kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

sexta-feira, março 31, 2006

Em jeito de conclusão antecipada...

Este curso do TUP que agora se aproxima a passos largos do seu fim, ensinou-me - entre muitas outras - uma coisa. Ensinou-me a ter a eterna vontade de me mexer. Mexer o corpo, nem que seja para fazer gestos idiotas e ridiculos. Para dançar, para fazer sexo, para saltar, para correr melhor, para subir e descer escadas sem motivo aparente. Para gritar com todo o meu corpo, aquele eterno chavão, mas que realmente represente uma verdade absoluta. O nosso corpo tem a necessidade de gritar. O mais alto que conseguirmos. Sem vergonha que as pessoas olhem para nós.

Já tinha aprendido isso com a minha mãe.
Ainda menino, aprendi com ela que devemos assumir a pessoa que somos sem medos, sem vergonhas. Que nunca devemos ser a pessoa que os outros querem ou estejam à espera que sejamos. "Isso nunca!", dizia-me ela.

Poderão pensar que a minha mãe, hoje com 55 anos, é um pouco louca, destravada, mas eu tenho de contar isto...
Esta semana os meus irmão gémeos vieram-me fazer queixa dela. Supostamente iam na rua e viram a minha mãe do outro lado, no passeio oposto. Chamaram por ela e fizeram um qualquer tipo de palhaçada. A resposta da minha mãe do alto dos seus 55 anos foi pronta e sem hesitação. Sabem aquele gesto que se faz com uma ou duas mãos em que o único dedo bem esticado é o do meio? Pois bem, foi precisamente com isso que eles tiveram de levar, em plena rua, rodeados pelos seus amigos.
E a minha mãe? Sorriso rasgado na cara, continuou a conversa que estava a ter com uma vizinha.

Poderão obviamente criticar este tipo de atitudes, mas a verdade é que a minha mãe, por se ter divorciado há coisa de dezoito anos, sofreu dores de crescimento que julgava na altura já não existirem. Perdeu todos os amigos, foi condenada publicamente por tomar uma atitude que só a ela e ao meu pai dizia respeito.
Não foi a pessoa que todos os outros - sem nenhum direito para isso - esperavam (exigiam) que ela fosse.

A minha mãe dança, salta, mexe-se como ninguém. O seu corpo, castigado por uma doença nos ossos que nunca lhe dá descanso, já não se mexe como quando eu era pequenino e dançava ritmos de Angola com ela, mas grita mais alto do que todos os que conheço.

É uma das fotografias mais famosas da história da humanidade. Um soldado russo, o sargento Egorov, coloca a bandeira da União Soviética no topo do Reichstag, nas ruínas de Berlim, em pleno final da Segunda Guerra Mundial. Representa a derrota humilhante das tropas de Hitler, e é um simbolo da perseverança das tropas aliadas.
Pois bem, esta foto não existe.
Leram bem. Este pedaço de história foi encenado.
O momento em que os soldados realmente subiram ao cimo do edificio e colocaram a bandeira não reunia as condições de luz necessárias para que a fotografia fosse tirada. No dia seguinte, 1 de Maio, o fotógrafo Yevgeni Khaldei fotografou finalmente a bandeira mas a partir de um avião. Mais tarde o próprio Estaline ordenou que várias fotografias fossem encenadas para dar força à propaganda do seu regime.
Esta é uma delas.
Propriamente encenada num estúdio, com todas as condições de luz que o verdadeiro momento histórico não oferecia...
Queriam uma conclusão?
Nem sei bem...
São os meus heróis recentes, nos campos do design e da ilustração.
Merecem a visitinha da praxe (e a inveja... saudável!).

Este.
Este. também.
Ok, e este.
Hmmm... e este...
E por fim, este.

quarta-feira, março 29, 2006

Desafio aceite...

...mas receio que vá ser uma desilusão.

Para quem não reparou, fui directamente desafiado (ainda sem saber porquê) a escrever um texto sobre sexo... do ponto de vista técnico!(?)
Confesso que ainda não sei sobre o que vou falar, mas... vamos a isto.
Assim como assim, já não me posso expor neste blog mais do que já fiz portanto...

Para breve introdução, gostava de vos contar como foi a minha primeira vez, a famosa «primeira vez» com que tanto sonhei e fantasiei.
E que acabou por se resumir a uma rapidinha - acho que não podia ser de outra forma - a meio de um jogo de basket entre os Estados Unidos e a Grécia, no longínquo ano de 1991, com uma mocinha que três meses antes jurava a pés juntos que se casaria virgem. Querem que fale de técnica?
Enfim, a minha primeira vez teve um índice de romantismo muito próximo do rendimento per capita da Libéria, mas serviu precisamente para eu perceber de uma vez por todas o que não fazer numa situação daquelas.
Primeiro: nunca deixar um jogo de basket a meio - muito menos um daqueles, em que os EUA venceram o jogo de forma bastante polémica.
Segundo: até uma rapidinha merece toda a nossa atenção e concentração.

Posto isto ...

