kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quarta-feira, janeiro 31, 2007

De regresso ás sequências de filmes que mais me ficaram na memória, para recuperar esta, do filme True Romance - realizado por Tony Scott a partir do primeiro argumento escrito por Quentin Tarantino.
A cena é deliciosa... Ea teoria, brilhante.


terça-feira, janeiro 30, 2007

Cara de Fogo



Lembram-se do primeiro ensaio? Quando lemos o texto pela primeira vez e nos apercebemos todos de que só havia um Kurt naquela sala, e que esse Kurt era o João?

Lembram-se dos primeiros dias de desenho da peça, meio trôpegos, meio absurdos, todos perdidos?

Lembram-se daquele mês com o Júlio?

Lembram-se da primeira visita ao Museu e de como tudo parecia querer falhar?

Lembram-se de como tudo foi sendo construído passo a passo. Pequenos passos, mesmo muito pequeninos?

Como é que chegamos a isto?

Como é que conseguimos?







Chegou ao fim...


Pelo menos até Junho, altura em que a peça será reposta. Pelo TUP. No Museu Do Carro Eléctrico.


E foi um absoluto sucesso. Desculpem, mas não há como não ser vaidoso e arrogante nesta situação. Foi um estrondoso sucesso. De público. De técnica. De interpretação - embora nem tanto...


Pessoalmente acho que aprendemos tanto...

Acho que depois de tanta tempestade; tanto odiozinho de estimação; tanta paixão, tanta amizade, tanta vontade de estarmos juntos, o que fica é uma obra que nos enche de orgulho e de apetite por mais. Muito mais, aposto.

Espero sinceramente que o que sinto - que este trabalho serviu para revitalizar o TUP e as pessoas que fazem dele o que ele devia ser; que pode ter motivado outros trabalhos neste âmbito; que pode dar o empurrão de que estavamos todos a precisar - seja sentido por todos os que participara de alguma forma na concepção e educação de uma peça de teatro chamad Cara de Fogo, e que foi - novamente - um sucesso!


E já sabem, na primeira semana de Junho, o TUP volta ao Museu. Venham ver-nos, nós até somos jeitosos.



Quanto a vocês...

Foi um prazer enorme trabalhar e aprender com todos vocês. Um prazer e um orgulho nem sempre disfarçado em ver-vos trabalhar. Ver-vos crescer nas personagens. Inventar tiques, gestos, olhares e expressões. Ver-vos transfigurarem-se por completo. Foram uma lição e muitas vezes um exemplo. Problemas à parte - esses serão discutidos na próxima quinta, no TUP, sinto-me honrado por estar incluído no vosso grupo. Do fundo do coração


Luciano...

Métodos são métodos. Concorde ou não concorde; goste ou não, o teu método funcionou na perfeição, e fez deste trabalho o sucesso que se sabe. Ninguém diria que se conseguiria fazer daquele espaço tudo o que ele foi. E ninguém conseguiria ver a totalidade das imagens que tu vias sempre que olhavas para mais um recanto, masi uma sombra, mais um pedaço de chão. Obrigado por tudo, e muito obrigado pelas constantes lições.


Luis...

Nada a dizer. Foste um exemplo de dedicação. Como se a peça fosse só tua, e nós meros convidados. Contamos contigo, verdade? Volta sempre.


E mais uma vez, até Junho...

POR FAVOR MÃE, NÃO ME MATES

É este o fantástico slogan de uma das campanhas a favor do NÃO no referendo do próximo dia 11.
É imoral. É violento e perigoso. E traz a lume a falsa razão por trás destas campanhas - a favor e contra - e que ilude o povo no momento da decisão.
ESTE NÃO É UM REFERENDO A FAVOR OU CONTRA O ABORTO. É A FAVOR OU CONTRA AS MULHERES SEREM PRESAS POR O PRACTICAREM. METAM ISSO NAS VOSSAS CABECINHAS MESQUINHAS E POBRES DE UMA VEZ POR TODAS!!!

