinema.


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FÃ-DE-SEMÉNE À SÂ XENXÔ

De San Xenxo guardava as piores memórias. Memórias de um dos piores fins-de-semana da minha vida e, por coincidência, de um dos piores fins de ano de que me lembro. Por isso mesmo, a vontade de ir de mini férias para a pequena localidade espanhola… não era lá muito grande. No entanto, a companhia era a melhor, e a hipótese de ficar num hotel quatro estrelas com Spa incluído e tudo, ajudou a mudar esse estado de espírito mais negativo. Não que seja dado a essas coisas de hotéis com tudo do bom e do melhor – pelo contrário – ou a essas mariquices fashion de massagens com pedras quentes e frias, banho escocês, banho de lama, banho de chocolate, banho de algas, etc. Para mim, banho é com sabão Clarim e tá a andar. Mas a curiosidade levou a melhor, e achei que experimentar uma vez não me tiraria nenhum bocado, por isso…
Fui e não me arrependi. Foi um bom fim-de-semana, bem acompanhado, por malta que sabe retirar o melhor e o mais divertido destes dias. Nomeadamente uma belíssima futebolada a três. O clima não ajudou sobremaneira, mas esteve ligeirinho o suficiente para permitir a primeira praia, e consequente primeiro banho do ano. Até deu para ficar – como se costuma dizer – com uma corzinha. Descobri que afinal se come bem em San Xenxo – belíssima sopa de marisco e ainda melhor salada de bacalhau – e que o que correu mal nesse tal fim-de-semana de má memória, não dependeu da terra onde estávamos, mas sim de uma série de pormenores a que eu não dei a devida atenção, e que mais tarde viriam a determinar um acontecimento de realce na minha vida. Perdão, San Xenxo. Perdão.
As fotos foram muitas, mas infelizmente não as posso publicar todas, até porque algumas… enfim, não são decentes e envolvem quase-menores e tal…
Ah, quanto ao Spa: um fiasco; a piscina interior assemelhava-se fortemente à selva Equatorial num dia mau, e o ginásio, que na foto parecia ser maior do que o átrio do hotel, tinha uns meros vinte metros quadrados… as toalhas eram boas, no entanto.









sexta-feira, junho 15, 2007

FANTASTIC FOUR: RISE OF THE SILVER SURFER







Não foi particularmente por esperar um grande filme, que estava ansioso por ir ver a sequela do Quarteto Fantástico, mas sim porque este segundo filme da série apresentava uma óbvia mais valia: a estreia do Surfista Prateado no grande ecrã.
E a verdade é que o filme foi mesmo uma meia desilusão. E por razões, na minha opinião, bem mais graves do que se poderia pensar.


Para começar, o realizador opta por filmar o quarteto de heróis de uma forma, no mínimo, idiota. Todos, naquele grupo, são parvinhos até mais não, e irritam de tanta idiotice. Não cheguei a perceber se o homem queria fazer uma comédia ou um filme de acção adulto, tal a quantidade de disparates e chavões cómicos de que já ninguém se ri. Inacreditável.


Eu disse filme de acção? Enganei-me. Durante a hora e meia de duração do filme, contam-se pelos dedos de uma mão as cenas de acção que, para além de serem escassas, são tão fraquinhas e inconsequentes que… nem tenho palavras. O filme parece ter sido feito por um miúdo de seis anos.


Esta falta de elementos de acção num filme supostamente de aventura, com heróis da banda desenhada e tudo – alguém nos estúdios se esqueceu de que isto era uma adaptação de uma das sagas mais lidas e mais importantes do universo da editora Marvel -, deve-se em parte ao quase completo desaparecimento do Surfista Prateado de grande parte do filme. O realizador sacrificou uma das personagens maiores da história da banda desenhada em prole das fantochadas folclóricas de um grupo de heróis com aparentes sinais de atraso mental, a braços com as dificuldades que os seus poderes lhes provocam no seu dia a dia. Incompreensível.

