kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

segunda-feira, abril 30, 2007



E pronto, chegou o filme que me vai deixar a bexiga em estado de alerta máximo até que consiga pôr os meus olhinhos «bedemaníacos» em cima dele.
Cum caraças!!!


Apercebi-me de que já há muito tempo não dedicava um postezito ao meu guru...



TELL IT TO ME

They say you're seeing someone, you're wearing his ring
They say you laughed when you heard my name
They say he takes you dancing, he holds you so near
They say he'll buy you anythingT

ell me am I foolish, I don't believe these stories
And I'll be coming home soon
Louise, Louise, if it's true
Tell it to me

I know, you will not see me, but I know you have a daughter
And I hear she has my eyes
They say she calls him "father", and he's proud of her
And even believes all of your lies
But for all your faithless beauty, I'd give all my tomorrows
And if you're still thinking of me
Louise, Louise, if it's true
Tell it to me



LITTLE DROP OF POISON

I like my town with a little drop of poison
Nobody knows they're lining up to go insane
I'm all alone, I smoke my friends down to the filter
But I feel much cleaner after it rains

And she left in the fall, that's her picture on the wall
She always had that little drop of poison

Did the devil make the world while God was sleeping?
There'll never get a wish from a bone
Another wrong goodbye and a hundred sailors
That deep blue sky is my home
And she left in the fall, that's her picture on the wall
She always had that little drop of poisonWell, a rat always knows when he's in with weasels
Here you lose a little every day
Well, I remember when a million was a million
They all have ways to make you pay
And she left in the fall, that's her picture on the wall
She always had that little drop of poison
And she left in the fall, that's her picture on the wall
She always had that little drop of poison

Tom Waits
A estupidez dos homens, infelizmente - e ao contrário de tantas outras coisas -, parece não conhecer limites.
E este nem é um daqueles casos em que seria confortável conhecer esse limite. Inventivos e criativos como somos, rapidamente descobriríamos o que estaria para lá dessa fronteira, e o quão era ainda mais estúpido.
Gosto muito de ti, pequena, e não mereces nada do que te fizeram.
Não te mates a pensar no que poderás ter feito que justifica um tratamento dessa espécie.
Há coisas que não se explicam e por isso mesmo é que são estúpidas.

sábado, abril 28, 2007

1010






Mais uma vez esqueci-me de festejar um marco importante neste blog: o post número 1000.

Esqueci-me.

Sendo assim, aproveito este milionésimo décimo para comemorar falando de uma das bandas que mais me influenciou - especialmente por a ter descoberto ainda pequenino.

Senhoras e senhores, The Doors.



O primeiro contacto que tive com a banda californiana, foi de fascínio. Fascínio pela capa do disco que os meus pais tinham lá em casa, não tanto pelo som que saía de lá de dentro...


A seguir a gradual descoberta das músicas e das palavras de Jim Morrison, que desde o início fizeram bastante sentido. A atitude, o way of life, as melodias, enfim, tudo parecia bater certinho.
Agora que olho para trás, consigo ver isso e muito mais. Por exemplo, que eram uma excelente banda rock, com influências blues, country e com uma força e energia genuínas, que funcionavam como o quinto elemento da banda.

Para lá de todas as modas, os The Doors continuam bem vivos e não por causa deste recente ressurgimento, que não é mais do que um aproveitamento da sua popularidade para facturar mais uns cobres. Ou seja - e não querendo ofender as crenças religiosas de ninguém -, se Jim Morrison estivesse vivo, seria ele de cana em mão a expulsar estes vendilhões do templo, pois nada é mais contrário ao seu espírito que este enriquecimento à sua custa. Não duvidem, apesar de todos os músicos dos The Doors serem excelentes e igualmente importantes para o sucesso musical da banda, a sua fama e mística nasceu única e exclusivamente do carisma do seu líder incontestado. Pouco interessa se ele foi ou não o verdadeiro american poet. Morrison é, ainda hoje, um dos mitos da música rock e quanto a isso pouco ou nada há a dizer.
E mais não posso falar. A história dos
The Doors é demasiado grande e rica para apenas seis anos de carreira.