Já agora, e a título de curiosidade, sabiam que a União Soviética foi a primeira nação europeia a legalizar o aborto? Em 1924...
Lembram-se daquela anedota em que o filho implorava á mãe que o levasse ao cinema, e ao qual a progenitora respondia friamente ó miúdo, para além de cego és estúpido!!!?
Assim é o ódio. Cego e muito estúpido.
Quem odeia - tenha ou não razão - parece não querer saber direccionar esse sentimento no sentido correcto; parece não querer saber a quem odiar e como o fazer melhor - se é que tal coisa é possivel.
Quem odeia perde completamente a noção do ridículo e da factura que vai ter de pagar, mais tarde ou mais cedo, inevitavelmente.
Quem odeia definha e isola-se sem nunca o perceber. E «morre».
E enquanto morrer de amor é um conceito que compreendo e aceito - por muito desnecessário que isso possa ser -, morrer de ódio é a coisa mais estúpida da humanidade e um gasto incomensurável de energia.
Isto tudo a propósito de uma demonstração de ódio irracional, cego e estúpido - muito -, misturado com uma dose cavalar de má educação e sadismo a que tive o imenso desprazer de assistir esta semana. Que me desapontou quando eu pensava que não havia mais nada a desapontar; uma demonstração violenta de má educação e de injustiça contra alguém que não quer - como não quis sempre - estar de bem com toda a gente.
Foi feio, foi estúpido, foi ilógico e ridículo. Foi de mau carácter e encerra com a pior das chaves uma história que não era agradável, mas que podia ter sido pelo menos humana e escorreita.
Não o foi. Por opção. Por ódio. E compreendo agora que até foi melhor assim. Tenho pena de que tenha feito sofrer pessoas com zero culpa num processo em que as culpas deviam ser assumidas de parte a parte em vez de serem utilizadas como arma de arremesso. Mas foi melhor assim. Compreendo perfeitamente agora o tipo de pessoas que definitivamente não quero na minha vida.

sábado, janeiro 27, 2007


Finalmete vi o filme Crash. O tal que levou a estatueta de melhor filme na cerimónia dos Oscars e que por isso mesmo surpreendeu meio mundo. O meio mundo que não o viu, certamente, porque mereceu esse e todos os prémios que levou para casa.
É uma obra poderosa e incontornável. Feita de e sobre gente. Como nós. De carne e osso, como raramente se vê no cinema actual. Actores todos em absoluto estado de graça. Sem personagens principais ou secundárias. Todos reais e igualmente importantes.
Só aparentemente é este um filme sobre a intolerância racial. Provavelmente é essa a primeira imagem com que ficamos depois de o vermos. A verdade é que Crash fala das pessoas estarem fartas umas das outras, mas também do facto de não conseguirmos passar uns sem os outros.
É o que se ouve logo ao início, it's the sense of touch (...), I think we miss that touch so much that we crash into each other just so that we can feel something. E sim, sente-se a influência de outro filme incontornável, Magnolia, mas nunca sem querer cair no erro fácil da repetição.
E quase no fim, quando começamos a perceber a calma da redenção; a bonança após a tempestade, alguém pergunta something's funny? E a resposta é única: People man. People...


sexta-feira, janeiro 26, 2007



Alguém está ferido? Há sangue no chão...

Estas são as primeiras palavras ouvidas na peça Cara De Fogo. A tal, que o TUP leva a cena no Museu Do Carro Eléctrico.

E ouve mesmo sangue no chão. Muito.
Um dos actores cortou-se num acidente estúpido e perfeitamente inesperado já no final do espectáculo, e naquela noite houve realmente sangue no chão.

O frio não tem ajudado mesmo nadinha. O público diz que não se nota nada, mas garanto-vos: a voz foge, a boca paralisa e os movimentos, sejam eles quais forem, saiem desajeitados e trôpegos.
É muito frio. De tal modo que na cena final, em que regressamos ao exterior do espaço onde a peça se desenrola, há uma estranha sensação de alívio.

Quanto ao sucesso da peça...
É um sucesso! Sem mais nem menos. A procura de bilhetes para lá de uma lotação esgotada desde Sexta feira passade já não se justifica somente com o reduzido número de lugares que aquela sala comporta. Já ultrapassamos esse estigma inicial. A peça está a ser falada e procurada, não só por amigos e familia.
Ou seja, neste momento posso já adiantar: a reposição, lá para Junho, começa a ser uma realidade cada vez mais próxima. E se calhar por mais de duas semaninhas - atiro eu, para que o nosso ilustre presidente cá venha ler isto...