O Surfista Prateado é, como já disse, uma das mais importantes e amadas personagens da banda desenhada norte americana do século XX. Não tenham dúvidas, o herói da prancha de surf justificava uma saga no cinema só para ele. Ao invés, vê-se envolvido num filme tão mauzinho, que quase apetece esquecer que foi esta a sua estreia. Felizmente, lá para o fim do filme a coisa compõe-se um bocadinho, e é-nos dada a possibilidade de finalmente percebermos quem é verdadeiramente o Surfista Prateado. Perceber a tristeza nobre que transporta, e os motivos que o levam a cumprir um destino pesado e amargurado.
Por fim, a razão que mais me revoltou, e que honestamente me teria levado para fora da sala ao fim dos primeiros quinze minutos, não tivesse eu acompanhado de um belo par de pernas (femininas, diga-se): o filme é uma enorme e feia mentira. Ou melhor, uma sucessão de mentiras. Enumero-as, somente, para não correr o risco da memória me atraiçoar e eu me voltar a sentir enojado: o Surfista Prateado não tem aqueles poderes de alteração molecular. Nenhum! E acreditem, no filme são imensos. Galactus, dono e senhor da vontade do herói, não é uma nuvem de autocarro cósmica, como se depreende no grande final, mas sim um semi Deus gigantesco, que viaja num nave nada semi, também ela gigantesca.
Eu sei, de repente as mentiras são só duas. Mas a verdade é que são grandes e graves o suficiente para revoltar todo e qualquer leitor de BD que conheça as aventuras do Quarteto Fantástico e do Surfista Prateado.
Revoltante, inexplicável e injustificado!

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quinta-feira, junho 14, 2007


Ontem vi o início e o final do meu filme preferido - Seven, de David Fincher - e só por motivos de força maior não me colei ao ecrã as quase duas horas que ficam pelo meio.
Nunca me canso dele, e fico sempre maravilhado. No entanto, ontem dei por mim a pensar que era menino para vender a minha alma ao diabo – entidade sempre presente ao longo do filme – pela possibilidade de voltar a sentir o impacto que é ver esta obra prima pela primeira vez. Lembro-me perfeitamente da crescente sensação de pressão no peito que me acompanhou na longa e incrível sequência final. Acho que cheguei a sentir medo, ou pelo menos a mesma apreensão que a dada altura é mais do que evidente nos rostos dos dois detectives – Brad Pitt e Morgan Freeman. Digam o que disserem, raramente alguém terá conseguido filmar sentimentos retorcidos e doentios como Fincher o fez neste filme. O incómodo que é imaginar alguém amarrado a uma cama durante um ano inteiro, alimentado a medicamentos e lentamente a enlouquecer, é demasiado para estômagos menos preparados, e essa cena – uma das mais bem realizadas que vi até hoje – transmite impecavelmente e em doses perfeitas, o suspense, o nervosismo miúdo e o horror da situação. Para além de que todo este ambiente pesado e incomodativo está bem presente desde o genérico inicial, que imediatamente nos coloca em sentido e nos faz pensar que estamos num sítio onde não queriamos nada estar...
Tenho o DVD lá em casa, e vou-me obrigar a vê-lo novamente. Com calma e atento, mais uma vez, a todos os pormenores.


O genérico




A cena de perseguição brutal




A sequência final


quarta-feira, junho 13, 2007

SEBASTIEN TELLIER- LA RITOURNELLE

E eu que nem sabia que isto tinha vídeo...
Vejam e ouçam porque merece.




Besh o droM





Não estou com especial vontade de me pôr para aqui a escrever muito acerca de mais um bando de loucos dos balcãs, por isso...