Para mim, falar das técnicas do sexo é, ao mesmo tempo, difícil e uma enorme seca.
Já sei, o sexo tem técnicas. Inúmeras até. Eu tambem leio revistas, femininas e masculinas, e já aprendi onde se localiza - supostamente - o ponto G , quais as posições mais «quentes» , quais os afrodisíacos mais potentes e o que fazer quando não temos um preservativo à mão e temos de o fabricar o mais rapidamente possivel utilizando um tubo de cola, um elástico para o cabelo e a pele de uma salsicha de Franfurt.
Conheço o Kama Sutra e o Jardim dos Prazeres - o equivalente muçulmano ao famoso livro oriental dos prazeres da carne - e sei que aquelas posições (algumas impossiveis de concretizar) não só têm nomes ridiculos como funcionam mesmo. E funcionam porque resultam exactamente naquilo a que se propôem. Por exemplo já utilizei
esta algumas vezes e o resultado foi sempre o mesmo: orgasmos em simultâneo.

Sim, também sei que o sexo oral deve ser feito de determinada maneira e com alguns cuidados .

As técnicas existem, são úteis , fazem maravilhas , acreditem , mas...


A verdade é que nem me lembro delas quando faço sexo, a não ser que parta para a relação sexual já com alguma coisa planeada, o que é raro. Prefiro deixar-me levar - onde é que já ouvi isto? - pela pessoa que está comigo, não no sentido de quem está a controlar seja ela ou mesmo eu. Não. Deixar levar as minhas emoções, os meus desejos e vontades pelo momento, pela pessoa que está comigo e basicamente improvisar à medida que as coisas vão acontecendo.
Mas acho muito bem que as pessoas combinem o que vão fazer, do género "olha, hoje vamos fazer como naquele filme que vimos ontem?". Muito bem, acima de tudo diálogo e entendimento no sexo.

Já sei que este texto está confuso e atropelado, mas isto de falar de sexo do ponto de vista técnico complica-me um bocado as coisas. Se me pedissem para falar de carros de uma forma emotiva provavelmente faria a mesma figurinha...

Quanto à milenar técnica dos nove, falarei dela mas apenas por encomenda e em mail pessoal, certo?

Mas é bem boa!!!

Por favor, tenham o trabalho de ler este post aqui por baixo, o tal que começa com "Figos".
Escrevi-o com o coração, e mesmo assim... Leiam os comentários que este post originou - não posso concluir que tenha sido qualquer outra coisa - e digam-me se têm alguma coisa a ver com o meu texto?
A sério, ou estou a ficar demasiado exigente, ou vou ter que dar razão ao Dr. Salazar e começar a usar o famigerado lápis azul.
Isto começa a ficar perigosamente ridículo...
Respeitem este espaço, ele já não é só meu há muitos meses!

Figos
Chuva em dias bonitos de Sol
Patas de gato na minha cara
Passeios com a minha mãe
Andar descalço
Beijos pequeninos
Setembro
Pele seca pelo sal do mar
Formigas
Banhos de àgua fria
Sair da tenda em Tavira às oito da manhã
Um barco a sair do cais
A minha avó Gloria
Uma conversa no Empire Dinner
Ver o Sol a nascer no mar

Diário de uma Iraquiana


The Beginning...

So this is the beginning for me, I guess. I never thought I'd start my own weblog... All I could think, every time I wanted to start one was "but who will read it?" I guess I've got nothing to lose... but I'm warning you- expect a lot of complaining and ranting. I looked for a 'rantlog' but this is the best Google came up with.
A little bit about myself: I'm female, Iraqi and 24. I survived the war. That's all you need to know. It's all that matters these days anyway.

Riverbend


Foi assim que em 17 de Agosto de 2003 uma iraquiana deu início a um blog/diário pessoal.
Nunca, como hoje, senti tanto orgulho e tanto prazer em colocar no meu blog um link para o blog de outra pessoa. Este é mesmo obrigatório.
Porque nos faz perceber como é viver todos os dias num país em guerra. Porque nos mostra a diferença entre estar lá e estar do lado de cá; do lado de cá da televisão.
Esta iraquiana, que decidiu chamar-se Riverbend, é uma actriz num filme do qual nós somos meros espectadores. E como espectadores que somos, assim que o filme acaba vamos à nossa vidinha, esquecemo-nos quase imediatamente do que acabamos de ver e vamos ver montras enquanto assobiamos para o lado.

De realçar também que este blog está nomeado para um prémio internacional de literatura.

Não resisto a terminar este post com uma passagem de um dos últimos textos de Riverbend.

Saturday, March 18, 2006

Three Years...

It has been three years since the beginning of the war that marked the end of Iraq’s independence. Three years of occupation and bloodshed.Spring should be about renewal and rebirth. For Iraqis, spring has been about reliving painful memories and preparing for future disasters. In many ways, this year is like 2003 prior to the war when we were stocking up on fuel, water, food and first aid supplies and medications. We're doing it again this year but now we don't discuss what we're stocking up for. Bombs and B-52's are so much easier to face than other possibilities.I don’t think anyone imagined three years ago that things could be quite this bad today.
The last few weeks have been ridden with tension. I’m so tired of it all- we’re all tired.(...)

(...) Three years after the war, and we’ve managed to move backwards in a visible way, and in a not so visible way.
In the last weeks alone, thousands have died in senseless violence and the American and Iraqi army bomb Samarra as I write this. The sad thing isn’t the air raid, which is one of hundreds of air raids we’ve seen in three years- it’s the resignation in the people. They sit in their homes in Samarra because there’s no where to go. Before, we’d get refugees in Baghdad and surrounding areas… Now, Baghdadis themselves are looking for ways out of the city… out of the country. The typical Iraqi dream has become to find some safe haven abroad.
Three years later and the nightmares of bombings and of shock and awe have evolved into another sort of nightmare. The difference between now and then was that three years ago, we were still worrying about material things- possessions, houses, cars, electricity, water, fuel… It’s difficult to define what worries us most now. Even the most cynical war critics couldn't imagine the country being this bad three years after the war... Allah yistur min il rabba (God protect us from the fourth year).

terça-feira, março 28, 2006

O dia mundial do teatro foi ontem, e eu esqueci-me...