Melhor do que estar para aqui a falar de tudo o que este blog significa para mim; tudo o que nele imprimi e todas as entrelinhas; as pessoas que aqui estão, de uma forma ou outra representadas e o quanto deste blog sou eu; melhor do que isto tudo, é ilustrar tudo isto com algo que me ajudou enquanto crescia. Por muito ridículo e incompreensível que vos pareça ser a influência de uma banda ou de uma conjunto de músicas na vida de um puto. Por muito fútil que essa influência vos possa parecer, este sou eu depois de ter conhecido os The Doors. Este sou eu depois de ter conhecido os Talking Heads, os Morphine, o Rufus Wainright, o Ed Harcourt ou a Feist. Este, sou eu formado por um sem número de coisas que me fizeram - mal ou bem - no que sou hoje. E é este o meu blog: eu com o coração cheio de coisas que me fizeram um incrível bem e um tremendo mal, mas que me educaram. E é esse "eu" que encontram aqui todos os dias.
Hoje é dia do "The Doors-eu".
E compreendo como era estranho para a minha mãe ver-me aos saltos pela casa ao som de Love Me Two Times, Light My Fire, Alabama Song ou Gloria, principalmente porque - graças ao advento do velhinho walkman - era eu o único a ouvi-las.



Karmabox With A View - Human League - "(Keep Fealing) Fascination"

Pronto, exclusivamente a pedido do Miguel da Campaínha, fica o videozinho dos Human League, também para nos recordar que em 1983, a moda era... (não me ocorre melhor) ridícula. Mas as músicas eram bem catitas.
E não me importo nada que alguém de um blog vizinho volte aqui para me chamar "cota".


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sexta-feira, abril 27, 2007

Karmabox With A View - Philipe Oakey and Giorgio Moroder - "Together In Electric Dreams"

E porque hoje a nostalgia dos 80 invadiu aqui o escritório, lembrei-me de uma musiquinha que alegrou os meus onze aninhos - não se ponham a fazer contas, por favor.
Não cheguei a ver o filme a que esta música deu nome, e sinceramente nunca tive essa curiosidade. Acho que tenho medo de arruinar uma boa memória...
O produtor Giorgio Moroder e Philipe Oakey - o vocalista dos Human League - juntaram-se e a coisa correu muito bem. Ainda se ouve, ou não?


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LAERTE


(Bárbara, este é para ti)







quinta-feira, abril 26, 2007

É completamente obrigatório e imperdivel assistir ao espectáculo que a companhia de dança Bill T. Jones/Arnie Zane leva ao Auditório de Serralves no próximo dia 2 de Maio. Trata-se de uma das companhias mais conceituadas do mundo e de um coreógrafo e bailarino que não pode ser considerado menos do que genial. O espectáculo chama-se Blauvelt Mountain e foi o primeiro criado por Jones e pelo seu cúmplice, Arnie Zane - entretanto já falecido, vítima de SIDA.
Repito, é OBRIGATORIO!


Acontecimentos destes não passam pelo nosso país todos os dias.
E eu, por causa dos ensaios, não posso ir ver...





O vídeo é um conjunto de bocadinhos da mais recente criação de Bill T. Jones, Chapel/Chapter.




ANGELI


terça-feira, abril 24, 2007

COMPOSIÇÃO



(Sentia-me obrigado a escrever algo relacionado com o 25 de Abril, mas não me ocorria nada, por isso… cá vai!)


Gosto muito do dia 25 de Abril.
No dia 25 de Abril não há escola, e os meus pais não vão trabalhar. É quando os ouço a fazer barulhos estranhos no quarto. Devem estar a discutir outra vez.
No dia 25 de Abril a televisão só mostra imagens de tropas a marchar e o meu avô que já foi muito rico senta-se a ver e chama-lhes nomes que eu não entendo. Depois faz xixi nas calças e é a minha mãe que lhe chama nomes estranhos.
No dia 25 de Abril todas as pessoas usam uma flor vermelha menos a minha mãe que diz que gosta mais de Tulipas mas que nem neste dia o meu pai se lembra de lhe oferecer flores.
Gosto muito do dia 25 de Abril porque toda a minha família me diz para gostar especialmente um tio que mora no Alentejo e que passa o dia a contar sempre as mesmas.
Há um senhor que mora na Ilha da Madeira e que grita sempre que quer dizer alguma coisa que não deve gostar assim muito do dia 25 de Abril porque até proibiu as festas do dia 25 de Abril. Se calhar o avô dele fazia muito xixi nas calças…

OS GATOS - LAERTE


POLITICACA


Ok...

Não costumo dedicar tempo a estes assuntos, mas a confusão vai tão colorida que não pude evitar.
Paulo Portas vence as eleições internas do seu partido - o famigerado PP - por verdadeira goleada, e logo ali, no momento da vitória, se perceberam as hienas a rondar o «senhor que traz a carne à jaula». Ribeiro e Castro saiu pela porta mais pequena que existia e de cabeça tão baixa que mais parecia o Marques Mendes. Estranha a lógica da política, não é?