Os Besh o droM - assim mesmo - formaram-se em Budapeste em 1999 e misturam tantos géneros musicais de tantas partes do mundo que se torna impossivel contar. Uma coisa é certa, fazem a festa mesmo que não esteja ninguém a ver. E que festa!
Dêem um saltinho ao
site deles - já que a informação disponível na net é escassa - e procurem os vídeos das actuações ao vivo no sítio do costume.
Os senhores do Festival Mestiço bem que se podiam lembrar destes pequenos...






Para lá de toda a polémica em torno da localização do novo aeroporto internacional - Ota ou Alcochete -, e para lá da questão do impacto ambiental - parece-me claro que o impacto existe sempre, mas enfim -, há uma dúvida que me incomoda e que deixo aqui para quem souber/quiser responder: é realmente necessário construir um novo aeroporto internacional?
Eu peço desculpa se a dúvida é idiota, mas a verdade é que ainda não me informei convenientemente acerca desta questão. Ultimamente, e como quase tudo na minha vida, tenho ouvido as notícias na diagonal e ainda não percebi completamente este problema.
Sinceramente, e assumindo esta minha ignorância, isto tudo me parece aquela malta que mesmo não tendo um tostão no bolso, sente uma forte e irresistível necessidade de manter as aparências. Vestir a melhor e mais cara roupa, conduzir os melhores e mais caros carros, enfim, gente que não tem dinheiro para pagar as contas mas insiste em comprar lagosta para receber os amigos lá em casa.
Estarei enganado?

Carta para o meu amigo Tom

Querido Tom,

eu não sei escrever muito bem e tive de pedir à Mary para corrigir os meus erros mas queria escrever-te e queria que a carta fosse bonita e assim não tenho que riscar todas as palavras que não sei escrever lá muito bem. Já não vens ter comigo há uns dias e ninguém te vê e eu sei que não é por minha culpa mas ando aborrecido por não poder brincar contigo. Eu sei que há coisas que te deixam triste e queria dizer que continuo a fazer as mesmas coisas que faço sempre que a tua tia não te deixa sair e que estou sempre nos mesmos sítios quando te apetecer sabes onde me encontrar. Ontem fui roubar ovos ao galinheiro do senhor William mas não teve graça nenhuma porque estas coisas só são divertidas quando fugimos os dois do galo que fica muito zangado e só paramos do outro lado da cerca a rir e com falta de ar. Já não gostas de fazer isso? Eu gosto muito de fazer isso contigo e queria que soubesses que as coisas más acabam num instante e não podem ser maiores que as coisas boas e eu sei que sabes isso porque eu te ensinei a ser assim e que há coisas boas que não precisam de mudar pois não? Se alguém te chatear muito dizes-me e eu dou-lhe um murro no nariz. Gosto de ti e a Mary vai se rir muito por eu dizer isto e aposto que vai contar aos rapazes da tua escola mas eu não me importo. Se quiseres vir ter comigo à casa da árvore deixa uma meia pendurada na janela logo ao fim da tarde.
Huck

terça-feira, junho 12, 2007




Como já tinha dito, hoje dei por mim a pensar em coisas sérias ao som do meu assobio ao som da música do Mika.
É daquelas músicas que os intelectuais-críticos-à-armar-ao-puzito adoram odiar. E eu percebo porquê. Normalmente é fácil odiar o que nasce de um aparente facilitismo; o que existe unicamente com fins comerciais - dizem eles que é com fins comerciais, mas a verdade é que não fazem a mais pequena ideia do objectivo real na mente do criador no momento em que se lembrou de fazer uma música assim. Ou um livro, ou um filme. E então atacam obras de sucesso. Já vi isto acontecer com tanta coisa. Com o Código Da Vinci, criticado por tanta gente que nem sequer se dignou a ler a primeira página. Já vi isto acontecer com o Seven do David Fincher, acusado de fazer cinema para a Geração MTV, seja lá o que isso for realmente.
A verdade é que as pessoas adoram odiar. Adoram ter um alvo, imóvel, de preferência.
Eu próprio, estou seriamente a considerar a hipótese de ir ver o Jesus Cristo Superstar do La Féria para ter um alvo desses só para mim.
Quanto ao Mika…
Nunca mais me esqueço da música em questão e tudo por tua culpa. Pela tua alegria sempre que a ouves, que só por acaso foi a mesma alegria com que te vi entrar no mar pela primeira vez. E tens razão, de todas as coisas, estas são as que ficam para sempre.