A primeira vez na minha vida que vi teatro foi a versão televisiva do Rei Lear. Foi também a primeira vez que vi Sir Laurence Olivier a representar.
Tinha cinco anos e o meu mundo abriu um bocadinho mais as portas.
A partir daí comecei a procurar ver mais coisas que me surprendessem, como aquela peça de teatro.
Foi daí que nasceu a minha paixão pela BD; a minha paixão pelo cinema; a minha paixão pela música.

A primeira vez que subi a um palco para fazer teatro...
Lembro-me ter sido levado; quando me dei conta já lá estava, practicamente sem texto, sem qualquer tipo de ensaio, frente a 50 pessoas que nunca me tinham visto na vida e que eu não conhecia de lado nenhum. Quando começou, eu e o meu parceiro de cena, e máximo responsável por aquela situação, baldamo-nos completamente para o pouco texto que tinhamos escrito e o que se seguiu foram doze minutos de puro e destravado improviso, brilhante, a dizer pela reacção efusiva do público.
Aquele sentimento, aquelas emoções, colaram-se-me ao corpo. Entraram-me pelos poros e vivem agora bem dentro do meu coração, nos meus orgãos internos, nas minhas articulações, na minha voz, no meu suor.
Nessa noite o meu mundo abriu ainda mais um pouquinho as portas.
Tinha 31 anos.
Não largo mais este mundo.
Foi nele e com ele que descobri sensações novas, paixões novas, emoções renovadas.
Quem desistiria de uma coisa assim?
É, para mim, a música mais bonita - e uma das menos ouvidas - aqui dos rapazitos Coldplay. Simples, muito simples.
Delicada, e «pequenina».

Did I drive you away?
I know what you'll say
You'll say, "Oh, sing one we know"
But I promise you this
I'll always look out for you
That's what I'll do

I saw sparks
I saw sparks

My heart is yours
It's you that I hold on to
That's what I do
And I know I was wrong
But I won't let you down

segunda-feira, março 27, 2006


Ah, já me esquecia...
É, para já, o single do ano. High Up On The Hook, do àlbum de Alice Russell de que vos falei aqui há dias, My Favourite Letters.
É... absolutamente contagiante, nem me vou atrever a tentar explicar.
Por falar em Luciano Amarelo...

O senhor acabou de se iniciar neste coisa de ser dono e senhor de um blog.
Já sabem, têm o link ali em baixo e, como sempre, digam que vão da minha parte, ok?

Sábado, 25 de Março, Contagiarte

Já não me divertia assim há uns tempos.
Sábado à noite fui ao Contagiarte, levado pela mão sábia da Bárbara.
Nunca lá tinha ido, mas sabia já ser local animado e de diversão sopimpa.
Como estava enganado. Sopimpa? Aquilo é o fim do mundo!!!

A noite começou calma, com uma banda de música de inspiração medieval que ensaiava público mais ou menos desprevenido para participar na festa com a parte mais lixada: dançar!
A coisa não correu mal de todo - pelo menos ninguém vazou a vista do parceiro ou do vizinho, o que, nos dias que correm...
Mas isto passava-se no andar de cima, onde deixei a minha amiga em plena acção bailante, para me encostar ao bar a beberricar o belo do cafezinho solitário.

A seguir, um não parar de surpresas. A chegada da querida Sara - amiga do TUP - e sua animada pandilha, e do Luciano, nosso professor de interpretação e naquela noite principal animador das hostes. E que animação!
Foram três horas a dançar e a pular como loucos. A música a isso obrigava. Samba, merengue, salsa, reggae, dub, ritmos africanos e, a cereja no topo do bolo, sons dos balcãs. No início da loucura tinha gritado ao ouvido da Sara que se por acaso passassem alguma música do filme Gato Preto, Gato Branco, imediatamente me atirava para o chão. E passaram... não me atirei para o chão porque a camisola era amarela e aquilo estava meio sujo e às vezes a gente diz com cada estupidez...

Mas bem, para perceberem o elevado índice de hilariante alegria, já estava eu na filinha para pagar a despesa quando não resisti a mais um chamamento à dança e não tive outra solução senão regressar ao motim que estava instalado na pista improvisada. Era música angolana, meus amigos, da minha terra!!

Foi, em todos os sentidos, uma noite «quente», louca e totalmente terapêutica.
Obrigado Luciano.
Obrigado Sara e Inês.

Entretanto, a minha companhia inicial tinha-se dirigido ao bar 555 em busca de ambientes mais tranquilos.
Fui lá tomar o último café da noite - terrivel, por sinal - para conseguir descansar o suficiente para poder conduzir a Bárbara até casa em perfeita segurança e para ter as forças necessárias para torcer as camisolas e atirar-me para cima da cama e dormir - aí sim - o sono dos justos.

domingo, março 26, 2006



Eu quero festas na base da nuca
Dedos pelo meio dos meus cabelos
Quero um rosto encostado ao meu peito
Quero alguém que se orgulhe de mim
Quero que me beijem a testa e os olhos antes de adormecer
Quero que me adormeçam
que brinquem com os meus dedos
Quero que me trinquem o lábio, com força,
com um sorriso malandro
Quero abraços fortes, com o corpo todo

E subitamente, por querer tudo isto, sinto-me profundamente só.
A verdade é que andamos todos à procura de algo naqueles que nos rodeiam sem sequer sabermos se eles o têm.