Vamos ao fim de semana final. Com sessão fotográfica no Domingo e - novidade das novidades - filmagens na Segunda.
Depois deixo aqui as devidas notas finais.

Não apareçam, está esgotado!



Desculpem lá, mas... AGORA é que vai começar a campanha pelo referendo ao aborto!!???

Quem diria...

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Cara De Fogo - o primeiro fim de semana

Para além do sentimento de se saber ser este um espectáculo esgotadíssimo até ao final da sua carreira, pouco mais há a acrescentar nestas minhas crónicas mais ou menos diárias das suas exibições.

Cara De Fogo está a ser bastante procurado pelo público, o que pode muito bem ser enganador. Aliás, não utilizo essa informação como forma de medir a sua qualidade ou a categoria dos seus intervenientes. A verdade é que uma peça com nove actores resulta sempre numa enchente mais ou menos calculada de espectadores. Vão o pai e a mãe, irmãos, amigos, tias e tios, a madrinha e aquela vizinha que nos viu crescer, e isso, e uma sala com apenas vinte e quatro cadeiras disponiveis, só podem resultar numa casa cheia, dia após dia, após dia.

De tal maneira que amanhã vamos realizar um espectáculo extra, de forma a dar resposta aos pedidos de bilhetes que temos recebido. Mas sabe bem e não custa mesmo nada, garanto-vos. Acho é que já não há bilhetes...

Quanto ás exibições...
Vão alternando de qualidade e de intensidade. Não sei bem dizer porquê, mas é a realidade. Não conseguimos fazer dois espectáculos aproximados em nenhum destes critérios, o que não deixa de ser estranho.
Estou ansioso por esta segunda e última semana em cena. A folga de hoje e a experiência de cinco dias de trabalho poderão muito bem resultar num aumento significativo de qualidade.



E é oficial - pelo menos na minha opinião: Woody Allen está cansado e as férias que resolveu passar na Inglaterra não fizeram mais do que esgotá-lo de idéias!
Fui ver o novo Scoop para tentar redimir-me com o mestre, mas a desilusão foi quase completa.
Não tinha gostado nem um bocadinho do tão aclamado (!) Match Point. Aliás, o filme era tão aborrecido e levava tão à letra os ambientes upper class londrinos que não posso sequer dizer que não tenha gostado. A verdade é que me entediou tanto que nem consigo sequer ter uma impressão acerca dele. Uma!! Mas faça-se justiça: enquanto Match Point era um filme aborrecido e lento, sem piada nenhuma, mas com uma intriga interessante e complexa, Scoop é um filme lento e aborrecido, com alguma piada - o sentido de humor surreal de Allen de novo em acção -, mas absolutamente desprovido de história. Aliás, parece-me justo dizer que a pouca ou nenhuma história que lhe dá (dará?) corpo, era suficiente para uma curta metragem. Curtita...
Os tiques do mestre estão todos lá - do recambolesco, ao filme noir de detectives; do Vaudeville a Buster Keaton - mas não resultam nem por um segundo. É a desinspiração total.
Resta-me aguardar que Allen regresse rapidamente a Brooklyn e nos volte a dar motivos por esperar ansiosamente por - pelo menos - um filme por ano.
Safa!!!


sexta-feira, janeiro 19, 2007

Karmabox With A View - Tom Waits - "God's Away On Business"



I'd sell your heart to the junkman baby
For a buck, for a buck
If you're looking for someone to pull you out of that ditch
You're out of luck, you're out of luck

Ship is sinking
The ship is sinking
The ship is sinking

There's a leak, there's a leak in the boiler room
The poor, the lame, the blind
Who are the ones that we kept in charge?
Killers, thieves and lawyers

God's away, God's away
God's away on business, business
God's away, God's away
God's away on business, business

Digging up the dead with a shovel and a pick
It's a job, it's a job
Bloody moon rising with a plague and a flood
Join the mob, join the mob
It's all over, it's all over
It's all over