Não sei se amo ou odeio o Calvin e o Hobbes por constantemente nos lembrarem de como só nos preocupamos com as coisas que não interessam para nada...

Ok, amo.

E UM GAJO AINDA SE RALA...




Ora bem, de acordo com a Wikipedia é assim:

"O Hamas (acrónimo de Harakat al-Muqawamah al-Islamiyyah, ou حركة المقاومة الاسلامام em
árabe) é um movimento político Palestino, cuja sigla designa o Movimento de Resistência Islâmica, ou seja, luta contra a existência do Estado de Israel (estado esse criado após a Segunda Guerra Mundial para abrigar judeus).Criado, em 1987 na cidade de Gaza, a qual se situa na Faixa de Gaza, preconiza a luta contra Israel, por todos os meios, visando a libertação da Palestina "... desde o Rio Jordão até o mar".O Hamas é responsável por várias acções armadas contra Israel, consideradas como acções terroristas por este e pelos Estados Unidos."


Certo? Continuando...

"Fatah ou Al-Fatah (
Árabe: فتح); é um acrónimo reverso do nome Árabe Harakat al-Tahrir al-Watani al-Filastini (Árabe: حركة التحرير الوطني الفلسطيني, literalmente: "Movimento de Libertação Nacional da Palestina"), é uma organização política e militar, fundada em 1959 pelo engenheiro Yasser Arafat e Khalil al-Wazir (Abu Jihad).Os membros desse grupo defendiam a luta armada para expulsar Israel dos territórios ocupados. A Fatah ocupou o Conselho Revolucionário da OLP, actuando como seu braço armado. Actualmente conta com o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas.O Fatah é um movimento secular e nacionalista, que reconheceu o direito de existência do Estado de Israel. Está é uma das principais razões de sua aceitação internacional.O Fatah é ligado ao grupo Brigada dos Mártires de al-Aqsa, compostas por grupos autónomos disseminados pelos territórios palestinos.O grupo Fatah al Islam é uma das dissidências do Fatah."

Entendidos?


Então, hoje de manhãzinha, e depois de ter ouvido na rádio novos desenvolvimentos acerca dos mais recentes conflitos entre estes dois grupos de PALESTINIANOS, dei por mim a pensar "mas porque é que um gajo se dá ao trabalho de se preocupar com estes tipos?", enquanto assobiava alegremente - mesmo sem ter motivos para estar alegremente - a música do Mika, Grace Kelly. Uma senhora que provavelmente nunca esteve na faixa de Gaza e de quem os palestinianos nem nunca terão ouvido falar.
E por esta altura, quem se deve estar a rir à brava são os israelitas, que devem também fazer a mesma pergunta, esta com um sentido completamente diferente da minha: "mas porque é que um gajo se dá ao trabalho de se preocupar com estes tipos?". Se calhar o que os israelitas faziam melhor era começar a investir nas forças armadas da Fatah e do Hamas. Poupavam no seu próprio armamento - o que têm já é mais do que suficiente - e apostavam forte nas hipóteses que um e outro grupo têm de se auto exterminarem.
Isso é que era bonito!

segunda-feira, junho 11, 2007

Digam o que disserem e apesar de toda a histeria em torno do fenómeno Dogma, para mim nenhum outro filme de Lars Von Trier chega perto sequer do brilhantismo de Europa.
Não é um filme, é, sim, uma experiência audiovisual arrebatadora e que nos obriga - não temos mesmo qualquer hipótese de recusar - a mergulhar num mundo e numa realidade completamente novos para nós.
Surpreendeu-me na sua estreia no Fantasporto, no longínquo ano de 1991, como me surpreendeu sempre a cada nova visão.