Mais eleições, desta vez na Nigéria, e novamente os problemas do costume. Uma das partes vence aquela porcaria, e a outra reclama por justiça, que aquilo foi tudo uma roubalheira, uma pouca-vergonha, um roubo, e etc. E pergunto: mas porque é que alguém ainda quer deter o poder de algum dos países africanos? Qual o interesse? Aumenta exponencialmente o perigo de se ser considerado corrupto, de andar metido no negócio de armas, diamantes, ouro, petróleo, urânio, mão-de-obra escrava; de ceder às pressões das grandes potências e de fazer diversas concessões no sentido de…
Ok, já percebi.
Seja como for, dada a contínua repetição dos problemas emergentes de mais uma eleição num país africano – onde suspeito que até as eleições para delegado de turma numa escola secundária provoquem mortos, ferido e estropiados -, parece-me que é chegada a altura da comunidade internacional se unir e mudar as regras do jogo, A partir de agora, os líderes africanos – e de outros países terceiro mundistas – seriam escolhidos por eleições, sim, mas eleições levadas a cabo, por exemplo, na ONU. Pronto. É obvio que o jogo de interesses seria exactamente o mesmo, disso não tenhamos dúvidas. Mas a verdade é que se evitavam os confrontos habituais entre as dezenas de milhar de etnias existentes por metro quadrado em países da chamada África negra.
Por outro lado os senhores do PNR deixavam de ter programas recreativos com que se entreter… Depois tinham de sair das suas celas, para esticar as perninhas, e de conhecer os «meninos» da tal África negra bem de pertinho.

Em França, o parolo-burguês-racista/xenófobo-conservador vai mesmo vencer as eleições – o mesmo é dizer, continua tudo na mesma.

Cá pelo burgo, o Jardim continua a ser o Rei Momo de serviço do circo político mais ridículo e desnecessário que existe no mundo – África incluída: as eleições na Ilha da Madeira. Sinceramente, porque é que insistem? Porque é que a oposição gasta tanto dinheiro em campanhas eleitorais quando sabe que as eleições estão perdidas à partida? Porque é que não investe esse dinheirinho num bom e fiável sniper? Sobraram tantos dos conflitos nos Balcãs…

Obviamente, já nos esquecemos que o nosso primeiro-ministro comprou o curso que tem…

Na Rússia, Boris Yeltsin quinou, e aposto que terá sido de cirrose, ou cancro ou algum tipo de insuficiência, no fígado. Qual fígado? O mais engraçado nisto tudo – mais ainda do que as velhinhas imagens do ex-presidente russo bêbado como um relógio de parede, a fazer as figuras mais tristes que se podem imaginar – foi o discurso de homenagem que Putin, o actual presidente, fez na homenagem ao seu congénere, onde afirmou ser o velho Boris, “o rosto de uma nova Rússia, um país livre, liberal e aberto para o mundo”. Desculpe? Podia repetir? Alguém ainda se lembra das imagens das manifestações da semana passada em Moscovo, e da forte e decidida intervenção policial sob o argumento de que aquelas mesmas manifestações colocam em causa a ordem e lançam o país no caos politico e social?

Ou seja, continua tudo a mesmíssima merda de sempre!

Ontem, entre a saída do emprego e a entrada no ensaio, fui andar de bicicleta. A primeira vez em muito tempo. Demasiado tempo.
É tão bom sentir os pulmões a arder. Sentir as pernas a falharem e o suor a escorrer da testa para o queixo. A camisola encharcada.
Faz-me sentir vivo, e faz-me também lembrar de que não nos podemos nunca agarrar a uma coisa de que não gostamos por termos medo de que se ficarmos sem esse objectivo na vida, não teremos mais nenhum a que nos dedicar.
Como tentava incutir ontem a uma colega de palco, estou certo de que é melhor, por um sem número de razões, procurarmos os pequenos objectivos e tentar com eles atingir uma pontual satisfação.
Os grandes objectivos escorregam-nos muito mais facilmente por entre os dedos das mãos e desiludem-nos.
Pode não parecer importante, mas ontem dei mais um passinho.

segunda-feira, abril 23, 2007

CARA DE FOGO - 2º ANDAMENTO

Sim, já viram aqui esta imagem.
E sim, a peça Cara De Fogo vai ser reposta pelo TUP no Museu Do Carro Eléctrico de 5 a 18 de Maio, de 3ª a Domingo, sempre às 21.30.

Por várias razões, esta reposição não é só uma reposição. Para além de podermos agora explorar outras coisas que a urgência do tempo no outro processo não permitia, tivemos de fazer um reajuste não tão pequeno quanto isso. A Leonor - por razões que podem tentar desvendar no seu blog - não vai poder participar nesta reposição, o que pessoalmente me enche de pena. O seu papel foi distribuído pelas restantes «Olgas» e, posso-vos garantir, com tremendo sucesso.
Portanto, os que não viram esta peça por alturas de Janeiro, não têm agora desculpa para faltarem à chamada. Os que já viram, podem muito bem ir outra vez porque vão ver um trabalho renovado e surpreendente.