Diário de um louco



Dia 26

Acordei ao meio dia, apeteceu-me tomar banho.
Quando me debrucei para ligar o chuveiro, uma pesada gota de sangue soltou-se do meu nariz e caíu no fundo branco da banheira.
"Que bonito", pensei.
Liguei o chuveiro para lavar a mancha, mas o sangue demorou a largar o fundo da banheira. É espesso, o meu sangue.
Só quando me ergui para me começar a despir é que percebi que já devia estar a sangrar há alguns minutos. O meu nariz, boca e queixo eram uma pasta viva de sangue.
A barba tinha-o impedido de me escorrer pelo pescoço e pelo peito.

sexta-feira, março 24, 2006

Fotografias ao som (e à luz) do I-Pod






... e que me pareceram boa idéia na altura.

Uma remistura de John Kong para uma música de Feist já de si simplesmente brilhante, e que adquire assim uma nova roupagem mais dançável. Katekeeper - John Kong Remix, no àlbum Cafe Meliés-Vol.3


O novíssimo e obrigatório e surprendeente da Alice Russel, de quem já tinha aqui falado. My favourite Letters é potencial single após single após single. A mulher empenhou-se em provar que é possivel fazer um segundo disco ainda melhor do que o de estreia. A destacar... A Fly In The Hand, ideal para fazer sexo... ou então sou eu que me estou a transformar num velho porco que acha que tudo vai bem com sexo!


Lembram-se ter falado, ainda esta semana, dos Kings of Convenience, e de ter aqui deixado a letrinha da minha/sua música preferida? Pois bem, acabei de descobrir - mais uma vez graças ao miúdo Zé Carlos - uns disquitos que este rapazes gravaram em duas ou três sessões de rádio, onde tocam versões ainda mais light das suas músicas e das quais se destaca, mais uma vez, a versão de Misread. Absolutamente genial! E deu para perceber como poderá ser o concerto que eles vão dar na Aula Magna já no próximo mês...

Este senhor tá um homenzinho!

E o seu novo àlbum, 3121, é das melhores coisinhas a ser editada este ano, mas sem dúvida alguma... bem, pelo menos eu e o Zé não temos dúvidas, ok?
Mas é verdade, cada uma das músicas neste disco tem um aroma-Prince particular. Um toque especial, um pormenor que remete imediatamente para um das inúmeras fases por que Prince já se passeou.
Décadas de 80, 90 e século XXI bem aplicadas num disco que mais parece um all time best deste pequenino-enorme génio de Minneapolis.
Já a correr ouvir, se fazem favor!

Ser levado...


Alguém me dizia, há pouco tempo, já não ter idade para se deixar levar. Que agora escolhia sempre as situações em que se metia...

E eu, que gosto tanto de algo que não consigo controlar, ser levado, deixar-me ser atraido para algo sem espernear, pensei se não estaria errado nesta minha maneira de viver alguns aspectos da vida.

E concluí, mais uma vez, que não há aqui qualquer erro. Nem em mim, nem nesse alguém, cuja opinião aprendi a respeitar bastante.
Mas a verdade - a minha verdade - é esta: prefiro mil vezes ser levado pela mão para uma determinada situação, desde que esta me pareça favorável, e depois aperceber-me, nem que da pior maneira, que afinal... não era, do que passar o resto da minha vida a escolher situações; a escolher pessoas, escolher relações. Nem sei em que critérios me basearia para essa selecção.
Já sei, tudo isto soa a irresponsabilidade. A incapacidade de fazer escolhas, tomar atitudes...
Mas a verdade é que sempre gostei de me manter aberto a todo o tipo de «sugestões» de igual maneira.
Já me magoei? Ah, mas como não?
É claro que sim, e bastante, por vezes.
Mas vale a pena?
Se vale.

V For Vendetta


Fui vê-lo ontem. Era um dos filmes por mim mais aguardados do ano.
Porque é a adaptação de uma das melhores bandas desenhadas de sempre. Porque tem o dedo - não se sabia se ainda mágico - dos irmãos Wachowski, responsáveis pela trilogia Matrix. E porque tinha um trailer na net que surprendia qualquer um.
Não desiludiu.
Pelo contrário. Já não se vêm muitas adaptações de BD para cinema que não caiam no erro de serem um amontoado de infantilidades imberbes. Este filme quer ser sério. Quer ser levado a sério, porque foca assuntos muito sérios de uma forma bastante adulta e sóbria.
Tudo é bom no filme realizado por James McTeigue. A banda sonora, a cenografia, o guarda roupa, os actores, o argumento...
A destacar mesmo, só dois «pequenos» detalhes:
uma Natalie Portman que enche o ecrã como em nenhum outro filme em que tenha participado; que chora de uma forma tão bela que nos comove também; que nos transmite toda a força de um corpo pequeno e aparentemente frágil.
E um enormíssimo Hugo Weaving - famoso pelo seu Mr. Smith de Matrix - a dar corpo a V. E apenas corpo, já que nunca, em momento algum, nos é permitido ver a face do personagem. Poucos actores, nos dias que correm, permitiriam esta ausência quase total de protagonismo. Mas a aposta é amplamente ganha por Weaving que, num exercicio constante de dosagem de interpretação, consegue dar alma a uma criatura sem rosto, logo, sem emoções(?).
Chamar também a atenção para a sequência em que Portman, detida nos calabouços do governo, recebe pequenas cartas de uma colega de cela. Na minha opinião o momento alto de um filme que se desenrola sempre num nível bastante elevado.
Desde já um dos filmes do ano.