Hoje fumei um cigarro Ritz em tua memória, Vó. Eu sei, é uma forma estúpida de te homenagear. Mas sempre me lembrei de ti com um cigarro nos dedos. Ritz. Lembro-me de ir comprar os maços brancos – agora são pretos – ao café em frente de nossa casa. Eu sei, agora toda a gente te diria que é errado mandar o neto tão pequenino comprar tabaco. Mas na altura não tinha mal, pois não, Vó? Diz-me que não. Preciso de te ouvir dizer que não. Preciso de te ouvir. Preciso que me digas o que fazer com a minha vida, enquanto me dás palmadinhas no joelho. Que me digas “olha Nuno…” - como fazias sempre - enquanto empurras os óculos para cima. Eu sei, é uma estupidez querer o que não podemos ter, e eu não te tenho cá, Vó. E o melhor que eu consegui fazer foi fumar um cigarro Ritz. Agora os maços são pretos…

domingo, junho 10, 2007

O CORTE

Fui finalmente ver O Corte, ontem à noitinha. Era o penúltimo dia de exibição e não o queria mesmo perder, mesmo tendo acabado de chegar do fim de semana abroad, mesmo tendo acabado de conduzir 200 chatíssimos quilómetros.

Comecemos então pelo melhor do espectáculo - ou pelo que mais me surpreendeu: a riqueza técnica. Belíssimo cenário e soluções afins. Escasso mobiliário, muito frio e impessoal, a fazer lembrar os filmes da RDA na década de setenta, quase de gabinete de psicanalista, quase agressivos. Preto, branco e inox, no chão, nas cadeiras e nas mesas. Inteligente a forma de o mudar de quadro para quadro - a peça é composta por três quadros, e nos intervalos duas actrizes executam mecanicamente a mudança rápida de cenário.

Óptima a trilha sonora, os pequenos trechos musicais e os efeitos sonoros, assim como o prodigioso jogo de luzes. Tudo a contribuir para compor um certo ambiente orwelliano da coisa.
O resto...
Muito bons os primeiros dois quadros.

Muito bom o duelo entre João Cardoso - também o encenador - e Luciano Amarelo. Tenso, rápido e num crescendo de nervoso miudinho que irrita e faz desejar o final da cena - só para ver se realmente morre alguém. Muito bem ambos os actores, pese embora alguns tiques mais clássicos de João Cardoso - não percebi se intencionais - a destoarem do estilo geral da peça. Quanto a Luciano Amarelo, posso parecer suspeito, já que sou amigo do senhor, mas acredito que é um valor inquestionável do teatro português. Sem exageros. A sua disciplina em palco é notória e notável. O corpo trabalha mesmo sem o percebermos, e a personagem, por força da voz, das expressões e dos movimentos, convence-nos e conquista-nos imediatamente.
Muito bom, muito mordaz e cínico, o quadro entre rosa Quiroga e novamente João Cardoso - aliás omnipresente em todo o espectáculo. Excelente a interpretação de um casal disfuncional e acomodado. Acomodado, mas não o suficiente para não se irritar com o comodismo de uma vida aborrecida.
Terrivelmente mau o último terço da peça. A deitar por terra todo o trabalho prévio. Novamente João Cardoso, mas desta vez com um actor - de que nem me lembro o nome - tão fraco, tão tecnicamente fraco, que acaba por diluir toda a tensão e todo o suspense construídos ao longo de quase uma hora de espectáculo. Sem voz, sem intenções e, basicamente, sem presença. Uma nulidade. Incompreensível.
De resto o texto é óptimo, como já seria de prever. Não fosse o seu autor Mark Ravenhill, enfant terrible do teatro inglês e principal figura do movimento conhecido como in yer face. Nada se esconde, tudo está à vista, sexo, drogas, linguagem menos comum. Não foi essa a intenção do encenador, ao adaptar este texto de Ravenhill. A peça incomoda aqui e ali, mas muito ligeiramente. A sua riqueza residia noutras coisas e foi nessas coisas que joão Cardoso pegou e trabalhou.