A sério, apareçam que não se vão arrepender.

Reservas aqui para este blog, se fazem favor.

OS SKROTINHOS


by Angeli


Do fim-de-semana – mais um preenchido quase totalmente pelos ensaios – ficam algumas certezas.
De que não devia ter ido jogar futebol no sábado de manhã. Devia ter ficado na cama, enrolado em ti.
De que tenho de me preocupar mais com as coisas que realmente importam. Ou seja, voltar a assumir o estado de espírito que me invadiu há coisa de uma ano e meio e que me ajudou a ver certas coisas de forma mais clara. Perdi-o, não sei bem como.
Tenho de aliviar a pressão. .
Tenho de encarar os dias mais com o sorriso e menos com o franzir das sobrancelhas.
Tenho de transpirar litros de suor, como quando jogava seis horas de basquetebol num sábado, doze, num fim-de-semana inteiro.
Tenho de me dedicar a descobrir coisas novas e tão boas como a que descobrimos ontem.
Tenho de ouvir mais música, ler mais, ver mais, fazer mais.
Preocupar-me menos.
Tenho de me entregar à vida e ainda não sei como.

sábado, abril 21, 2007

LA NOUBA - CIRQUE DU SOLEIL

Ora, assim também eu!


Podia ter deixado o link para o blog do Carlos Moura, onde ele chama a atenção para Renée C. Byer, prémio Pulitzer deste ano, mas não pude deixar de lhe dedicar este espaço.
A reportagem com que venceu o famoso prémio é esta, acerca de uma mãe e um filho, Cyndie e Derek Madsen, e a sua luta contra um cancro que não teve piedade. Chega a ser demasiado dura. Provoca sempre um apertado nó na garganta. Mas merece ser vista. Eles merecem que seja vista.

sexta-feira, abril 20, 2007


E para terminar de uma vez por todas com esta fúria de publicar posts que me atacou hoje, uma ilustração de Laerte (ver post abaixo), que obviamente deve conhecer muito bem a minha vida...



E eis que surge o vídeo mega-fofinho do ano, pela mão de uma banda rock, os Snow Patrol, e motivado por um filme de acção, Homem Aranha 3.
A música não é lá grande coisa, mas o vídeo é fenomenal. Tem referências a cenas deste e dos filmes anteriores da saga, e mostra os principais inimigos do herói, assim como a sua amada Mary Jane. O final é delicioso.


SKINHEADS


Parece-me importante, tendo em conta a agitação criada esta semana em torno dos nacionalistas, fazer aqui um parêntesis e clarificar uma coisa. É perigoso, o discurso utilizado pelos media, por todos os comentadores e cronistas e pelo povo em geral, quando apontam os skinheads como uma ferramenta da extrema direita e do nacionalismo/racismo/xenofobia.
Não está de todo errada essa relação, mas convém não esquecer que o fenómeno skinhead quando nasceu, na Grã Bretanha da década de setenta, nada tinha a ver com estes princípios de intolerância. Era um fenómeno de violência e foi, sem dúvida, o pai do que hoje é conhecido como hooliganismo. Eram mal comportados, não tinham uma especial paixão pela autoridade, e a única coisa de que realmente gostavam era de festas, álcool, jogos de futebol e porrada. Eram delinquentes, sim senhor, mas delinquentes brancos e pretos. Jovens desempregados, Ingleses e imigrantes jaimacanos. Tinham o mesmíssimo aspecto que os skinheads de hoje em dia, eram umas belíssimas bestas, mas inclusive promoviam uma igualdade de raças, que, quanto mais não fosse, estaria ligada pelas mesmas (fracas) condições sociais. Eram anti-nazis e anti-fascistas.
O resto, veio depois, e é o que conhecemos hoje.
Segundo o site Wikipedia, existe inclusive um movimento skinhead nos EUA, que defende o nacionalismo sem recorrer ao racismo ou xenofobia.
Ou seja, de todos os fenómenos sociais, este poderá ser provavelmente o que exibe mais vertentes, e todas elas bastante divergentes.
Este discurso todo não muda uma vírgula à verdade dos factos: estes skinheads são um mal a abater. Pela lei, e pelos governos, que até agora me parecem demasiado brandos para um grupo de indivíduos muito bem organizado, muito bem armado, e com uma arma bastante dura de derrubar: a dedicação a uma causa.
Os acontecimentos desta semana em Portugal, poderão ser um óptimo começo.

LAERTE

Conforme prometido, dedico-me hoje a falar de Laerte, de todos os ilustradores brasileiros o meu favorito- ou, como lhes chamam por lá, quadrinista.