P.S: A minha companhia diz ter gostado da metade do filme que conseguiu ver...
Não sei se isto é bom ou mau.

P.S: Já agora... http://www.imdb.com/title/tt0434409/trailers-screenplay-E24619-9-2

quinta-feira, março 23, 2006



I was born to love no one
No one to love me
Only the wind in the long green grass
The frost in a broken tree.
I was made to love magic
All its wonder to know
But you all lost that magic
Many many years ago.
I was born to use my eyes
Dream with the sun and the skies
To float away in a lifelong song
In the mist where melody flies.
I was made to love magic...
I was born to sail away
Into a land of forever
Not to be tied to an old stone grave
In your land of never.
I was made to love magic...

Nick Drake

quarta-feira, março 22, 2006

Mais leitãozadas aqui.

E aqui também...
No disco Noites do Norte ao vivo, Caetanto Veloso divide a interpretação da música Cobra Coral - na minha opinião, uma das suas mais bonitas - com o grande Lulu Santos.
A música, na verdade, é muito pequenina e simples; um pequeno poema, daqueles que só Caetano sabe escrever.
Assim...

Pára de ondular,agora, cobra coral:
a fim de que eu copie as cores
com que te adornas,
a fim de que eu faça um colar para dar
à minha amada,
a fim de que tua beleza
teu langor
tua elegância
reinem sobre as cobras não corais.

E é só.
Nesta versão ao vivo, os dois músicos cantam este poema três vezes. Na terceira e última passagem, quando iniciam a frase com que te adornas, Lulu canta-a em segunda voz, arrancando de alguém na plateia - uma mulher - um aaaahh que soa totalmente a "meu Deus que imenso prazer".
E a partir desse instante é-me impossivel continuar a ouvir a canção sem um apertado nó na garganta. Aquela mulher deixou sair todo o prazer que sentia naquele momento; todas as emoções - não sei quais - que lhe subitamente lhe invadiram o coração. Tudo provocado por uma pequeníssima inflexão de uma voz. Um som, que de repente lhe transmitiu qualquer coisa maior do que ela, e que naquele segundo não lhe coube no peito.

Acho que deviamos todos fazer o mesmo mais vezes na nossa vida. Deixar sair as nossas emoções, os nossos sentimentos. Parece-me que passamos a maior parte da nossa vida a defendermo-nos mesmo sem sabermos do quê ou de quem...


Esta é para ti, Ana.
Porque falamos nela ontemà noite, e porque de repente te vi sem os teus lindos caracóis...

Um dia areia branca seus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos a água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir prá ver você chegar
E ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história prá contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante
As luzes e o colorido que você vê agora
Nas ruas por onde anda, na casa onde mora
Você olha tudo e nada lhe faz ficar contente
Você só deseja agora, voltar prá sua gente
Debaixo dos caracóis...
Você anda pela tarde e o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito uma saudade um sonho
Um dia vou ver você chegando num sorriso
Pisando a areia branca que é seu paraíso

terça-feira, março 21, 2006

Repto igualmente aceite

A minha amiga Enia, dona e senhora do blog http://peixinhodahorta.blogspot.com/, com residência permanente aqui neste vosso cantinho, lançou-me um repto. Enumerar aqui cinco manias minhas...

Pois bem, com o maior dos prazeres, cá vão as cinco manias, no fim já digo a quem vou lançar igual desafio...

1 - Canto, assobio e acompanho com o tamborilar dos dedos em qualquer superfície todo o tipo de música - e quando digo "todo o tipo", refirmo-me MESMO a todo o tipo de música - em qualquer parte, em qualquer situação.
Quando vou no carro, canto e faço as caras que os cantores fazem quando se espremem para atingir aquela nota mais difícil, ou para exprimir melhor o significado das palavras que cantam. Para além disso, faço do tablier do carro, da secretária onde trabalho ou do peito, das pernas e da cabeça, tambores, djambés e marimbas da minha imaginação.
Na rua, e enquanto ouço o meu I-Pod, assobio tudo o que me passa pelos ouvidos com a maior descontração do mundo. E deixem-me que vos diga, é lindo observar as caras de quem passa por mim...
Às vezes até faço segundas vozes, uma pequena maniazinha aprendida com o André Ruivo.
(neste momento estou a assobiar o Misread dos Kings of Convenience);

2 - Tenho a mania de ler as revistas sempre da última página para a primeira. Porquê? Não sei, é uma mania...
(estou a tamborilar o Misread dos king of Convenience no teclado do meu computador);

3 - Tenho a mania de vestir t-shirts por cima de sweat shirts. Gosto de ver o contraste entre as duas cores diferentes.
(estou a escrever estas palavras ao ritmo do Misread dos Kings of Convenience);

4 - Tenho a mania de passar a vida a fazer o pino. Vários tipos de pino. A partir das mais variadas posições. Pino com as duas mãos, pino só com uma mão, pino de cabeça, pino a partir de roda...
(estou a mmmmmmar o Misread dos Kings of Convenience);

5 - Tenho a mania, não tão económica quanto isso, de comprar calçado. Sou uma veradeira Imelda Marcos dos pobrezinhos. Neste momento tenho... (deixa cá ver)... à vilta de vinte pares de spatos, sapatilhas, botas de montanha, chinelos, de quarto e de praia, sandálias, barbatanas, etc, etc, etc...
(perdi a cabeça e estou agora a cantar alto o Misread dos Kings of Convenience, mesmo sem saber mais de metade da letra. Ah, espera, tenho-a ali em cima...).