E fê-lo bem.





Mark Ravenhill

quarta-feira, junho 06, 2007





Stencil Avenue é o novo nome da outrora Travessa de Cedofeita. Conquistou o novo nome, à custa das paredes grafitadas, mas isso resulta do facto, estranho e interessante, de ser actualmente uma das artérias portuenses mais concorridas e mais culturalmente diversificadas.


Lá, podemos ver todo o tipo de tribos urbanas, todas as raças e credos, numa incrível mistura internacional; o caldeirão mágico da Invicta.




É lá que fica o cafe "Espaço 77", que toda a gente conhece por "77" ou, mais recentemente, por "7"; é lá que fica o Mesopotâmia, restaurante curdo e que só por mero engano, pode ser comparado com os restaurantes turcos que começam a aparecer por aí; é lá que fica o edifício do TUP, e também por isso, estes locais, esta rua, é local onde mais gostamos de estar. É o nosso ponto de encontro, onde nos sentimos bem em todas as ocasiões. às vezes custa mesmo ir embora, especialmente agora, que as noites estão bem mais quentes e a vontade de andar na rua é tão grande quanto o prazer que nos dá.






segunda-feira, junho 04, 2007

Em passeio a pé pelo jardim da Rotunda da Boavista, percebi que só me sinto verdadeiramente livre quando ando assim, sozinho.
Esqueço-me de tudo...
E isto aqui ao lado não é a Rotunda da Boavista...
No sábado foi dia de festa. Celebrava-se os aniversários da Ana e da Bárbara - ilustríssimas e chiquérrimas co-proprietárias do blog das Cousins.
Foi animado, mas lamentavelmente não teve música...
Obviamente só poderia haver UMA música, como hino desta mega celebração:






Depois ainda rumámos a Serralves, para assistir a outra macro festa, mas, e apesar da animação, da loucura e tudo e tudo e tudo, a companhia desistiu demasiado cedo e regressei a casa ainda com o saborzinho do «abana-o-esqueleto» na beiça. Soube a muito pouco, mas...

Valeu a pena.
Parabéns às duas!

ENTÃO REZA ASSIM...





A lenda de Santa Bárbara, conta que ela nasceu por volta de 300 D.C. em Nicomedia, na Bitínia, na Ásia Menor. O seu pai, Dioscuro – sei lá bem se é assim que se escreve o nome do senhor -, era o chefe de uma abastada família aristocrata. Os seus pais adoravam-na pela sua inteligência e modéstia, mas o pai, pagão e de feitio cruel, mantinha-a fechada numa torre de maneira a mantê-la afastada de possíveis pretendentes.


Influenciada pelo vigário Valentino – mais tarde bispo e mártir -, Bárbara converteu-se secretamente ao cristianismo. Entretanto, o seu pai tinha ordenado que se construísse uma casa de banho na torre, para que a sua filha não tivesse razão alguma para se ausentar de lá. Originalmente, o compartimento teria duas janelas, mas Bárbara pediu ao construtor que criasse uma terceira para celebrar a Trindade, e que gravasse uma cruz no chão de mármore.
O seu pai, ao aperceber-se destas mudanças, descobriu que a sua filha era cristã. Ao confrontar Bárbara com o sucedido, e ao sentir que a sua própria filha o tentava converter também àquela religião, Dioscuro perdeu a cabeça e tentou matá-la. Contudo, as preces de Bárbara milagrosamente abriram uma fenda na parede da torre, permitindo assim a sua fuga. Perseguida pelo seu pai e pelos guardas, a moça escondeu-se numa gruta, nas montanhas, onde se manteve escondida até ser traída por um pastor. Segundo reza a lenda, o pastor foi imediata e divinamente castigado, sendo transformado numa estátua de mármore e o seu rebanho em gafanhotos.