There's a leak, there's a leak in the boiler room
The poor, the lame, the blind
Who are the ones that we kept in charge?
Killers, thieves and lawyers

God's away, God's away
God's away on business, business
God's away, God's away on business, business

Godddamn there's always such a big temptation
To be good, to be good
There's always free cheddar in a mousetrap, baby
It's a deal, it's a deal

God's away, God's away
God's away on business, business
God's away, God's away
God's away on business, business

I narrow my eyes like a coin slot baby
Let her ring, let her ring

God's away, God's away
God's away on business, business
God's away, God's away
God's away on business, business

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Cara De Fogo - Dia 2


Para além de um ataque de tosse iminente sentado desconfortavelmente na minha garganta nos primeiros vinte minutos do espectáculo, as coisas voltaram a não correr como sabemos que podem correr.

Se no primeiro dia o sistema nervoso nos tinha levado a ser demasiado cautelosos, ontem, a ansiedade de fazer melhor - e fazer o que não tinhamos feito na véspera - resultou num texto demasiado apressado. De tal forma que houve falas que se atropelaram e que chocaram de frente.

Hoje vai ser melhor. De certeza. Amanhã é fim de semana e a consciência fica mais leve. Não temos de nos levantar com as galinhas e podemos descansar mais um bocadinho. Ou seja, Sábado, vai ser de arromba.

Repito, apareçam. Mas só nos últimos quatro dias, que até lá a lotação está esgotada.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Estão a ver o último bonequinho na imagem aqui em cima?
É um bebé de dez semanas. Não se parece estranhamente com um ser humano?

Para dizer que sou obviamente contra o aborto. Porque o aborto mata aquele bonequinho ali em cima na imagem. Ou seja... isso mesmo, mata um ser humano com dez semanas.
E ninguém, mesmo o mais acérrimo defensor do SIM teria o estômago para apertar aqueles dedos em torno do tal bonequinho. Ali, na imagem.

No entanto, e antes que metade dos visados por este texto comecem a espumar de raiva, gostava de dizer também que, da mesma forma que sou contra o aborto, sou a favor da sua despenalização. Por inúmeras razões - de que não vou falar - e mais uma. Esta: não sou hipócrita, e se algum dia me visse perante a situação de uma gravidez indesejada optava pelo aborto - desde que ambas as partes estivessem de acordo, claro.

Portanto, não vou gastar o espaço deste blog a apresentar razões para o NÂO ou o SIM, no que ao referendo diz respeito.
Gostava de falar de algo que é um derivado infeliz e vergonhoso de todo este assunto. A campanha politica e panfletária que está a ser levada a cabo pelos apoiantes do NÂO e do SIM.
Ok, concordo, a liberdade de expressão de cada um é preciosa e deve ser exercida. Mas já alguém se lembrou de que poderá estar a influenciar o voto de uma pessoa que não percebe sequer no que está a votar? Já alguém pensou que o dever de votar deve ser exercido em consciência, e que para que isso possa acontecer os votantes devem fazê-lo com o total conhecimento do que estão realmente a fazer??

Informem, façam chegar a toda a gente o máximo de dados acerca deste assunto. É que estamos a falar de uma matéria que nunca vai ter uma discussão fácil e pacífica e que nunca vai realmente ter uma conclusão. Nunca.
Parem lá com os panfletos. Já chateia!

Karmabox With A View - Face Of Fire Special Edition



(Nome pomposo para uma mariquice...)

É a música que me tem servido de inspiração para o meu trabalho. Ontem não foi suficiente, mas garanto-vos: dá uma pica!!!


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Cara De Fogo - Dia 1

E um já cá canta!
A peça estreou ontem e não correu nada mal, embora...

Embora tivessemos a obrigação de ter feito com que corresse melhor. São quase quatro meses de ensaios, de mecanizações, de repetições, de insistências, e tudo isso tem de ser utilizado no momento de subir ao «palco». Nas movimentações, no encaixe dos textos, nos gestos. O nervosismo traíu-nos, mas de uma forma estranha. O medo de falhar redondamente tornou-nos demasiado cautelosos e o início do espectáculo sofreu com isso. Começou mole. Arrebitou lá para o meio, voltou a quebrar, já nem sei porquê, e acabou mais ou menos. Mas não houve nenhuma falha grave, ninguém encravou numa fala ou algo pior.
Tenho a certeza de que hoje vai ser muito melhor, mais profissional.