Agora, as pessoas a quem quero lançar este repto:

Carla

Ana Filipa

Carlos

Bárbara

Maria João

... e pronto, a todos os que lerem este post!!!

segunda-feira, março 20, 2006

Demasiado tempo livre nas
mãos.

sexta-feira, março 17, 2006

Totalmente demais

Linda como um neném"...
que sexo tem ,
Que sexo tem?
Namora sempre gay
Que nexo faz tão sexy gay?
Rock´n´roll?
Para ela é jazz
Já transou
Hi - life , society
Bancando o jogo alto...
Totalmente demais
Esperta como ninguém
Só vai na boa
Só se dá bem!
Na lua cheia tá doida
Apaixonada , não sei por quem...
Agitou um broto a mais
Nem pensou , curtiu... já foi!
Foi só pra relaxar
Totalmente demais
Sabe sempre quem tem
Faz avião , só se dá bem!
Se pensa que tem problema
Não tem problema
Faz sexo bem!
Totalmente demais

Caetano Veloso

quinta-feira, março 16, 2006

Novo link aqui no karmatoon.
Dá acesso ao blog da minha amiga Leonor e merece a vossa espreitadela.
Porque é bonito, porque é sincero.
Uma pequenina enorme amiga enviou-me uma mensagem para o meu e-mail que termina com estas palavras...

Prefiro o cinema.
Prefiro os gatos.
Prefiro os carvalhos nas margens do Warta.
Prefiro Dickens a Dostoievski.
Prefiro-me a gostar das pessoas
em vez de amar a humanidade.
Prefiro para uma emergência ter agulha e linhas.
Prefiro a cor verde.
Prefiro não afirmar
que a razão é a culpada de tudo.
Prefiro as excepções.
Prefiro sair mais cedo.
Prefiro falar de outras coisas com os médicos.
Prefiro as velhas ilustrações listradas.
Prefiro o ridículo de escrever poemas
ao ridículo de não os escrever.
Prefiro no amor os pequenos aniversários
para festejar todos os dias.
Prefiro os moralistas que nada me prometem.
Prefiro uma bondade algo prudente a outra confiante em demasia.
Prefiro a terra à civil.
Prefiro os países conquistados
aos conquistadores.
Prefiro guardar as minhas reservas.
Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem.
Prefiro as fábulas de Grimm às primeiras páginas dos jornais.
Prefiro folhas sem flores às flores sem folhas.
Prefiro os cães sem a cauda cortada.
Prefiro os olhos claros porque os tenho escuros.
Prefiro gavetas.
Prefiro muitas coisas que não menciono aqui
a outras também aqui não mencionadas.
Prefiro os zeros soltos
aos dispostos em bicha para o número.
Prefiro o tempo de insectos ao de estrelas.
Prefiro fazer figas.
Prefiro não perguntar se ainda demora e quando é.
Prefiro tomar em consideração a própria possibilidade de ter a existência o seu sentido.

WISLAWA SZYMBORSKA(Nobel da Literatura, 1996)

quarta-feira, março 15, 2006

Kings


Chamam-se Kings of Convenience e são uma maravilha.

E nem me apetecia escrever mais nadinha, por mim isto só já era mais do que suficiente.
Que se lixem as acusações de serem estes dois noruegueses uma cópia de Simon & Garfunkel! São bons, fazem boas canções pop-fresquinhas, não se querem demasiado sérios e servem um óptimo propósito: dar-nos músicas para ouvirmos à hora do chá, sendo que esta hora do chá tem de respeitar algumas indicações.
A saber:
A temperatura ambiente não é de todo importante;
a companhia também não;
o local onde se escutam as canções igualmente;
o chá pode ser qualquer um da vossa escolha;
podem ou não acompanhá-lo com biscoitos ou qualquer outro tipo de guloseimas;

Posto isto, resta-me deixar aqui a letrinha da praxe. Neste caso da minha música preferida dos Kings, "Misread"

If you wanna be my friend
You want us to get along
Please do not expect me to
Wrap it up and keep it there
The observation I am doing could
Easily be understood
As cynical demeanour
But one of us misread...
And what do you know
It happened again
A friend is not a means
You utilize to get somewhere
Somehow I didn't notice
friendship is an end
What do you know
It happened again
How come no-one told me
All throughout history
The loneliest people
Were the ones who always spoke the truth
The ones who made a difference
By withstanding the indifference
I guess it's up to me now
Should I take that risk or just smile?
What do you know
It happened again
What do you know

(primeiro PS da história deste blog)
P.S: Já agora, bisbilhotem o site oficial desta rapaziada, é bem catita.
www.kingsofconvenience.com

Uma pérola

Das melhores e mais engraçadas coisinhas a que tive acesso nos últimos 150 anos!
É um blog chamado o lado do puto e é simplesmente genial. Genial porque simples. Genial porque bem escrito. Genial porque tem inequivocamente muita piada.
Merece a visita diária. Pronto, duas vezes por dia, não vá o senhor por ele responsável ter mais do que um ataque de criatividade por dia.