Como já devem ter reparado, esta gente tem muito mais que se lhe diga do que eu sei ou consigo escrever, e por isso mesmo é que vos remeto para o seu curriculo. São artistas demasiado prolíferos, com uma quantidade e variedade de trabalhos absolutamente inacreditáveis.


Falo, isso sim, da sua influência na minha vida, e na forma como comecei a encara a ilustração e o cartoon.
Laerte é, na minha opinião, o melhor ilustrador brasileiro de sempre, e um dos melhores do mundo. De sempre.
Responsável também por um exército de personagens inesquecíveis. Os Gatos, Deus, Piratas do Tietê, Síndico, só para mencionar alguns (poucos).


O traço, a técnica, o humor, a mensagem sempre presente. Basicamente, é um ilustrador que tem sempre alguma coisa a dizer, e usa as pranchas, os quadradinhos e as tiras que desenha para o fazer. Melhor do ninguém.
É um dos meus raros ídolos, e continuo a aprender com o seu trabalho todos os dias.





DATA: Sábado, 28 de Agosto de 1999
NÚMERO: 201/99 SÉRIE I-A
PÁGINAS: 5945 a 5947
EMISSOR: Assembleia da República
DIPLOMA: Lei n.º 134/99
SUMÁRIO:
Proíbe as discriminações no exercício de direitos por motivos baseados na
raça, cor, nacionalidade ou origem étnica


TEXTO:
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º
da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte:


CAPÍTULO I
Princípios gerais
Artigo 1.º
Objecto
A presente lei tem por objecto prevenir e proibir a discriminação racial sob
todas as suas formas e sancionar a prática de actos que se traduzam na
violação de quaisquer direitos fundamentais, ou na recusa ou
condicionamento do exercício de quaisquer direitos económicos, sociais ou
culturais, por quaisquer pessoas, em razão da sua pertença a determinada
raça, cor, nacionalidade ou origem étnica.



Foi por causa desta
lei que o líder da frente nacional foi preso. Espero sinceramente que esta e outras detenções possam ser o início de um processo já há muito aguardado. A lei existe...

Karmabox With A View - Son House - "Death Letter"

E como do Verão rapidamente passo ao Inverno, mudam o tom e o ritmo das coisas.
Muda a música.
E ouço o blues de Son House, um dos maiores e mais influentes bluesman da história.

Blues da alma, como não podia deixar de ser. Com sangue, veias e muito músculo.
Já não se canta assim.




I got a letter this morning
What do you reckon it read?
It said the gal you love is dead
I got a letter this morning
What do you reckon it read?
Said "Hurry, Hurry because the gal you love is dead"

Well I packed up my suitcase I took off down the road
When I got there she was layin' on the cooling board
I packed up my suitcase
And I took off down the road
When I got there she was layin' on the cooling board

It looked like ten thousand people standing around the burial ground
I didn't know I loved her 'till they began to let her down
Looked like ten thousand people standing on the burial ground
I didn't know that I loved her 'till they began to let her down

You know it's so hard to love
Someone that don't love you
Won't get satisfaction
Don't care what you do
So hard to love
Someone that don't love you
Don't look like satisfaction
Don't care what you do

Well I got up this morning
The break of day
Just hugging the pillows
She used to lay
Got up this morning
The break of day
Just hugging the pillows
Where my baby used to lay

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quinta-feira, abril 19, 2007

Ontem o Verão chegou aqui!

Concordo com o último post do blog das Cousins e assino por baixo (e pelo meio roubo-lhes o título).

O verão chegou mesmo á «aldeia», mesmo que por uns dias apenas.

E para o sentirmos melhor...

ANGELI - 2








Portanto, o senhor Angeli é um dos meus heróis de sempre. Ele, Laerte e Glauco - dois outros tremendos ilustradores brasileiros - ensinaram-me mais de banda desenhada do que qualquer Lucky Luke, Asterix ou Rato Mickey - com todo o respeito.
Ensinaram-me banda desenhada, humor, humor escatológico, desbravado, selvagem, preconceituodo, auto-crítico, nonsense e alucinado. Ao mesmo tempo, aprendi também como se pode agir contra o sistema, utilizando a refinada arte do desenho como arma de arremesso.

Dado o curriculo do brasileiro, limito-me a deixar o
link para a página dele na Wikipedia. Eu não conseguiria conjugar tanta informação.
Adianto somente que foi este homem o responsável por algumas das personagens mais irrealmente reais e inesquecíveis da banda desenhada brasileira. Os Skrotinhos, Bibelô, Bob Cuspe. Osgarmo, Mara Tara, enfim, uma verdadeira legião de politicamente incorrectos.