Vou continuar a relatar os dias da carreira desta peça, mas apareçam, vale a pena.
E já só há bilhetes para os dias 25, 26, 27 e 28...
Só para dizer que o blog das Cousins tá novamente activo e continua a ser altamente recomendável.
Certo?

quarta-feira, janeiro 17, 2007



As palavras não são minhas, mas eu roubo-as por ti.

Ouves-me quando dormes?
Vês-me quando passo por ti?
Eu ouço-te sempre, onde quer que estejas.
Vejo-te, sempre. Especialmente quando fecho os olhos.


Karmabox With A View - Mos Def - "Ms. Fat Booty"

Cool, cool, cool!

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terça-feira, janeiro 16, 2007


E de volta à Máscara de Fogo.
Amanhã começam dez dias de exibição. Dez dias de stress, mas de alívio por ver finalmente um projecto tão pesado e tão volumoso em cena. Ver as reacções, perceber o que toca os espectadores, o que muda de uma noite para a seguinte, como vai continuar a crescer, de amanhã até o próximo dia 28.

Ontem, num ensaio que deveria ter sido para a imprensa e que acabou por não ser porque... não havia imprensa, percebi pela primeira vez que esta peça é incómoda. Desconfortável.
Não se trata exactamente de teatro-choque, mas incomoda os espectadores que a ela assistem e por diversas razões. É tensa e intensa - muito -, aborda assuntos e tabus que não são nunca bem encaixados em parâmetros de normalidade. As personagens oscilam entre a loucura e a demência apoiadas numa fronteira demasiado frágil. São más, são reles, são irritantes e irritáveis, voláteis e pornograficamente violentas.
É teatro-incómodo o que se pode ver no Museu do Carro Eléctrico.
Mas são pessoas.
Pessoas que, de vez em quando, podem ser vistas por debaixo da pele das suas personagens. O actor é o que é enquanto ser humano, e a personagem carrega esse peso. O peso de se ser humano. E enquanto observo os meus colegas a trabalhar, percebo que estou de facto a ver a Leonor, a Joana, a Inês, a Milene e não a OLGA; é o João quem berra com os pais à mesa e não o KURT; é o Nuno que quer esborrachar a cabeça do irmão da namorada de encontro a uma parede e não o PAUL, sou eu que quero fazer sexo com a minha filha e nunca o HANS; e a mãe, que está farta daquela vida e não sabe muito bem como agir, não é de facto ela, mas sim o esforço conjunto de duas actrizes/pessoas, a Arminda e a Isabel.

Foi um sacrifício enorme fazer este trabalho. Como já disse, a factura foi elevada. Ontem, quem esteve presente no ensaio concordava em perceber finalmente porque andamos tão esgotados e porque não conseguimos despir totalmente as personagens e deixá-las penduradas no armário para o dia seguinte. O prémio por ter feito este trabalho já o estamos a receber desde o primeiro dia. Pessoalmente sinto-me enriquecido. Pelas pessoas que conheci - actores e técnicos -, pelo que aprendi enquanto actor e pelo prazer de trabalhar pessoalmente com alguns dos actores desta peça - já que os outros já conhecia de trabalhos anteriores. Não destaco nomes, obviamente. Mas algumas pessoas foram importantes no processo de criação de uma personagem e da relação dela com os outros intervenientes. Os técnico foram de uma entrega anormal. Criaram luz e manobram-na sempre com a intenção de enriquecer um espectáculo tão complexo e difícil que cheguei a pensar que as incompatibilidades seriam ainda maiores do que foram. Acabaram por ser uma normalidade num trabalho desta dimensão. Um grão de areia que não serviu para estragar nada.

Para o público, provavelmente esta complexidade de que tanto falo não vai ser sequer percebida. É também sinal de que o nosso trabalho será bem executado. Mas acreditem. Por trás de cada passo que um actor dá; por trás de cada palavra que diz; por trás de cada luz que apaga para se acender outra, há o trabalho de muita gente. Muitas cedências, muito suor e sacrifícios de todo o género e feitio.
E isto tudo para dez dias de exibição. Mas dez dias intensos.
Acreditem.