Pedacinhos do TUP



terça-feira, março 14, 2006

É um enorme actor ou não é?

Já chega!


No final deste mês, o governo canadiano vai permitir mais uma vez que este senhor desfira o golpe que podem ver na foto.
Como esta foca, mais 350 mil vão ser chacinadas.
Leram bem, 350 000!!!
Já viram gelo pintado de sangue? É um espectáculo!
Menos para as focas...
Provavelmente deveria ter colocado aqui um vídeo das acções destes senhores e do som que os animais fazem enquanto levam pauladas na cabeça. Talvez assim conseguisse chamar melhor a vossa atenção.
Se calhar não me chateava tanto que estes mesmos senhores se dedicassem à caça do urso branco com os mesmos pauzinhos que usam para matar as focas bebé...
Por favor, cliquem
aqui e enviem um abaixo assinado ao primeiro ministro do Canadá, mostrando que não gostam mesmo nada de ver o gelo pintado de sangue.
Pode ser que sirva de alguma coisa, pode ser que não. Mas não deixem de tentar, por favor.


segunda-feira, março 13, 2006

Ontem, graças à minha mãe e às suas mãos arrumadeiras, descobri um pequeno bloco com dez anos no qual me dediquei durante algum tempo a escrever letras de canções (já na altura...) e citações de gente famosa. No meio, arrisquei escrever uns versos, largamente inspirados pela curta metragem "Vincent" do Mestre Tim Burton.

Agora arrisco a deixá-la aqui...

There once was a boy stupid as
a donkey,
always nice and polite but with a problem:
he was a junkie.

When he was high he was
satisfied and gay,
with all the morphine and cocain
his money could pay.

Always drunk and always
doped with the drugs he took,
he began to get so thin and ugly
that nobody could even bear to look.

Monstrously deformed, lunatic
and insane,
he kept on taking drugs
just to ease his terrifying pain.

He imagined voices and terrible
creatures that only existed in his head.
But he didn't cryed for help or for his friends
he took more drugs instead.

More and more and more
there were no stops,
untill one day in the street
when he was finally caught by the cops.

Now he lives in a mental institution
hopelessly lost, hopelessly ill,
without any chance of taking
morphine or cocain, just that daily pill.

He has become a vegetable,
a worm a slug,
due to his decision of simply
turning off the plug.

sábado, março 11, 2006

Ontem, a última aula de interpretação no TUP, a última aula com o Luciano.
No final, quando ele nos reuniu para se despedir, e de certa forma partilhar o que tinham significado para ele estas oito aulas, senti que toda aquela gente à sua volta se preparava para o abraçar. Senti uma enorme sensação de vazio e de tristeza, ao dar-me conta de que tudo o que tinhamos construido até então, tudo o que ele nos tinha «obrigado» a deitar cá para fora, morria subitamente no ar. Não há mais, nem vai haver. De repente estava no topo da escada que tinha subido e não havia mais um degrau sequer. Vazio...
Exagero, dirão alguns. "Que drama", dirá uma certa anónima que eu cá conheço. Mas a verdade é que as aulas de interpretação, nomeadamente esta última semana em que estivemos com o Luciano todos os dias, obrigam o aluno a expor-se e a expor a sua intimidade de uma forma brutal. Quem não o fizer não está lá, nem vai estar. A disponibilidade tem de ser total.
Assim, esta semana foi determinante para consolidar de uma vez por todas as relações entre todos naquela turma. De repente parecemos amigos de longa data. Do nada surge um abraço, como que a autenticar o exercicio que acabamos de executar. Uma palmada nas costas como quem diz "muito bem".
Não vos posso mentir, não sinto que esteja a aprender nada de realmente profundo das coisas do teatro. O curso é demasiado pequeno para isso. No entanto sinto que estou a melhorar como pessoa. Sinto-me mais leve em todos os sentidos da palavra. E ter observado o Luciano, sempre que ele nos exemplicava com movimentos o que queria de nós, já foi um prazer por si só.
E no final da aula apeteceu-me abraçá-lo e dizer-lhe isso mesmo. Mas não o fiz, e como ele tantas vezes nos repetiu, o momento acontece e ou o agarramos ou não, não há uma segunda hipótese.
Já sinto a falta daquelas aulas.

sexta-feira, março 10, 2006

Pedacinhos de uma viagem







O baixo mais docinho do ano


Facto 1:
Isto de ter um I-Pod faz com que nos tornemos preguiçosos. Quando descarrego um àlbum inteirinho para o Pod raramente o ouço assim, inteirinho logo de início.

Facto 2:
O I-Pod possui uma opção chamada de shuffle e que faz precisamente isso, baralha, parte e volta a dar as musiquitas que tem de forma aleatória.
Deste modo permite-me, preguiçoso do I-Pod, descobrir músicas a que nunca tinha dado a devida atenção.