Nas semanas que se seguem, vou tentar publicar sempre um cartoon dele, falar dos outros dois compañeros - literalmente, e depois perceberão porquê - e mostrar também o seu trabalho.

Divirtam-se...

ANGELI


E já vos falo mais deste senhor...

CORTEO

Uma das coisas boas de se ter uma distenção nos ligamentos do dedo grande do pé direito, e de ter de ir à urgência do hospital a um Domingo de manhã, é ter de estar á espera que nos chamem para tirar a radiografia da praxe e olhar para a televisão de serviço e perceber que está naquele preciso momento a começar um espectáculo do Cirque Du Soleil que não conhecíamos.

Corteo maravilhou-me desde o primeiro minuto. Não sabia da existência deste espectáculo, e sinceramente pareceu-me ser um dos melhores do Cirque. Cenicamente é definitivamente o mais arrojado, e os números são os mais criativos que alguma vez vi.
Conhecias isto, Carlos?




quarta-feira, abril 18, 2007





E estou oficialmente e definitivamente à procura de casa!
Depois de quase um ano a viver a meias em casa emprestada, chegou a altura de avançar para a segunda fase da mudança. Ainda não a mudança de tralhas e lixo, mas a mudança na vidinha.
Já tinha visto alguns (poucos) apartamentos, mas, ou sou muito esquisito, ou de facto o panorama imobiliário no Porto anda fraco e muito desinteressante. Agora vou ter de ser muito mais incisivo e objectivo. Tenho de arranjar casa, e não tenho mais do que um mês para o conseguir.
Quanto à experiência de viver com alguém…
Dificilmente poderia ter corrido melhor, tendo em conta que também significou o começar de um percurso pelo fim. Se preferirem uma metáfora mais de acordo com o teor deste post, então a velhinha “começar a casa pelo telhado” serve na perfeição.
Foi uma experiência óptima e enriquecedora, e serviu, entre muitas outras coisas, para me fazer acreditar que conseguiria ser feliz novamente ao lado de alguém; acreditar que sou capaz de viver em «sociedade», não anónima, sem cotas nem administração.
Não escondo, por um lado gostava de continuar a experiência. Ver como crescia, o que se conquistaria, as mudanças, coisas novas. Por outro, percebo a necessidade de sair.
Já sabem, se souberem de alguém que tenha alguma coisinha para alugar, ou alguém que conheça alguém que conheça alguém, avisem aqui para o Karmatoon.
Tem de ser T1, sem necessidade de grandes áreas, com cozinha casa de banho e tampa de sanita. Tem é de ter espaço para não sei quantos milhões de CD’s, centenas de milhar de revistas, livros e outras quinquilharias.
E Ana, não mandes piadas, sim?

segunda-feira, abril 16, 2007



Fim de semana altamente improdutivo e desinteressante.
Começou benzinho, com uma belíssima manhã de praia enquanto espectador do habitual jogo de futebol - e porque a lesão no dedão ainda não está totalmente sanada.
A partir daí, trabalhar dois dias para a montagem do cenário de Cara de Fogo. É bom estar entre pessoas assim, mas senti que havia mais a fazer...
Valeu a pena pelos elogios às minhas (pelos vistos) belas pernas. Às vezes é bom ter quem nos levante o ego desta forma, mesmo que seja fútil.
E mais nada. Vegetar em frente a um televisor, à janela da cozinha, fumar, tomar café e vegetar mais um bocadinho.
Vegetar e vegetar e vegetar...
Aborrecimento!
Se calhar vou para a casa de banho apreciar as minhas pernas...

300

E desgraçados daqueles que não forem ver 300 a uma sala de cinema. Malditos os que se atreverem a roubá-lo à grandeza de um ecrã condigno, e a limitá-lo à mesquinhez de uma televisão. Este filme merece ser visto, e visto como merece: com qualidade. Porque não é só de um filme que estamos a falar, mas sim de uma experiência audiovisual. E é precisamente por aqui que ele mostra a sua fraqueza. Não que seja fraco filme, ou de menor qualidade - o meu primeiro parágrafo demonstra bem o que ele me provocou, e o que penso dele -, mas por ser «estranho» aos olhos de um espectador menos preparado para estas tentativas de fugir ao convencional. Passo a explicar. 300 nasce de uma banda desenhada do mestre absoluto Frank Miller, e o seu realizador opotou, não por fazer uma simples adaptação para cinema - como tantos outros filmes hoje em dia - mas sim realmente ADAPTAR as páginas da banda desenhada - cada quadradinho, cada diálogo, cada cenário, cada personagem - e torná-las vivas, pulsantes, plenas de energia. A energia que somente podemos imaginar ao ler uma história destas, mas que nunca podemos saborear na sua máxima intensidade.