Apesar de fortemente torturada, Bárbara nunca renegou a sua fé. Uma noite, a sua cela foi invadida por uma forte luz e novos milagres aconteceram. Todas as manhãs as suas feridas estavam saradas, e quando a tentaram queimar com archotes, as chamas apagaram-se ainda antes de tocarem o seu corpo. O seu pai decidiu então entregá-la a um magistrado romano durante uma grande perseguição aos cristãos, e este ordenou que Bárbara fosse decapitada, sendo a sentença levada a cabo pelo próprio pai. Dioscuro levou-a para o cimo de uma montanha e matou-a, mas assim que o fez ficou assustado com a sua acção e tentou fugir. Não conseguiu ir longe, no entanto, já que um raio divino o fulminou ali mesmo. Bem feita!

Portanto, isto terá acontecido no dia 4 de Dezembro, dia em que os cristãos celebram o dia de Santa Bárbara.


Eu não sou cristão, e celebro o dia de Bárbara hoje, 4 de Junho.
Espero que percebas a analogia, miúda.
Parabéns!

sábado, junho 02, 2007

Dia 4 de Junho celebram-se dois aniversários. Muito importantes, diga-se.
Da mesma forma - e intimamente ligado a estas celebrações - está para completar um ano, desde que (quase sem querer) se iniciou um projecto continuamente improvisado. Um plano, que foi sendo construído dia a dia, com altos e baixos, mas que foi sempre bom. Sinto que chegou a altura de lhe dar algum descanso; um espaço para respirar. Um saltinho para trás. Um saltinho para ajudar a voltar a ver o quadro todo e não só um pormenor.
Não vai ser fácil. Nunca é. É um salto para trás em muitos aspectos. Mas tenho a certeza de que vai ser positivo.

FITEI - TRICICLE

Na sexta feira fui ver mais um espectáculo integrado no FITEI – apenas o meu segundo, já que o tempo não dá para tanta cultura ao mesmo tempo -, "Tricicle", dos… Tricicle.
E gostei. Não foi nada de deslumbrante, mas a empatia criada entre os actores e o público foi tanta e tão imediata, que era impossível sair de um espectáculo daqueles sem um sorriso idiota na cara.
E é fácil, a explicação. Os três catalães dedicam-se, durante hora e meia – em regime absolutamente non stop –, a apresentar a sua visão muito própria do mundo normal e rotineiro em formato de sketches de humor físico e mímica. E embora não sejam brilhantes, a verdade é que são divertidos e a coisa funciona. E (mais uma vez) conquistam a simpatia do público assim que entram em palco. O espectáculo está ganho à partida, portanto.
O momento alto foi sem dúvida o início do sketch do aeroporto. Imaginem a cena: dois dos actores entram em palco, vestidos de hospedeiras de bordo com o pior feitio do mundo, transportando, cada um, uma imensa pilha de jornais que vão atirando displicentemente ao público. Descem as escadas para a plateia, e começam realmente a atirar com o jornal às pessoas, obviamente com a intenção de que isso provoque algum tipo de reacção. E provoca. Em poucos segundos, os quase 600 espectadores envolvem-se numa verdadeira batalha campal de jornais, caótica, histérica e infantil. Num ápice toda a gente perdeu o sentido de responsabilidade e mandou aquele típico bom comportamento de quem vai a uma peça de teatro completamente às urtigas. Acho que até os actores ficaram surpreendidos com tamanho feed back.
Enfim, como já disse não foi um espectáculo inesquecível, mas que conquistou a minha total simpatia, lá isso conquistou. Até me fez pensar na Região Estrangeira. Os universos de uns e outros não estão assim tão distante quanto isso.
Ai, nostalgia…

Dos vídeos encontrados no site do costume, nenhum é executado pelos comediantes que estiveram no teatro do Campo Alegre. Os do segundo sketch parecem-me até melhorzinhos.