Facto3:
Chamam-se Arctic Monkeys, têm um dos melhores àlbuns do ano e tocam o que eu costumo chamar de Rock dançável.
Por causa da tal opção shuffle do meu querido I-Pod, descobri esta semana a música mais irresistivelmente dançável do ano, "A Certain Romance".
Sabem quando tudo numa música vos manda dançar e saltar?
Duas guitarras uma bateria e a voz ensonada do mocinho que a canta, tudo adoçado pelo baixo mais caloricamente doce do ano, que não se limita a dizer-vos para dançar, mas que vos levanta da cadeira e vos atira para o meio da «pista», seja no meio da rua, seja no escritório do vosso patrão no preciso momento em que se preparavam para lhe pedir um aumento, seja nas urgências do hospital.
Decididamente para ouvir, e ouvir e ouvir e ouvir...

Como sempre deixo aqui a letrinha...

Oh they might wear classic reeboks
Or knackered converse
Or trackie bottoms tucked in socks
But all of that's what the point is not
The point's that there ain't no romance around there
And there's the truth that they can't see
They'd probably like to throw a punch at me
And if you could only see them then you would agree
Agree that there ain't romance around there
You know, oh it's a funny thing you know
We'll tell 'em if you like, we'll tell 'em all tonight
They'll never listen
'Cause their minds are made up and course it's all OK to carry on that way
And over there there's broken bones
There's only music so that there's new ringtones
But it don't take no Sherlock Holmes
To see it's a little different around here
Don't get me wrong though there's boys in bands
And kids who like to scrap with pool cues in their hands
And just 'cause he's had a coupla cans
He thinks it's alright to act like a dickhead
Don't you know, oh it's a funny thing you know
We'll tell 'em if you like, we'll tell 'em all tonight
They'll never listen
Cause their minds are made up
And course it's all OK to carry on that way
I said no, oh no
Oh you won't get me to go
Anywhere, said anywhere
I won't go
Oh no no
Well over there there's friends of mine
What can I say? I've known 'em for a long long time
And yeah, they might over step the line
But I just cannot get angry in the same way
Oh not in the same way
Well not in the same way
Oh no
Oh no no

O espectáculo da Região Estrangeira em Carapinheira

Leram bem, a Região Estrangeira deu um espectáculo na Carapinheira. Ainda estamos para saber se foi na de cima ou na de baixo...

Quanto ao espectáculo em si, não há muito a dizer. O público nunca nos abandonou, mas também não nos acarinhou. Algo me diz que estamos mal habituados.
Seja como for, foi bom criar um sketch novo, mais uma vez em cima do joelho, quase totalmente improvisado em palco e sentir que foi um dos nossos melhores momentos em palco e que é, desde já, um dos melhores sketches da Região.

Foi bom voltar a estar com o resto da familia RE. Passar umas horas repletas de nonsense, palermice e verdadeira amizade. Falar de planos, concretos, objectivos. Foi bom, acima de tudo, divertirmo-nos e sentir que as distâncias, fisicas e temporais, não chegam para estragar aquilo que nos une. A vontade de fazer rir, divertindo-nos ao mesmo tempo, e a vontade de estarmos juntos só porque sim.

Melhor mesmo só a foto aqui em baixo. Resume tudo isto de uma forma incrivel, e aconteça o que acontecer, teremos sempre esta imagem para nos fazer recordar os sentimentos e sensações que partilhavamos nestas alturas.

Abraço forte, Regionários.


Carapinheira, 3 de Março de 2006

terça-feira, março 07, 2006

Para o Eduardo


Meu querido, querido Eduardo,

hoje vou estar contigo pela última vez nos próximos (nem sei) bem quantos meses.
Um ano?
Dois?
Sei dizer, isso sim, que vai ser difícil estar sem ti. Há coisas a que nos habituamos com alguma facilidade, mesmo que difíceis.
Sei, porque sei, que não me vou habituar à distância que nos vai separar.
Sei que não me vou habituar a viver sem ouvir o teu riso, tão contagiante que nos obriga sempre a rir contigo.
De modo algum me vou habituar à falta que me vai fazer a naturalidade com que dizes aquelas barbaridades que instantaneamente me fazem chorar à gargalhada, e que para qualquer pessoa que não esteja habituada facilmente se confundem com algo sério e sincero.
Não me quero habituar à falta que me vais fazer.
Porque és o homem mais bonito do mundo.
Porque iluminas a minha vida e a vida de todos que já te viram, nem que apenas por uma ocasião.
Porque do fundo da tua serenidade nasce sempre uma palavra que subitamente nos mostra a direcção certa. Como se conjurasses um feitiço para curar um nosso mal.
Porque decididamente já não existem pessoas como tu. Não no meu mundo.
Não me consigo habituar à falta que já me fazes, enquanto te escrevo estas linhas.
Porque me fazes mesmo muita falta.
Porque qualquer momento sem ti, é um momento desprovido de inúmeras coisas boas.
Mesmo assim...
Desejo, com a mesma força com que sinto saudades tuas, que tudo te corra pelo melhor.
E nem precisava de desejar assim com tanta força. Porque conhecendo-te como te conheço, sei que vais conquistar mais corações à primeira vista.
Como por cá.
E serão esses corações, como o meu, que te vão pedir que não regresses para de onde saíste.
Corações rendidos ao teu riso contagiante.
Adoro-te, e como nos velhinhos filmes românticos, apetecia-me dizer-te "vai rápido, e por favor não olhes para trás".

segunda-feira, março 06, 2006

Anda um bando de gajos aqui a escrever sketches cómicos e tal, e afinal era tão fácil.
Vale a pena.