Karmabox With A View - Feist - "Mushaboom"

Por estes dias não tenho tempo para mais. Mas pelo menos quero garantir uma musiquinha boa por dia. Diz que dá saúde e alegria...



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segunda-feira, janeiro 15, 2007

Karmabox With A View - Psapp - "Hi"

Porque foi a musiquinha do fim de semana...

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sexta-feira, janeiro 12, 2007

Outrora tive um link neste meu blog para um outro, Falhou o Envio da Mensagem.
Gostava de lá passar, gostava do que por lá se podia ver e gostava, mesmo sem a conhecer, da sua senhora e dona.

Por razões que só a ela dizem respeito, a Carolina decidiu pôr um fim ao seu blog.
Felizmente - e porque não deve ter resistido - criou um novo, O Bus Turístico, e, sendo assim, no lugar do link antigo, agora está a nova e fresquinha porta para o mundo da Carolina. Continuem a passar por lá, eu já dei lá um saltinho e gostei. Muito.

Beijos Carolina, não acabes com este, ok?

A saliva escorre-me abundantemente...



... porque este fim de semana estreia a nova obra - prima, de certeza - do mestre Clint Eastwood.
Provavelmente só a irei ver daqui a duas semanas, que isto de brincar ao teatro tem que se lhe diga, mas a ansiedade é enorme. Tipica de um fã, julgo...

Vão ver e digam-me qualquer coisinha, sim?



Eu sei, eu posso ser bastante insistente e repetitivo, mas este clip da curta-metragem Journey Of Man, do Cirque Du Soleil é imperdivel.

Já agora, tentem ver a dita curta, acerca do caminho do homem desde que surgiu na terra, a sua ascenção e consequente queda, vitima de interesses menos nobres, e uma lição sobre ainda haver esperança de que a humanidade - ou parte dela - ainda pode dar valor a pequenas coisas que no fundo, no fundo, são gigantescas.

Quanto a este clip...
Bem, é ver e ouvir - a música é assombrosa - e voltar a ver e a ouvir, e voltar...



quinta-feira, janeiro 11, 2007


Voltando ao espectáculo que o TUP vai levar a cena no Museu do Carro Eléctrico, gostava de deixar aqui umas impressões relacionadas com o complexo processo de construção a que o mesmo nos obrigou.

Construção, no real sentido da palavra, e num sentido psicológico, interior e muito pessoal de cada um dos intervenientes.
São quase quatro meses de trabalho, Outubro, Novembro, Dezembro e estes poucos dias que faltam para a estréia. Trabalho de alta exigência física e mental; que nos pediu uma disponibilidade total - e a que nem sempre demos a melhor resposta - e que nos deixou completamente esgotados. E isso sente-se. Nos ensaios, nos intervalos, nas conversas e na (falta de) paciência.

Pessoalmente confesso - não sem alguma vergonha - que cheguei a um ponto em que a vontade de me deslocar até ao local dos ensaios é quase nenhuma. Felizmente, e graças ao início dos ensaios com a equipa dos técnico de luz, readquiri uma nova energia e uma nova vontade em continuar a melhorar o meu trabalho. A personagem ganhou, finalmente, vida própria, e existe já mais do que eu próprio. O que ás vezes pode ser nefasto para a minha vida social. Por vezes, nem sempre, não consigo «despir» o Hans e trago-o comigo para casa. Pior, trago-o em mim para casa, e os que convivem comigo apercebem-se da diferença e reclamam. Com razão.

Seja como for, tem sido um trabalho que - odiozinhos à parte - fica mais uma vez no coração. As pessoas envolvidas ficam no coração. O espaço, esse, fica com muita força no coração. E a memória de o ver por entre o fantástico trabalho de luzes que está a ser feito; o sabor que senti à medida que o ia vendo, agora completamente «maquilhado» e transfigurado, ficam para sempre no coração. E é por isso que o teatro me volta a roubar o coração. E é por isso que sinto já uma ressacazinha de palco - embora neste caso nem se possa falar de palco - e a prometer a mim mesmo que, apesar de todas as dificuldades e apesar da elevada factura que a minha vida pessoal tem de pagar para que eu possa brincar aos actores, tenho de regressar a um projecto destes o mais rápido possivel.
Com esta gente.