Nesse sentido, é o filme que mais se aproximou do universo da banda desenhada. Se Sin City deu o primeiro e sempre arriscado primeiro passo - criando até um novo estilo e género de cinema -, então 300 dá o ambicioso segundo passo no caminho para um novo universo visual. Que se lixem os detractores, que se limitam a vociferar acusações de plasticidade contra o uso e abuso da técnica über alles. Cinema é cinema, e é entretenimento, nunca me canso de afirmar. E este 300 é isso tudo e muito mais que nem consigo verbalizar. Que se lixem os que acusam o realizador de fazer um gigantesco videoclip. Onde eles vêm uma fraqueza, eu vejo uma qualidade. Imagens como a da sequência que escolhi para publicar aqui, só funcionam quando filmadas assim. Com calma, estilo e todo o grafismo de uma BD. Os actores são maus? Sim, já ouvi este argumento, mas não o compreendo. Os actores limitam-se a fazer o que lhes é pedido. Este não é um filme para deixar os actores brilharem. Funcionam todos da mesma forma, e têm todos os mesmo impacto. A banda sonora é majestosa, a tensão agarra-nos à cadeira, o ligeiro sentido de humor alivia-nos o nervoso miudinho quando tem de ser, e inúmeras são as sequências que permanecem na retina horas depois de termos saído do cinema. Especialmente uma, em que Leónidas - o rei espartano - se prepara para morrer. Arrepiante. Esqueçam lá os preconceitos e façam-vos o favor de verem 300. Garanto-vos, é uma experiência.











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sexta-feira, abril 13, 2007

Em relação ao excelentíssimo senhor primeiro-ministro, José Sócrates, e a toda esta polémica que estalou em torno da sua licenciatura, apraz-me dizer isto e nada mais:
Estou-me nas tintas para se o desgraçado é engenheiro ou não. Nutro menos respeito e simpatia por um engenheiro, do que por um calhau daqueles que quando são levantados da terra apresentam sempre um cenário dantesco, composto por esterco e bicharada nojenta variada.
É um defeito – que encaro orgulhosamente como qualidade – de formação. Para mim, ter um engenheiro como primeiro-ministro é bem mais grave e desastroso do que ter um não licenciado a ocupar um cargo tão importante.
Tenho dito.

quinta-feira, abril 12, 2007



Continuando...

Há coisa de ano e meio - mais coisa, menos coisa -, tomei a decisão de dar um passo importante. Dois passos importantes. Melhor, um passo importante com as duas pernas. Duas pernas, uma para cada objectivo.
Não foi a coisa mais fácil de se fazer. Não foi a decisão mais simples de se tomar. Foi, aliás, bastante complicada.
Para toda a gente ao meu redor, esta decisão teve o sabor da precipitação, e eu compreendo bem porquê. Ninguém, a não ser eu, sabia na altura - ou chegou sequer a compreender - as razões que me levaram a fazer o que fiz.

Os meses que se seguiram à minha saída de casa e de um casamento que parecia ser para sempre, foram confusos, dolorosos e desgastaram-me, ao mesmo tempo que me ajudavam a renascer - não sei ainda se para um Nuno melhor ou pior.
Os meses que se seguiram à decisão de lutar por um amor que se começava a criar dentro de mim; um amor confuso, agitado e solitário, não foram os melhores da minha vida. No entanto, foram os mais saborosos desta minha nova vida.

Agora, passados que são 16 meses desde que assumi estas decisões, começo a perceber um sem número de novas e não menos difíceis facturas para pagar. Já sabia, em Novembro de 2005, que as coisas nunca poderiam vir a ser simples. A minha vida, nessa altura, estava enquadrada num panorama social/familiar que obviamente não serviria para simplificar um processo como este. Nunca pensei, contudo, que o preço a pagar por decisões importantes viesse a ser tão alto. E triste.

A partir do momento em que me dei conta do que iria inevitavelmente acontecer, percebi que, mais tarde ou mais cedo, iria acabar sozinho nisto tudo. Sendo que "isto tudo" não é mais do que a minha vida, desde que saio do emprego - um irónico oásis onde sempre me sinto bem -, até que deito a cabeça na almofada para dormir. E como há uns anos - terriveis anos -, anseio por essa hora bendita, a de dormir, para me sentir igual a todas as outras pessoas. A essa hora, não existe solidão, não existem problemas, não existem pessoas que por já não existirem na vida real me fazem sentir tanta dor. A essa hora, e nas horas de sono e sonho, não tenho de abdicar da minha vida, não tenho de abdicar dos meus amigos de sempre, não tenho de sentir as dores provocadas pelas dúvidas. A essa hora, não existem fantasmas. Nem um. Refugiado no meu sono, sou a pessoa mais forte do mundo. A mais segura de si, inabalável, indestrutivel, confiante.

Infelizmente não basta o assumir de decisões para que tudo corra bem. Aliás, nunca nos são dadas garantias de que tal vá acontecer. É largar o trapézio na esperança de que lá em baixo exista uma daquelas redes que sempre quisemos experimentar. Por nos parecerem divertidas.

Foram duas decisões apenas. Duas. Mas que revolucionaram a minha vida. Ainda não parei de me mexer, ou seja, ainda não assentei a minha vida, nem sei quando vou fazer isso. Foram decisões arriscadas, nesse sentido, e por isso mesmo ainda me fazem algum mal. Mas voltava a tomá-las. Sem pensar duas vezes.

Se aprendi uma coisa nestes 16 meses que passaram, é que, para lá de todos os defeitos, para lá de todas as fraquezas, para lá de todas as consequências, sou um homem que, quando a necessidade surgir, sei tomar decisões e mudar a minha vida, se assim tiver de ser.

Mas para já, neste preciso momento, e por todas as razões de que não quero sequer falar aqui, sinto-me sozinho e triste, e não há nada a fazer...

quarta-feira, abril 11, 2007

Começo então pelo film-delight do ano, Little Miss Sunshine.
Toda a gente que me veio atazanar a paciência por não o ter ido ver ao cinema tinha razão: fui um camelo. O que é que vos posso dizer? Há coisas que nem eu entendo, às vezes.
Nada, mas mesmo nada, a apontar a uma obra absolutamente brilhante de todos os pontos de vista. Excelentemente filmado, melhor escrito e ainda melhor interpretado. Um daqueles casos que justificam plenamente a existência de prémios colectivos para elenco.
E não tenham dúvidas, a pequena Abigail Breslin, a rechonchuda Olive, merecia o Oscar para melhor actriz do ano. E merecia-o por tantas cenas, tantos pormenores, tantas expressões, que se torna impossivel escolher uma das suas sequências no filme para ilustrar o que acabo de escrever. E escolho esta, não pela prestação arrebatadora dela, mas porque junta num mesmo palco duas coisas importantes, a quase totalidade do elenco e uma pergunta fundamental: porque raio não nos permitimos mais vezes fazer o que nos dá na gana?


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Breves...


De um fim de semana anormalmente grande, ficaram tantas coisas, boas e menos boas, que preciso de fazer um plano de trabalhos para não me perder.

Assim muito resumidamente, e sem qualquer ordem cronológica:
o 300 é um grande filme e não me desiludiu uma grama;
o Slither - de que falei aqui há duas semanas - afinal não é assim tão bom, é só simpático;
O Little Miss Sunshine é uma delicia;
sofrer um estiramento nos ligamentos do dedo grande do pé direito é tão ridículo quanto extremamente doloroso;
é sempre tão bom rever amigos;
tive o primeiro Domingo de Páscoa verdadeiramente agradável, divertido e nada chato da minha vida - e ganhei a caça aos ovos!!!;
já muita coisa me diz para desistir...

Depois falamos melhor.

quinta-feira, abril 05, 2007

Letizia Battaglia





Sou fá de fotografia e ponto. Mas de todo os géneros de fotografia, a que mais me apaixona é a que nasce do foto-jornalismo - ou, se preferirem, foto-reportagem.


Letizia Battaglia, dedicou a sua vida e carreira a fotografar tudo o que pudesse ter relação com a máfia da sua terra natal, Sicília.


Não são fotografias fáceis, e por isso mesmo retratam fria e fielmente o que é viver constantemente na sombra de
sta organização.

E no entanto, são bonitas...




Carla Pott





Descobri por acaso o trabalho desta senhora ilustradora num revista. Chama-se Carla Pott, e faz sonhar. Mais nada.
E é portuguesinha-alfacinha de gema, para os que acham que este tipo de trabalho ainda está bem longe do nosso país.
É logo à noite...



Este lince ibérico provavelmente já não é vivo.
Se for vivo, é um dos cerca de cem indivíduos que ainda resistem ao homem e à sua influência.
Em 1900 existiam cerca de um milhão de linces desta espécie na península. Em 1960, o número tinha já baixado para cerca de 10%.
Hoje em dia, e apenas em território espanhol, existem entre cem a duzentos linces - o número parece ser difícil de determinar, mesmo pelos especialistas - e ainda em risco de desaparecerem por completo. Ou seja, em dois mil anos, seria o primeiro grande felino a extinguir-se na Europa.
E mais uma vez por nossa causa.

segunda-feira, abril 02, 2007

Karmabox With A View - Gotan Project - "Mi Confessión"

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