Apareçam, a sério, vai valer a pena.

Facto: Já morreram 3008 soldados americanos no Iraque desde o início do conflito.


Outro facto: É um número superior ao das vítimas do conflito na imagem aqui em baixo...


Por favor não se esqueçam destas PESSOAS!

É que faz hoje cinco anos que estão presos...



Ainda ontem ao fim da tardinha anunciava que brevemente o Hug The DJ ia apresentar o novo single de Seu Jorge...
Hoje de manhãzinha chego ao escritório, e ele já lá
canta!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Acabei de saber, em primeiríssima mão, que o blog dos meus queridos dijeis, Hug The Dj - aliás um dos blogues mais quentinhos da actual blogoesfera -, se está a preparar para apresentar a nova, fresquinha, música de Seu Jorge. Vão estando atentos, já a ouvi e recomendo.

Enquanto não...

Só para dizer, alto e bom som, que já estou a ressacar com falta do blog das cousins.
Para quando a resolução dos problemas técnicos, com mil raios?

Criem novo blog, lancem uma revista, manifestem-se nuas em frente à assembleia da República ou apareçam no programa do Goucha, mas renasçam, por Deus!!!
AAAAAAAAAAHHHHHHH!!!!!

Olhó Camaleão!!


Primeiro lembrei-me para me esquecer logo a seguir.
Depois voltei a lembrar-me, mas depois da hora...
É que o Sr. David Bowie fez 60 aninhos no passado dia 8 e eu não lhe dediquei a devida homenagem. E ele que até participou - e bem - no filme The Prestige, que dissequei aqui há dias.
Por essa razão, vou publicar aqui uns videozitos do homem que começou a mudar a Pop como a conhecemos.

Uma das minhas favoritas...




E outra, das que me arrepiam até à medúla.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

O mistério desvendado!!!



É este o cartaz da peça de teatro que o TUP vem ensaiando há practicamente três meses.
Peça que estreia no próximo dia 17 e que se estende até ao dia 28, sempre ás 21.30 de quarta a Domingo no Museu do Carro Eléctrico, na marginal do Porto.

É da autoria do senhor Marius Von Mayenberg, a encenação está a cargo do Luciano Amarelo (que tem blog ali ao lado na coluninha habitual) e conta com a participação de: Arminda Resende, Inês Gregório, Isabel Fragoso, Joana Fernandes, João Lemos, Leonor Valente, Milene Silva, Nuno Lopes e deste que vos escreve. Somos todos desconhecidos mas só enquanto não forem ver o espectáculo.

Por isso...
passem por lá e divulguem. A lotação da «sala» é de apenas 25 lugares pelo que devem ser rápidos a adquirir bilhetes. E que até nem são nada caros. Cinco euros e podem-se sentar numas belas cadeirinhas e assistir bem de perto à história de uma família que já não o é. Com piromania e incesto à mistura...

Apareçam.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

karmabox with a view - Semana Frank Sinatra

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Ontem ouvi-a e senti-a.





I loves you, porgy,
Don't let him take me
Don't let him handle me
And drive me mad
If you can keep me
I wanna stay here
with you forever
And I'll be glad

Yes I loves you, porgy,
Dont let him take me
Dont let him handle me
With his hot hands
If you can keep me
I wants to stay here
with you forever
I've got my man

I loves you, porgy,
Don't let him take me
Don't let him handle me
And drive me mad
If you can keep me
I wanna stay here
with you forever
I've got my man

Someday I know he's coming to call me
Hes going to handle me and hold me
So, it going to be like dying, porgy
When he calls me
But when he comes I know I'll have to go

I loves you, porgy,
Don't let him take me
Honey, don't let him handle me
And drive me mad
If you can keep me
I wanna stay here
with you forever
I've got my man

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Desde já o anúncio mais fofffinho de sempre da história da televisão...




Lindo, lindo, lindo. O senhor responsável por esta preciosidade merecia o prémio Nobel para «Anúncios De Televisão Foffinhos».


Logo à noite queres sair comigo?


Vestimos a nossa melhor roupa e tu escovas o teu cabelo e usas uns ganchos para o prender, como eu gosto.


Pagaram-me hoje... fui lavar o carro, o melhor que pude, e posso-te apanhar à porta de tua casa ás nove.


Podemos ir à cidade, ao parque de diversões que está lá até ao fim da semana. Tenho boa pontaria, aposto que te consigo ganhar um boneco na barraca dos tiros.


Andamos no carrocel e no túnel do amor - eu sei que é o teu preferido.


Comemos todo o tipo de guloseimas, algodão doce, pipocas ás cores e gomas, até nos doer a barriga.


Se quiseres também podemos passear de carro, as noites estão mais calmas e o frio ainda não é assim muito. Vemos as ruas iluminadas e brilhantes e paramos debaixo da ponte a ver o rio a passar. É tão bonito ver o rio, não achas? Abrimos os vidros e ouvimos o barulho que os outros carros fazem ao percorrer o tabuleiro a alta velocidade. Isso mete-te medo, e aproveitas sempre para te encostar a mim, como se eu te pudesse proteger.


Eu protejo-te. Não tenhas medo. Penso sempre nestas palavras quando a tua cabeça se deita no meu ombro e eu fico sem ar nos pulmões.


Não te garanto que não arrisque pousar a minha mão na tua, tentando ao máximo com que pareça um acaso, uma distração. Eu sei que não te importas.


Levo-te a casa cedo, prometo. Só quero estar contigo o tempo suficiente para te ver sorrir e iluminar a minha noite mais um bocadinho.


Logo à noite queres sair comigo?






Karmabox With A View - Semana Frank Sinatra

Ontem à noite ajudou-me a lavar a louça, e lembrou-me que já era tempo de lhe dedicar aqui um espacinho.
Não me vou sequer atrever a dizer seja o que for acerca dele ou da sua carreira. É longa, muito, é prolífera, imensamente e pontuada por diversos projectos, na música e no cinema. Se precisarem de mais passem pela Wikipedia que está lá tudo.

Senhoras e senhores, The Voice.



Pronto, não resisto. Chamavam-lhe The Voice pela capacidade absurda que o homem possuía de, apenas com a sua projecção de voz, encher uma sala e fazer-se ouvir, mesmo nas cadeiras mais distantes.

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terça-feira, janeiro 02, 2007

Quanto a passagem do ano...

Começou triste e assombrada, continuou algo morna - exceptuando alguns passinhos de dança - e acabou a escaldar.

No Pitch a festa foi rija, rijíssima, e pena foi não ficar até de manhãzinha. A selecção musical a cargo dos Sete Magníficos foi irrepreensível e manteve a alma e corpo ocupados pela noite dentro. Era impossivel não abanar o esqueleto, mesmo o mais demolhado em boa vodka ou afins. Palavras para descrever não podem ser muitas, por isso, deixo três amostrinhas do que por lá se pôde ouvir e sentir.
Saltem!!!







Eu sei, a variedade é irreal, não é? Mas sem nunca perder o chamamento à dança e ao abananço ósseo.
Lindo!!

O Primeiro Post Do Ano

(E aproveito desde já para dizer que não gosto do aspecto de "2007". Não gosto de o dizer e muito menos de o ver escrito)


E o primeiro post é dedicado a links novos e gostosos para o ano em curso.

Um dedicado a mobiliário de design e, segundo o que uma revista de arquitectura e decoração me disse, de preço bem acessivelzinho. Chama-se Magis e, ao que pude ver, mete a Ikea num bolso pequenino. Espreitem.

Outro que vos leva ao mundo da cultura e do que por lá se vai passando, tudo através dos olhos atentos do amigo Torpedo. Já lhe devia este link há um ano. Espero ainda ir a tempo de me redimir.

O terceiro, especialmente de meu agrado, dedica-se à culinária. É um regalo para a vista e para o estômago dos pacientes que se queiram dedicar a transcrever as receitas do site para o prato.

Já sabem, aqui ao ladinho e no fundo da lista.